A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet
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potencial; mobilização das massas; interação dos participantes, feedback; processo de<br />
aprendizagem política; produção coletiva; auto-organização, – é uma necessidade construída a<br />
partir das contradições do processo de instauração e sedimentação das indústrias culturais na<br />
globalização. O acesso não é suficiente e terminou por instigar a uma participação; a<br />
seletividade nas condições de produção, objetivo do modelo econômico instaurado -<br />
capitalismo monopolista, neoliberalismo – gerou os excluídos do consumo. Por outro lado, as<br />
tecnologias em rede potencializaram, mesmo em pequena escala, as mobilizações sociais; as<br />
novas tecnologias digitais, na área do audiovisual, baratearam a produção, mesmo que restrita<br />
a poucos países.<br />
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[...] Le Monde diplomatique, [...] publicação da esquerda hipercrítica<br />
aproveita-se com suma habilidade as possibilidades do mercado mundial da<br />
informação, aparece em muitas línguas e (contrariamente a tendência geral<br />
dos meios de comunicação impressos) tem conseguido mais que duplicar sua<br />
tiragem nos últimos anos (se bem a tiragem para o exterior tenha caído em<br />
cem mil exemplares e os ingressos por publicidade no mesmo espaço de<br />
tempo tenham sofrido também uma diminuição”. (BECK, 1998, p. 75,<br />
tradução nossa)<br />
A correlação de forças é certamente muito desigual, ainda, mas não tem impedido que<br />
outros sujeitos políticos consigam disseminar discursos contrários, com impacto considerável,<br />
através das novas tecnologias em rede. O grande desafio é potencializar os canais que surgem<br />
com ações não pontuais, mas sistemáticas, buscando consolidar o debate político, em diálogo<br />
com o acadêmico, e encaminhar à prática as propostas. As resistências vêm saindo do silêncio<br />
como bem coloca Mcchesney (2004, p. 241).<br />
Parece que a despolitização promovida pelo neoliberalismo e pela mídia<br />
comercial está se chocando contra a dura realidade de exploração,<br />
desigualdade e falência da política e da cultura capitalistas vivida por parte<br />
significativa da população. Assim como toda a resistência organizada ao<br />
capitalismo pareceu ter sido pisoteada agora ameaça ressurgir do pó. Isto<br />
leva à minha questão final. O que chama a atenção é que os movimentos<br />
políticos progressistas e antineoliberais de todo o mundo estão incluindo<br />
cada vez mais a questão da mídia em suas plataformas políticas.<br />
Não só a questão da mídia, mas a discussão da sociedade civil internacional na CMSI<br />
foi mais além, avançando para questões estruturais. A plataforma sobre os direitos à<br />
comunicação postula mudanças em toda a lógica do globalismo, da globalidade e da<br />
globalização. <strong>Um</strong> ensaio do que poderá ser futuramente uma segunda edição da NOMIC e da<br />
NOEI, agora, diferentemente de outrora, com um maior protagonismo da sociedade civil