124A associação era um dos pilares da EFA, tão enfatizado nas viagens feitasaos estados brasileiros do ES, BA e MG antes e depois da fundação da AGEFA,embora isso pareça ter sido minimamente compreendido apenas após meados dosegundo ano da EFASC, depois de muita formação e inúmeros debates sobre osrumos da escola. Principalmente com a vinda semestral de Sérgio Zamberlan, quesempre enfatizava esse pilar em especial. A associação local, dentro da concepçãoda Pedagogia da Alternância tem por fundamento a presença das famíliasefetivamente na vida escolar, já que a associação mantém a escola e os seusrumos, enquanto educandário.As famílias passam a participar do processo formativo-associativo doCEFFA, na medida em que desenvolvem algumas condições básicas, comoum interesse pessoal, uma consciência de grupo e o exercício do poder. Ospais e outras pessoas da localidade precisam descobrir que o centroeducativo lhes traz alguma vantagem, além do fato de proporcionarinstrução aos próprios filhos e jovens da região. Supõe-se que elesacreditem na agricultura, que a vejam como tendo futuro. Ou, por outro lado,que a escola ajuda os jovens a vencerem na vida. Estes aspectos nãodependem apenas do centro educativo, mas do contexto sócio-econômico epolítico da região e do país. Sem este “mínimo de crédito”, a maioria não vêvantagens em formar jovens para ficarem no meio rural. Por outro lado, épreciso que a escola comprove que é capaz de proporcionar esta formação,pelo interesse e respeito que tem para com o meio rural a partir dosresultados concretos que aparecem na aprendizagem e na capacidade dereflexão dos (as) jovens. Para conseguir este objetivo, o centro educativo,precisa ser visto, pelas famílias, como importante e necessário e nãoapenas como “algo de bom”. A consciência de grupo ou coletiva existequando se expressa concretamente. Nossa experiência mostra que aescola, sozinha, tem certa dificuldade para movimentar as pessoas. 107A Associação Local representa a ligação entre as demandas familiares ecomunitárias dentro da escola, tencionando sempre o CEFFA a estar conectado coma realidade, para buscar construir alternativas frente às necessidades do meio emque está inserido. Desta forma o poder de decisão numa EFA recai basicamentesobre a sua Associação Local, daí a importância dos agricultores/pais estarem navanguarda dessa instituição, para que ela tenha compromisso com os principaisinteressados nesse processo de ensino-aprendizado, ou seja, as famílias,juntamente com os jovens. Do contrário, ausentes do CEFFA, outros interessespoderão se impor, tanto do setor público, como do privado ou dosprofessores/monitores, que podem não ser os mesmos dos agricultores e suascomunidades.107 ZAMBERLAN, 2003. p.72.
125Desta forma, na sua essência uma EFA é uma associação de famílias,pessoas e instituições que buscam solucionar a problemática comum (...) dodesenvolvimento local através de atividades de formação, principalmentedos jovens sem, entretanto excluir os adultos (...) as famílias e osprofissionais envolvidos estão comprometidos com a formação dos seusjovens. (...) não consiste numa associação de pais de alunos, como aquelasque existem em vários centros educativos do mundo todo, onde as famíliasse associam para dar apoio às atividades escolares (...) são associaçõespara o desenvolvimento local, onde não somente participam pais de alunoscomo outros atores presentes no meio. 108As famílias, bem como as comunidades e seus representantes, fazendo parteda Associação Local, servem principalmente para romper com a lógica refletida naeducação, onde os pais são meros coadjuvantes da formação, chamados somentepara festividades, contribuições financeiras ou quando há problemas disciplinaresnão resolvidos pela escola. Outros membros da comunidade sequer são lembradosna maioria dos casos, sendo a escola gestada por uma direção subordinada a umamantenedora, que tem a escola como sua propriedade, podendo intervir ao belprazer do(s) proprietário(s) e dos seus interesses ou do seu grupo social, seja naesfera privada ou na Estatal, não permitindo maior participação institucional daspessoas.Ela se encarrega das crianças de todas as classes sociais (...) lhes inculca,durante anos, (...) os saberes contidos na ideologia dominante (...) Por voltado 16º ano, uma enorme massa de crianças entra na “produção”, sãooperários ou pequenos camponeses. Uma outra parte da juventudeescolarizável (...) caminha para os cargos dos pequenos e médios quadros,empregados, funcionários pequenos e médios, pequenos burgueses detodo o tipo. Uma última parcela chega ao final do percurso, seja para cairnum semidesemprego intelectual, seja para fornecer além dos “intelectuaisdo trabalhador coletivo”, os agentes da exploração (capitalistas, gerentes)os agentes de repressão (militares, policiais, políticos, administradores) e osprofissionais da ideologia (padres de toda a espécie, que em sua maioriasão “leigos” convictos). 109Cabe a associação local de um CEFFA, a obrigação e o desafio de gestar aescola, bem como discutir com os demais entes que a compõem,professores/monitores e estudantes, os rumos do educandário com autonomia,sempre voltado ao meio em que está inserido. Dialogar com as forças sociais ao seuredor e desburocratizar os debates e ações, de forma coletiva e participativa, pois108 CALVÓ, Puig Pedro. Centros Familiares de Formação em Alternância. IN: Pedagogia daAlternância – Alternância e Desenvolvimento. I Seminário Internacional – Salvador – BA / 1999. 2. ed.p.17-18.109 ALTHUSSER, Louis. Aparelhos Ideológicos de Estado: nota sobre os aparelhos ideológicos deEstado (AIE). 2. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1985, p. 79.
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