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Tradução de Ana Faria e Isabel Andrade - Saída de Emergência

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No dia seguinte peguei numa faca afi ada e <strong>de</strong>sbastei as extremida<strong>de</strong>s<br />

dos dois pedaços <strong>de</strong> osso. Em seguida, com muito cuidado, fi z duas<br />

incisões estreitas e alongadas nos punhos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Hywelbane.<br />

Issa foi até Caer Sws e trouxe uma porção <strong>de</strong> gru<strong>de</strong>, que passámos<br />

pelo fogo. Quando fi cou claro que as duas incisões coincidiam exatamente<br />

com a confi guração dos fragmentos <strong>de</strong> osso, enchemos as incisões com o<br />

gru<strong>de</strong> e encaixámos os dois fragmentos no punho da espada. Retirámos<br />

o excesso <strong>de</strong> gru<strong>de</strong> e envolvemos os pedaços colados com faixas feitas <strong>de</strong><br />

tendões, apertando-as bem para que os fragmentos <strong>de</strong> osso fi cassem bem<br />

incrustados na ma<strong>de</strong>ira.<br />

— Parece marfi m — disse Issa com admiração quando o trabalho fi -<br />

cou concluído.<br />

— Pedaços <strong>de</strong> osso <strong>de</strong> porco — <strong>de</strong>smenti eu, embora os dois pedaços<br />

<strong>de</strong> osso evocassem realmente o marfi m e conferissem a Hywelbane<br />

uma aparência distinta. O nome da espada <strong>de</strong>rivava do seu primeiro dono,<br />

Hywel, o criado <strong>de</strong> Merlim que me iniciara no manuseio das armas.<br />

— Mas os ossos têm magia? — perguntou Issa, ansiosamente.<br />

— A magia <strong>de</strong> Merlim — respondi-lhe, sem adiantar mais explicações.<br />

Cavan veio ter comigo ao meio-dia. Pousou um dos joelhos sobre a<br />

relva e curvou a cabeça, mas não falou. Nem precisava <strong>de</strong> o fazer, pois eu<br />

conhecia os motivos da sua vinda.<br />

— És livre <strong>de</strong> partir, Cavan — disse-lhe. — Liberto-te do teu juramento.<br />

Ele ergueu os olhos e fi tou-me. A libertação <strong>de</strong> um juramento, porém,<br />

era algo <strong>de</strong>masiado difícil para que ele fosse capaz <strong>de</strong> dizer fosse o que fosse.<br />

Sorri-lhe, então.<br />

— Já não és um jovem, Cavan — disse eu, — e mereces servir um senhor<br />

que te ofereça ouro e conforto, em vez <strong>de</strong> uma Estrada Sombria e <strong>de</strong><br />

uma vida <strong>de</strong> incertezas.<br />

— Tenho uma cisma, senhor — conseguiu, fi nalmente, dizer. — Morrer<br />

na Irlanda.<br />

— Para que possas estar com os teus?<br />

— Sim, senhor. Mas não posso regressar como um homem pobre.<br />

Preciso <strong>de</strong> ouro.<br />

— Queima o teu escudo, nesse caso — aconselhei-o.<br />

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