12.05.2013 Views

Blogs íntimos: percursos no contexto discursivo do meio - ECA-USP

Blogs íntimos: percursos no contexto discursivo do meio - ECA-USP

Blogs íntimos: percursos no contexto discursivo do meio - ECA-USP

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

constituição interdiscursiva. É também polifônico, marca<strong>do</strong> por vozes dissonantes<br />

cujo autor busca silenciar em <strong>no</strong>me de um efeito de senti<strong>do</strong> mo<strong>no</strong>fônico. A problemática<br />

<strong>do</strong> interdiscurso, central <strong>no</strong> desenvolvimento histórico e teórico da Análise<br />

<strong>do</strong> Discurso está inserida nesse <strong>contexto</strong>.<br />

Assim, a Teoria da Enunciação (e conceitos subseqüentes, como a relação<br />

enuncia<strong>do</strong>/enunciação, debreagem, embreagem, actorialização, temporalização e<br />

espacialização e efeitos de senti<strong>do</strong> de objetividade e subjetividade) e a Análise <strong>do</strong><br />

Discurso (da qual emergiam conceitos como formações ideológicas e formações<br />

discursivas, condições de produção <strong>do</strong> discurso, interdiscursividade, cena enunciativa<br />

e ethos) devem proporcionar um tratamento de enfoque <strong>discursivo</strong> a temas<br />

como identidade, subjetividade, memória e público/priva<strong>do</strong>.<br />

A Teoria da Enunciação e a Análise <strong>do</strong> Discurso também provêm o estu<strong>do</strong> com<br />

ferramentas que favorecem a compreensão das relações de gênero entre os diários<br />

virtuais <strong>íntimos</strong> e outros gêneros autobiográficos, consideran<strong>do</strong> suas especificidades,<br />

como a constante presença <strong>do</strong> outro, explícita ou implícita, e a presença de<br />

cenas enunciativas diversas.<br />

Também em conseqüência das características <strong>do</strong>s <strong>meio</strong>s digitais, bem como <strong>do</strong><br />

gênero <strong>do</strong>s diários virtuais <strong>íntimos</strong>, outro componente <strong>discursivo</strong> de elevada importância<br />

deve ser considera<strong>do</strong>: há uma distância, tanto temporal quanto espacial entre<br />

a escrita e a atualização na leitura, o que impossibilita qualquer outra perspectiva<br />

que não explore a relação entre enuncia<strong>do</strong> e enunciação. A construção <strong>do</strong> labirinto,<br />

pelo seu arquiteto, desde seu projeto inicial, leva em consideração os caminhos da<br />

leitura pelo viajante <strong>do</strong> ciberespaço, ten<strong>do</strong> em vista o ethos e os efeitos de senti<strong>do</strong><br />

que deseja que sejam traduzi<strong>do</strong>s nessa atualização.<br />

NOME E EStRutuRA DA DISSERtAçãO<br />

Aqui convém explicitar a necessidade de modificar o <strong>no</strong>me da dissertação: se,<br />

antes esteve composto por “Diários de vitrine”: caminhos comunicativos <strong>no</strong> <strong>contexto</strong><br />

<strong>discursivo</strong> <strong>do</strong> <strong>meio</strong> digital, durante o processo de desenvolvimento da problemática<br />

teórica, bem como de análise <strong>do</strong> corpus optou-se pelo aban<strong>do</strong><strong>no</strong> <strong>do</strong> termo caminhos<br />

comunicativos, visan<strong>do</strong> delimitar a perspectiva discursiva da pesquisa com a expressão<br />

<strong>percursos</strong> de senti<strong>do</strong>. Também a designação “diários de vitrine” foi substituída<br />

por blogs <strong>íntimos</strong>, dada a ampliação da problemática teórica com o tripé conceitual<br />

identidade, público-priva<strong>do</strong> e memória.<br />

A primeira parte da dissertação, destinada às fundamentações teóricas <strong>do</strong> objeto<br />

em questão, está constituída por três capítulos.<br />

No capítulo I efetua-se a inserção <strong>do</strong> objeto de pesquisa <strong>no</strong> <strong>contexto</strong> das mídias<br />

digitais, diferencian<strong>do</strong>-se formatos, conteú<strong>do</strong>s e funcionalidades <strong>do</strong>s blogs,l com a<br />

finalidade de definir conceitualmente os diários virtuais <strong>íntimos</strong>, tanto como ferramenta<br />

de publicação quanto como instrumento das mídias sociais, partin<strong>do</strong> de<br />

classificações e ordenações realizadas por estu<strong>do</strong>s da área da cibercultura <strong>no</strong> país.<br />

Também as especificidades das mídias digitais, entre elas o hipertexto, a virtualização<br />

e a interatividade, são explanadas com o objetivo de desenvolver, conseqüentemente,<br />

um modelo das formas de interações perceptivas e cognitivas <strong>no</strong> labirinto<br />

hipertextual.<br />

No capítulo II são estabelecidas as bases lingüísticas e discursivas para o estu<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> objeto. Designa<strong>do</strong>s como experiência de linguagem, os diários virtuais <strong>íntimos</strong><br />

reproduzem as múltiplas condições <strong>do</strong> huma<strong>no</strong>, como ser social, histórico e psicológico,<br />

favorecen<strong>do</strong> a emergência de interpretações narrativas da realidade que tem<br />

como alvo o discurso <strong>do</strong> outro.<br />

INtRODuçãO | 9

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!