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Blogs íntimos: percursos no contexto discursivo do meio - ECA-USP

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mesmo soneto que escolhi para analisar, o “Represéntase la brevedad de lo que<br />

se vive y cuán nada parece lo que se vivió” de Queve<strong>do</strong>.<br />

E aí o capítulo é tão bom que dá até desânimo. Já não tenho mais nada a dizer. O<br />

autor da tese disse tu<strong>do</strong>.<br />

Para não falar na raiva de só ter li<strong>do</strong> o texto dele hoje. Porque eu li vários<br />

outros capítulos e artigos sobre Queve<strong>do</strong>, o tempo, o neo-estoicismo e que-tais.<br />

Nenhum, nem de longe, tão bom quanto esse.<br />

Então enquanto vou dan<strong>do</strong> um jeito de reorganizar tu<strong>do</strong> o que já li em função <strong>do</strong><br />

texto <strong>no</strong>vo, fiquem com um trecho que me causou aquela velha surpresa tipo oh,<br />

isso que eu achava que era da<strong>do</strong> e natural na verdade é um processo histórico<br />

com uma data de nascimento precisa:<br />

“La percepción autó<strong>no</strong>ma de las horas guarda relación con los inventos del reloj<br />

mecánico, a finales del siglo XIII, y del de arena en el XV. Surgió entonces una<br />

idea nueva del tiempo que ya <strong>no</strong> era bíblica ni cualitativa. El reloj mecánico<br />

reforzó la ideal del tiempo lineal que aísla el pasa<strong>do</strong> y el futuro dejan<strong>do</strong> el tiempo<br />

reduci<strong>do</strong> a un punto que se desliza sin cesar por la línea que conecta el pasa<strong>do</strong><br />

y el presente, y que transforma el futuro en pasa<strong>do</strong>. El presente se vuelve<br />

efímero, irreversible e inaprensible. El hombre se encontró con el hecho de que<br />

el tiempo - de cuya marcha antes sólo se percataba cuan<strong>do</strong> ocurrían ciertos<br />

acontecimientos - <strong>no</strong> se detiene nunca. (…) De ser propiedad de Dios el tiempo<br />

pasa a ser propiedad del hombre pero, paradójicamente, una propiedad con un<br />

transcurrir independiente del hombre. El tiempo será una categoría autó<strong>no</strong>ma,<br />

liberada de su conteni<strong>do</strong> objetivo, material; <strong>no</strong> tendrá ya el aspecto de las<br />

figuraciones naturales y antropomórficas, volven<strong>do</strong>se neutro, emancipa<strong>do</strong> de los<br />

sujetos que lo viven y que le prestan su conteni<strong>do</strong> emocional.” (pp. 158-159)<br />

Eu sabia que os ameríndios, por exemplo, tinham uma concepção circular <strong>do</strong><br />

tempo, bem como outros povos não-ocidentais. Mas os europeus, eu achava<br />

que eles viam o tempo como uma linha reta que passa-e-não-volta-nunca-mais<br />

desde, er, desde sempre.<br />

O autor é Hernan Sanchez e sua tese se chama Tiempo, muerte y Dios en la<br />

poesía de Queve<strong>do</strong>.<br />

Comments on “A influência <strong>do</strong>s relógios sobre a percepção <strong>do</strong> tempo”<br />

#3<br />

Dani on Dec 15th, 2008 at 5:10 am Quan<strong>do</strong> fiz o meu hiking na Espanha por 2<br />

meses, o tempo se tor<strong>no</strong>u algo diferente. Mais imediato e, ao mesmo tempo,<br />

imensuravel. A unica proecupacao real era com a chegada da <strong>no</strong>ite, por razoes<br />

obvias: a necessidade de encontrar abrigo e alimento. Quanto mais o tempo<br />

passava, me<strong>no</strong>s ele tinha importancia, e as ansiedades cotidianas tambem iam<br />

se desfazen<strong>do</strong>. Foi muito violento o retornar ah civilizacao. Estava me lembran<strong>do</strong><br />

de um livro engracadissimo, How To Be Idle, de Tom Hodgkinson, em que ele diz<br />

que devemos a divisao <strong>do</strong> tempo, este <strong>do</strong> bater cartao, ah Revolucao Industrial.<br />

Que antes, as pessoas tinham horarios me<strong>no</strong>s fixos, o mais importante era o<br />

concluir das tarefas. Beijocas!<br />

#4<br />

camilalpav on Dec 15th, 2008 at 6:44 pm Ju, que fofa você! Lin<strong>do</strong> aquele texto<br />

<strong>do</strong> Doni, né? Só que eu nem lembro o que comentei… Sei que tinha alguma coisa<br />

a ver com leite… :) Beijos! Francisco, esse seu comentário sobre a perda de<br />

tempo me fez pensar <strong>no</strong> seu post de hoje, e <strong>no</strong> vazio em que ele termina… Mas<br />

146 | BLOgS ÍNtIMOS: PERCuRSOS DE SENtIDO NO CONtEXtO DISCuRSIVO DO MEIO DIgItAL

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