156populações inteiras à desnutrição e à morte em decorrência da fome e amiséria. 137Não se pode negar que nesse contexto, sobretudo no final do mesmo séculoXX, questões ambientais conquistam espaço, as denúncias da pobreza no mundo, oadvento da internet e toda sua gama de possibilidades, que por muitas vezes colocaem cheque esse modelo de desenvolvimento puramente econômico-numérico.As necessidades atuais para compreensão do desenvolvimento construído avárias mãos, que respeite valores basilares como a democracia no sentido maispleno e, principalmente, uma melhor e digna condição de vida das pessoas éfundamental para a construção de uma sociedade rumo à justiça social. Devecompreender “um desenvolvimento socialmente includente, justiça social, resgatar efortalecer numa perspectiva de direitos à economia informal, o trabalho precário e otrabalho oculto, sustentabilidade ambiental e a integração política e cidadã nomundo deve prevalecer sobre a integração econômica”. 138Essa noção de desenvolvimento precisa dar conta da participação daspessoas nos rumos que a sociedade vai tomar daqui por diante. O Desenvolvimentodo Meio, dentro dos pilares dos CEFFAs, juntamente com Formação Integral, são osfins desse processo, que tem por meta alcançar esses fins a própria Alternância e aAssociação Local. Traz consigo na estrutura a participação direta das famílias noprocesso de ensino-aprendizado, envolvendo todos os atores da Pedagogia daAlternância: família – comunidade – escola, oportunizando possibilidades de estudosem todos os espaços e fazendo-o brotar das necessidades desses entes, na certezade que “estudar é uma forma de reinventar, de recriar, de reescrever – tarefa desujeito e não de objeto”. 139A “participação é um elemento imprescindível: as pessoas podem definir seupróprio destino e se ajudar mutuamente; não têm porque identificarem-se como137 ETGES, Virgínia Elisabeta. Desenvolvimento regional sustentável: o território como paradigma. IN:RE<strong>DE</strong>S - A revista do desenvolvimento regional. Vol. 10, n.3 (set/dez, 2005). Santa Cruz do Sul:Editora da UNISC, 2005. p.49.138 GRZYBOWSKI, Cândido. Planejar o desenvolvimento para que “um outro mundo seja possível”. IN:CASTRO, Ana Célia. LICHA, Antonio. PINTO JR. Helder Queiroz. SABOIA, João. Brasil emdesenvolvimento 2 – Instituições, políticas e sociedade. São Paulo: Civilização Brasileira. 2004.p.141-3.139 FREIRE, Paulo. Ação cultural para a liberdade. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1978. p.10.
157receptores passivos das prestações de engenhosos projetos de desenvolvimento,formulados sem a sua aprovação”. 140Agrega-se, ao fim específico da Pedagogia da Alternância, Desenvolvimentodo Meio, o conceito de Regional. A EFASC foi criada, para atender uma demandabasicamente da agricultura familiar, mais especificamente de jovens moradores domeio rural, de vários municípios do Vale do Rio Pardo, que buscam uma qualificaçãomaior na área da agricultura para, através desta, ter a possibilidade de avaliar a suapermanência na propriedade com qualidade.Assim, com os projetos profissionais desses estudantes desenvolvidosdurante a formação, tem a EFASC através deles, uma possibilidade de juntamentecom outras instituições, desenvolver atividades que possam repercutir no cenárioregional. A experimentação dos jovens, juntamente com suas famílias ecomunidades, sobre diversificação da produção, agregação de valor, adequação demanejo respeitando a natureza, organização de associações de produtores,participação em feiras rurais nos municípios de origens, desta forma, desconstruindoa lógica das necessidades individuais.O desenvolvimento local, enquanto desenvolvimento de um território acargo de sua própria população, supõe para as pessoas um marco deafirmação de seu sentimento de pertencer a certo território de identificaçãocom a necessidade de atender a sua renovação e melhora (...) o local nãodeve ser visto somente como mera demarcação administrativa ougeográfica, com características similares que traduzem uma problemáticasócio-econômica comum (...) se concebe como progresso econômico, mastambém, humano (liberdade, democracia, realização da pessoa).(...) apromoção e o progresso das pessoas, das famílias, das comunidades, asnações. 141Compreende-se que para satisfazer esse pilar, tão fundamental para aexistência e continuação de uma escola nesses moldes, é preciso que esta estejaem sintonia com o meio, que venha ao encontro daquilo que os agricultoresfamiliares e demais moradores do meio rural demandam.A associação local, sendo pautada e pautando discussões pertinentes àregião, seja da temática agrícola ou não, se envolvendo com outras instituiçõesassociativas, cooperativas, o poder público, enfim todos que devem estar envolvidosnesse debate, participando de uma rede aproximada, precisa saber das reais140GARCIA-MARIRRODRIGA, Roberto. CALVÓ, Pedro Puig. Formação em Alternância edesenvolvimento local: o movimento educativo os CEFFA no mundo. Belo Horizonte: O lutador, 2010.p.139.141 GARCIA-MARIRRODRIGA, 2010, p.141 -5.
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