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A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

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Embora respeitando as diferenças de realidades sociais, políticas, econômicas e<br />

culturais, o Relatório deixa evidente a necessidade de se estabelecer alguns princípios<br />

universais que estejam balizados pela luta por menos opressão e mais eqüidade, como reduzir<br />

a comercialização da comunicação e fortalecer as identidades culturais. Em um cenário de pós<br />

Guerra Fria, com a saída dos Países socialistas das frentes de poder político e econômico, o<br />

capitalismo passa por um processo de reestruturação, dando início a era neo-liberal, que<br />

consolida a tendência mundial da globalização: um mundo sem fronteiras para a comunicação<br />

e, por conseguinte, para as economias e culturas. A doutrina do presente tentou apagar o<br />

passado, mas, dez anos depois da publicação do documento da UNESCO, as demandas que<br />

pareciam tão velhas, estavam bastante novas.<br />

1.6 Resoluções da década de 1990<br />

O fim do comunismo ou socialismo real e as brutais desigualdades geradas pelo<br />

capitalismo globalizado encerravam uma guerra aparentemente sem vencedores. A queda do<br />

muro de Berlim terminou por marcar o triunfo absoluto de uma das ideologias totalizantes, ou<br />

seja, do capitalismo neoliberal, do mercado livre de entraves burocráticos, das indústrias<br />

culturais, da liberdade de pensamento e expressão do indivíduo e da livre circulação da<br />

informação das empresas, enfim do projeto de democracia ocidental. No mundo das idéias<br />

começava uma busca incessante por sair da crise que anunciava, por um lado, o fim da<br />

política, das ideologias, das utopias, da história; e, por outro, o início da busca por alternativas<br />

ao projeto político, ideológico e utópico de modernidade então hegemônico. O campo da<br />

comunicação inseri-se em meio as incertezas, contradições, ambigüidades e ambivalências da<br />

década. Mattelart (2005, p.189-190) observa que:<br />

114<br />

Diante da derrocada da ideologia racionalista do progresso linear e contínuo,<br />

a comunicação assumiu seu lugar e anuncia-se como parâmetro por<br />

excelência da evolução da humanidade, num momento histórico rico em que<br />

ela busca desesperadamente um sentido para seu futuro. As visões<br />

contrastantes das problemáticas da comunicação e de seus atores tendem,<br />

nesse contexto, a desaparecer do horizonte teórico. É certo que, como diz<br />

Georges Balandier, na voga que multiplica as pesquisas a incidir no<br />

cotidiano, o importante é o movimento dos espíritos [...]. As ciências do<br />

homem e da sociedade aproximaram-se, assim, do ‘sujeito comum’. Mas,<br />

nesse trajeto, certas questões sobre a relação entre os intelectuais e a<br />

sociedade se apagaram. A crise das utopias e das alternativas atingiu a noção<br />

de trabalho crítico. Todos os que trabalham com a mídia encontram-se hoje<br />

afetados pelo positivismo administrativo, por esse novo utilitarismo<br />

estimulador da pesquisa de ferramentas epistemológicas que permitam a

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