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A reconstrução da identidade em A jangada de pedra, de José ...

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que os procedimentos <strong>da</strong> ciência se faz<strong>em</strong> presentes nos termos “tese”. “<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>”,<br />

“rigor” e “probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>”.<br />

Uma outra tese <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> que o avanço <strong>da</strong> península, ou, com mais<br />

rigor, a sua progressão [...] far-se-á, <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez, <strong>em</strong> novo ângulo recto, o<br />

que ipso facto, permite admitir a espantosa probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> do regresso<br />

<strong>da</strong> península ao ponto <strong>de</strong> parti<strong>da</strong>. 18<br />

Porém o estado <strong>de</strong> disjunção <strong>de</strong> Portugal e Espanha com a Europa não vai<br />

ser mais negado no <strong>de</strong>correr do romance, no qual se <strong>de</strong>screve a sucessão <strong>de</strong><br />

movimentos <strong>de</strong>sta “massa <strong>de</strong> terra e <strong>pedra</strong>” mar a<strong>de</strong>ntro.<br />

2.3 Sintaxe narrativa<br />

Tendo-se <strong>em</strong> vista a sintaxe no nível narrativo, po<strong>de</strong>-se afirmar que o mesmo<br />

tipo <strong>de</strong> relação-função que ocorre entre os actantes no plano coletivo,<br />

respectivamente Península e Europa, ocorre também no individual, ou seja, entre as<br />

personagens e seus valores tradicionais. 19<br />

De acordo com Joseph Courtés, 20 <strong>em</strong> s<strong>em</strong>iótica narrativa, o enunciado<br />

el<strong>em</strong>entar se <strong>de</strong>fine como a relação-função (= F) entre actantes. Destes,<br />

preliminarmente, <strong>de</strong>stacam-se sujeito (= S) e objeto (= O), que só exist<strong>em</strong> como tais<br />

na relação e pela relação que entretêm mutuamente. Esta relação é <strong>de</strong> natureza<br />

não-simétrica, ou seja, é orienta<strong>da</strong> do sujeito para o objeto e não inversamente, e é<br />

representa<strong>da</strong> <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

F (S,O)<br />

18 A janga<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>pedra</strong>, p.238.<br />

19 Vale esclarecer que não é objetivo <strong>de</strong>ste trabalho analisar os estados e as transformações <strong>de</strong><br />

ca<strong>da</strong> personag<strong>em</strong> individualmente, mas sim <strong>de</strong>screvê-los <strong>de</strong> modo generalizado, levando-se <strong>em</strong><br />

conta apenas os aspectos <strong>em</strong> que estes apresentam um percurso paralelo ao do programa<br />

narrativo cumprido pelo sujeito actancial <strong>de</strong> caráter coletivo, isto é, pela Península Ibérica.<br />

20 COURTÉS, Joseph. Analyse sémiotique du discours: <strong>de</strong> l’énoncé à l’énonciation. Paris,<br />

Hachette, 1991, pp. 76-8.<br />

16

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