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A COMUNICAÇÃO COMO DIREITO HUMANO: Um ... - DHnet

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etapa, que chega até nossos dias 27 , denominada por alguns de ‘etapa pós-MacBride [...],”<br />

(GIFREU, 1986, p.9, tradução nossa). E pode-se acrescentar a quarta etapa, de 1990 a 2005,<br />

com o término da segunda fase da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação. A divisão<br />

ilustra apenas as características mais essenciais de cada período, pois considera-se a interrelação<br />

entre todos esses momentos.<br />

O debate internacional da comunicação é um debate essencialmente<br />

contemporâneo e substancialmente político. Forma-se com o<br />

desenvolvimento da segunda Guerra Mundial, nasce com a vitória dos<br />

Aliados e a emergência da nova potencia hegemônica que são os Estados<br />

Unidos da América, cresce ao longo do pós-guerra em meio marcado pela<br />

guerra fria e pelo processo de descolonização, e chega aos anos setenta em<br />

plena crise de puberdade e de crescimento, para culminar nos oitenta com<br />

um grau de maturidade já notável. O informe MacBride, terminado e<br />

aprovado em 1980, poderia simbolizar este ponto de variação no avanço,<br />

globalização e internacionalização da discussão da comunicação e<br />

informação. E quando em 31 de dezembro de 1984 os Estados Unidos<br />

decidem concretizar a decisão de abandonar a UNESCO, parece cumprir-se<br />

este primeiro ciclo de maturidade do debate. (GIFREU, 1986, p.7, tradução<br />

nossa)<br />

Portanto, a análise das resoluções pode trazer à tona, consciente de ser uma pretensão<br />

introdutória, alguns dos problemas suscitados ontem que ainda podem ser ou não<br />

contemporâneos nas discussões atuais, ou que simplesmente foram elementos afins na<br />

construção, em andamento, da afirmação histórica da comunicação como direito humano.<br />

Tampouco existe o propósito de aportar todas as questões suscitadas à época, nem estabelecer<br />

um diagnóstico doutrinário ou conclusivo desse momento político e teórico do diálogo da<br />

comunicação com os direitos humanos. É fundamental sim apontar características do discurso<br />

que possibilitaram ou não esse intercâmbio – como através da evolução das terminologias<br />

sobre o tema da comunicação, utilizadas nas divisões das temáticas tratadas pela UNESCO<br />

nas resoluções; a inter-relação com os contextos das teorias da comunicação e com os demais<br />

documentos de direitos humanos em fase de afirmação histórico/social e positivação – e<br />

perceber o quanto de mudanças conceituais, encaminhamentos políticos, econômicos,<br />

culturais e ideológicos delinearam esse diálogo.<br />

27 O autor refere-se a meados dos anos de 1986, quando da publicação do livro citado.<br />

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