13.04.2013 Views

Tradução de Ana Faria e Isabel Andrade - Saída de Emergência

Tradução de Ana Faria e Isabel Andrade - Saída de Emergência

Tradução de Ana Faria e Isabel Andrade - Saída de Emergência

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Nimue ter usurpado o seu lugar, e embora Morgana odiasse Nimue, nunca<br />

pensei que o seu ódio se esten<strong>de</strong>sse também a Merlim.<br />

— Morgana — disse ele, num tom inexpressivo. — Espalhou uma<br />

mentira por toda a Bretanha. Segundo ela, os Deuses opõem-se à minha<br />

<strong>de</strong>manda e eu estou con<strong>de</strong>nado a sair <strong>de</strong>rrotado; e a minha morte arrastará<br />

também a morte <strong>de</strong> todos os meus companheiros. Sonhou com esta história<br />

e o povo simples acredita nos sonhos <strong>de</strong>la. Estou velho, diz ela, fraco e<br />

doido.<br />

— Ela diz — interveio Nimue, suavemente — que serás morto por<br />

uma mulher, não por Diwrnach.<br />

Merlim encolheu os ombros.<br />

— Morgana está a fazer o seu próprio jogo, que ainda não compreendo.<br />

Remexeu <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um dos bolsos da túnica e tirou uma mão-cheia<br />

<strong>de</strong> erva seca atada num nó. Todos os caules pareciam iguais aos meus olhos,<br />

mas ele estudou-os e escolheu um que esten<strong>de</strong>u na direção <strong>de</strong> Ceinwyn.<br />

— Liberto-vos do vosso juramento, senhora.<br />

Ceinwyn olhou-me <strong>de</strong> soslaio e <strong>de</strong>pois tornou a fi xar a erva.<br />

— Ainda i<strong>de</strong>s tomar a Estrada Sombria, senhor? — perguntou ela a<br />

Merlim.<br />

— Sim.<br />

— Mas como i<strong>de</strong>s encontrar o Cal<strong>de</strong>irão sem mim?<br />

Encolheu os ombros, mas não respon<strong>de</strong>u.<br />

— E como i<strong>de</strong>s encontrá-lo com ela? — perguntei eu, pois ainda não<br />

tinha percebido a razão porque <strong>de</strong>veria ser uma virgem a encontrar o Cal<strong>de</strong>irão,<br />

ou por que motivo essa virgem tinha <strong>de</strong> ser Ceinwyn.<br />

Merlim tornou a encolher os ombros.<br />

— O Cal<strong>de</strong>irão — disse — sempre foi guardado por uma virgem. É-o<br />

neste momento, se a informação dos meus sonhos está correta, e só outra<br />

virgem po<strong>de</strong>rá revelar o local on<strong>de</strong> ele se encontra escondido. Sonhareis<br />

com ele — disse para Ceinwyn — se estiver<strong>de</strong>s disposta a vir comigo.<br />

— Irei, senhor — disse Ceinwyn, — tal como vos prometi.<br />

Merlim tornou a guardar a erva <strong>de</strong>ntro do bolso antes <strong>de</strong> passar novamente<br />

as suas longas mãos pelo rosto.<br />

— Partimos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> dois dias — anunciou, sem ro<strong>de</strong>ios. — Têm<br />

<strong>de</strong> cozer pão, embalar carne e peixe secos, afi ar as vossas armas e certifi carem-se<br />

<strong>de</strong> que têm peles sufi cientes para enfrentar o frio.<br />

Olhou para Nimue.<br />

— Dormiremos em Caer Sws. Vem.<br />

— Po<strong>de</strong>is fi car aqui — sugeri.<br />

— Tenho <strong>de</strong> falar com Iorweth. — Pôs-se <strong>de</strong> pé e a sua cabeça fi cou<br />

96

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!