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Blogs íntimos: percursos no contexto discursivo do meio - ECA-USP

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Observa<strong>do</strong>s os diversos pla<strong>no</strong>s textuais que compõem o pa<strong>no</strong>rama das formas de<br />

identificação e subjetivação <strong>no</strong>s diários virtuais <strong>íntimos</strong>, parte-se para as considerações<br />

analíticas a respeito da colocação <strong>do</strong> sujeito <strong>no</strong> espaço e <strong>no</strong> tempo <strong>do</strong> discurso,<br />

empregan<strong>do</strong> o mesmo méto<strong>do</strong> de análise especifica<strong>do</strong> anteriormente. Optou-se<br />

pela organização da problemática <strong>do</strong> espaço e <strong>do</strong> tempo em um capitulo único, por<br />

julgarmos que ambos os conceitos estão necessariamente entrelaça<strong>do</strong>s, tanto em<br />

termos teóricos quanto empíricos.<br />

V.1 - tEMPO FÍSICO E LINgüÍStICO<br />

Abordar o tempo e a memória como objetos de estu<strong>do</strong> pode apontar para diversos<br />

enfoques, alguns tratan<strong>do</strong> <strong>do</strong>s aspectos sociológicos e históricos, outro buscan<strong>do</strong> os<br />

mistérios que psicologia e a filosofia podem ajudar a revelar sobre a temporalidade<br />

e a memória. Assim, tratar os diários virtuais <strong>íntimos</strong> como artefato de pesquisa<br />

conduz a uma dupla compreensão: a de que eles fazem parte de estu<strong>do</strong>s que entrelaçam<br />

conceitos como memória, temporalidade e história e de que atuam também<br />

como instrumentos <strong>do</strong> dever de preservar a memória, salvar o passa<strong>do</strong> e resgatar<br />

tradições, falas e vidas.<br />

À pré-história da relação espaço-tempo corresponde ao que Sennett de<strong>no</strong>mina<br />

cultura pré-moderna, na qual as maneiras de calcular o tempo que constituía a base<br />

da vida cotidiana vinculava-o necessariamente ao lugar, já que “ninguém poderia dizer<br />

a hora <strong>do</strong> dia sem fazer referência a outros marca<strong>do</strong>res socioespaciais: “quan<strong>do</strong>”<br />

era quase, universalmente, ou conecta<strong>do</strong> a “onde” ou identifica<strong>do</strong> por ocorrências<br />

naturais regulares” (Giddens, 1991:25). Nesse perío<strong>do</strong>, o tempo físico estava liga<strong>do</strong><br />

à capacidade de carga humana, sen<strong>do</strong> defini<strong>do</strong> espacialmente e medi<strong>do</strong> em termos<br />

de sazonalidade. O relógio mecânico, cria<strong>do</strong> <strong>no</strong> final <strong>do</strong> século XIII, torna-se um<br />

marco importante para a transição das sociedades tradicionais para as modernas,<br />

pois basea<strong>do</strong> não <strong>no</strong> tempo sazonal, mas num tempo social e artificial. A influência<br />

<strong>do</strong> relógio na percepção <strong>do</strong> tempo é ilustrada pelo enuncia<strong>do</strong>r de Recordar, Repetir<br />

e Elaborar:<br />

A influência <strong>do</strong>s relógios sobre a percepção <strong>do</strong> tempo<br />

Dec 13th, 2008 by camilalpav.<br />

CAPITuLO V<br />

ESPAçO E TEMPO<br />

Da<strong>no</strong>u-se. Eu estava pronta para começar a escrever um trabalho. Já tinha li<strong>do</strong><br />

tu<strong>do</strong> o que queria para enfim fazê-lo. Quer dizer, quase: faltava só um capítulo<br />

de tese. Hoje resolvi dar uma olhada nisso só por desencargo, pois ele trata <strong>do</strong>

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