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A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

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1.1 Resoluções da década de 1940<br />

O período pós-Segunda Grande Guerra, a partir de 1945 até final da década de 1980,<br />

foi caracterizado pela disputa do poder hegemônico entre dois modelos de vida social,<br />

cultural, de sistema político, econômico e principalmente de pensamento ideológico: o<br />

capitalismo e o comunismo - hoje chamado de socialismo real. Este processo desencadeou<br />

uma divisão bilateral do mundo entre as duas grandes potências que emergiram do conflito:<br />

Os Estados Unidos (EUA) e a então União Soviética (URSS). A correlação de forças que<br />

marcou esse momento da história foi chamada de Guerra Fria.<br />

“A peculiaridade da Guerra Fria era a de que, em termos objetivos, não<br />

existia perigo iminente de guerra mundial. Mais que isso: apesar da retórica<br />

apocalíptica de ambos os lados, mas sobretudo do lado americano, os<br />

governos das duas superpotências aceitaram a distribuição global de forças<br />

no fim da Segunda Guerra Mundial, que equivalia a um equilíbrio de poder<br />

desigual, mas não contestado em sua essência. A URSS controlava uma<br />

parte do globo, ou sobre ela exercia predominante influência – a zona<br />

ocupada pelo Exército Vermelho e/ou outras Forças Armadas comunistas no<br />

término da guerra – não tentava amplia-la com o uso de força militar. Os<br />

EUA exerciam controle e predominância sobre o resto do mundo capitalista,<br />

além do hemisfério norte e oceanos, assumindo o que restava da velha<br />

hegemonia imperial das antigas potências coloniais. Em troca, não<br />

intervinha na zona aceita de hegemonia soviética”. (HOBSBAWN, Eric J,<br />

1995, p. 224)<br />

Nesse início da “Guerra Silenciosa”, quando começaram novos trabalhos por uma<br />

conformação de princípios e valores éticos baseados no respeito aos direitos humanos,<br />

marcaram presença no cenário a ascensão do tema da informação e comunicação como objeto<br />

de investigação científica nas mais variadas áreas do conhecimento; e o processo de<br />

industrialização e valoração tecnológica dos meios massivos de comunicação. A explosão da<br />

cultura de massa, denominada pela teoria crítica da comunicação de indústria cultural, é<br />

garantida pela difusão dos bens simbólicos, produzidos nos centros industriais do ocidente.<br />

Conjuntamente ressurgiu, agora com uma dimensão além de política e ideológica, econômica,<br />

o clamor pela liberdade de informação. O projeto do livre fluxo de informação, free flow,<br />

criticado por ser uma doutrina, “[...] maneira de denominar o substrato teórico que inspirou,<br />

acompanhou e justificou a progressiva intervenção norte-americana no mundo do pós-guerra<br />

nos domínios da cultura, da informação e da propaganda.” (GIFREU, 1986, p.26-27, tradução<br />

nossa), foi ratificado nos primeiros discursos da UNESCO.<br />

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