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A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

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[...] a atitude liberal ‘politicamente correta’ atual, que percebe a si mesma<br />

como superando as limitações de sua identidade étnica (‘cidadão do mundo’<br />

sem âncoras em nenhuma comunidade étnica particular), funciona, dentro de<br />

sua própria sociedade, como reduzido círculo elitista de classe média alta<br />

em nítida oposição à maioria das pessoas comuns, desprezadas por estarem<br />

presas dentro de seus estreitos limites étnicos ou comunitários (ZIZEK,<br />

2005, p. 37).<br />

Mas a própria mecânica estruturadora do multiculturalismo, como instrumento<br />

ideológico do capital – apagamento das diferenças para uma vida de paz e sem conflitos - não<br />

impediria outras experiências? Mesmo assim, em um cenário tão adverso ao uso do conceito<br />

de multiculturalismo como alternativa emancipatória, algumas respostas progressistas<br />

surgiram compreendendo que seria possível caracterizar o multiculturalismo de outra forma.<br />

O que não significou a superação das contradições e tensões internas apontadas pelos críticos<br />

(SANTOS; NUNES, 2003, p. 33).<br />

De fato, a expressão pode continuar a ser associada a conteúdos e projetos<br />

emancipatórios e contra-hegemônicos ou a modos de regulação das<br />

diferenças no quadro de exercício da hegemonia nos Estados-nação ou em<br />

escala global. É importante, por isso, especificar as condições em que o<br />

multiculturalismo como projeto pode assumir um conteúdo e uma direção<br />

emancipatórios. As versões emancipatórias do multiculturalismo baseiam-se<br />

no reconhecimento da diferença e do direito à diferença e da coexistência ou<br />

construção de uma vida em comum além de diferenças de vários tipos.<br />

Outras preocupações alavancaram as discussões para um novo marco de<br />

entendimentos que tentava superar as desgastadas experiências multiculturalistas. As guerras<br />

civis, a potencialização da cultura como mercadoria, o terrorismo, enfim a globalização já não<br />

conseguia conter, com as políticas multiculturais vigentes, as tensões e os conflitos gerados<br />

pelo despertar, em vários lugares do mundo, de culturas que não se admitiam mais caladas.<br />

Na 31ª Conferência Geral, em setembro de 2001, a UNESCO aprovou, por<br />

unanimidade, a Declaração Universal sobre Diversidade Cultural. Realizada logo após os<br />

atentados de 11 de setembro, a Declaração afirma que “A riqueza cultural do mundo reside<br />

em sua diversidade em diálogo”, ou seja, sua diversidade em comunicação. Em 20 de outubro<br />

de 2005, na sua 33° reunião internacional, foi aprovada a Convenção sobre a Proteção e<br />

Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, embora neste caso dois Países tenham

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