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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DESENVOLVIMENTO ...

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33propriedade do patrão, onde o padre uma ou duas vezes por semana ensinava o“básico” para iniciação às letras e números.Somente após a década de 1930, as garantias constitucionais aparecemprevendo ensino no meio rural, surgindo a partir daí as escolinhas 33 públicas,multisseriadas interior afora, onde os estudantes tinham aula com um professor leigo(sem formação específica para lecionar), normalmente alguém da comunidade, commais “sabedoria”, mas que tinha o limite de basicamente alfabetizar e dominar asoperações básicas da matemática. Somente pós década de 60/70 esses professorespassam a fazer cursos intensivos de férias, obtendo certificação de magistério, sehabilitando para o ofício. Atualmente essas “escolinhas” estão desaparecendopaulatinamente do meio rural, dando espaço para escolas maiores, localizadas emcomunidades centrais, abrigando estudantes de várias comunidades do seuentorno. 34Até esse período, os meninos e meninas do campo, para continuarem seusestudos, invariavelmente, tinham de sair da casa dos pais, morarem com um parentena cidade ou matricular-se numa escola em regime de internato (isso quem podiabancar as passagens e outros custos adicionais), como exemplo a EEEF MuriloBraga de Carvalho, desativada desde 2008, em Santa Cruz do Sul / RS, assim comojá citamos a EETA em Viamão / RS, que forma técnicos agrícolas em ensino médio,recebendo há mais de 100 anos, estudantes de todo estado, na maioria vindos dointerior gaúcho, perdendo contato com a família, a tal ponto da grande maioriadepois de “formados” sequer voltarem para a casa dos pais, exceto em visitasesporádicas.Não muito difícil de acontecer, os pais escutarem do professor da escolamultisseriada (vizinho ou não): “Seu filho é inteligente; não pode ser deixado naroça; é preciso encaminhá-lo nos estudos. Vencerá na vida melhor que seu pai,33 O uso do termo “escolinhas” no diminutivo se dá com base em artigo de ARROYO, MiguelGonzalez. Políticas de formação de educadores(as) do campo. Cad. CE<strong>DE</strong>S vol.27 nº72 Campinas May/Aug, 2007.34 É possível ainda no Vale do Rio Pardo, devido a características de municípios-rurais percebermosa existência dessas “escolinhas” em comunidades retiradas dos “centros” ou de comunidadesmaiores. Essas escolas funcionavam com turmas de 1ª a 4ª séries, em alguns casos com pré-escolatambém. Atualmente, as que ainda restam funcionam com 5 turmas (1º a 5º anos), tendo umprofessor que atende simultaneamente todas as turmas, cuida da parte burocrática (direção escolar)além de cuidar da limpeza interna e externa da escola e outros prédios (pavilhão, banheiro...) e aindada alimentação dos estudantes.

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