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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO ...

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135Acreditamos ser importante exemplificar o que muitas vezes aconteceu naprática ao longo desses três anos: o jovem pesquisa com os avós/pais, que há 50anos produziam hortaliças e a alimentação em geral sem o uso de adubaçãoquímica, nem de venenos. Apenas usavam cinza, esterco animal e urina de vacacomo adubação. O estudante traz a pesquisa para o CEFFA e estuda os elementosquímicos, comprovando teoricamente o que a pesquisa na família lhe indicara.Assim o jovem retorna para casa para experimentar a plantação de milho sem o usode adubos químicos e venenos.A família muitas vezes discorda, afirmando que é “perda de tempo”, que “nãodá certo”, que “os tempos e a terra são outros”, enfim. O jovem negocia com a mãe,avó, avô (pois se constata que onde há maior resistência é na figura do pai, quemuitas vezes não aceita negociações) um espaço na horta para testar o plantio domilho conforme o método do jovem. Com o passar do tempo os 20 ou 30 pés demilho, plantados da forma que a família havia relatado há tempos, começam a darresultado, crescendo tão ou mais vistoso que os plantados convencionalmente.Então se dá o convencimento, o jovem comprova que além de menor custo eimpacto ambiental, ele consegue produzir tal como o avô há 50 anos, recuperandouma forma de plantio e um manejo de cultura que até então se julgava perdido como tempo. A satisfação normalmente é geral.Caso o experimento dê errado é mais uma forma de aprender, discutindo coma família e trazendo para a escola os passos no manejo da cultura, proporcionandoum novo momento de experimentação, até que se comprovem os estudos feitos.Não há uma regra, cada estudante encontra seu caminho no processo, mas oimportante é que acaba de consolidar um saber valiosíssimo, construído da formamais solidária possível, partindo do diálogo com a família, comunidade. Isso sóacontece pela perseverança em tentar, e “provar” aos seus que o conhecimento darealidade é tão importante quanto o acadêmico, e que isso precisa ser levado emconta.Nesse caso a comunicação se verifica entre sujeitos sobre algo que osmediatiza e que se “oferece” a eles como um fato cognoscível. Esse algo,que mediatiza os sujeitos interlocutores, pode ser tanto um fato concreto (asemeadura e suas técnicas, por exemplo) como um teorema matemático.Em ambos os casos, a comunicação verdadeira, não nos parece estar naexclusiva transferência ou transmissão de conhecimento de um sujeito a

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