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Currículo Permanente - Administração da Justiça: Gestão e Planejamento - 2007 Celso José de Campos _____________________________________________________________________________________________________ instintos insatisfeitos são as forças impulsionadoras das fantasias e cada fantasia é uma satisfação de desejos, uma retificação da realidade insatisfatória”. Para que a criação ocorra, a pessoa criativa deve ser inicialmente perturbada e frustrada por um problema ou uma situação que não pode manobrar. O pensamento criador principiaria, segundo os autores, com a percepção de um problema cuja solução se mostra incompleta. As soluções criativas, para eles, resultam, portanto, da liberação de energias necessárias à eliminação dessa angústia. Para Don Fabun 6 , o processo criativo se dá da seguinte maneira: a) desejo - a pessoa ou a organização devem, por qualquer razão, querer criar algo original; b) preparação - ou acumulação de dados, visa “tornar familiar o estranho”; c) manipulação - é uma tentativa de síntese, de juntar conceitos aparentemente não relacionados; d) incubação - o componente inconsciente do processo criador; e) antecipação - é o que chamamos de “aquecimento”, um sentimento de premonição, algo nos diz que o problema está prestes a ser resolvido; f) iluminação - a solução esperada; g) verificação - a confirmação da viabilidade da solução. Nessa direção caminha também Mañas (1993), quando afirma que o indivíduo possui uma estrutura intelectual, porém o que se deve considerar é que, para obter o processo criativo, o indivíduo deve utilizar todos os seus conhecimentos. Esclarece ele que sem conhecer, sem memorizar o conhecido, sem pensar de maneira divergente ou convergente sobre o conhecido, já memorizado e pensado, fica impossível criar. É fundamental, segundo o autor, colocar todas as ferramentas disponíveis no intelecto para acionar o processo de criação, sendo que este processo só é efetivado, quando efetivamente as pessoas necessitam atingir um objetivo, mesmo que esse objetivo não esteja claramente definido. O autor nos explica ainda que o processo de criação só é estabelecido a partir de uma seqüência de passos que alguns estudiosos determinam como temporais, sendo considerados como passos construtores de um processo de solução de problemas. Os passos para a consecução desse processo são, segundo o autor: 6 Don Fabun, em seu artigo no “The Journal of Communication Arts, V.10, No.3, 1968. 46
Currículo Permanente - Administração da Justiça: Gestão e Planejamento - 2007 Celso José de Campos _____________________________________________________________________________________________________ a) de sensibilização, onde o indivíduo percebe determinada situação como problemática; b) o de compreensão, onde o indivíduo processa os elementos necessários à melhor compreensão da situação; c) busca de idéias, onde procura alternativas possíveis para solucionar a situação problemática; d) crítica, onde o indivíduo finalmente, de posse de todas as alternativas, as avalia, com espírito crítico, utilizando a tomada de decisão para escolha daquela ou daquelas que julga a melhor ou as melhores. Nesse ponto indagamos: É possível treinar a criatividade numa pessoa? É possível fazer com que cada um de nós, através de algum processo consciente, passe a ser mais criativo do que é atualmente? Verificamos que alguns autores respondem a essas interrogações, alegando que criatividade não se ensina: o que se aprende é a maneira de pensar que faz surgir o potencial criativo existente em todas as pessoas. É isso que se espera de uma pessoa quando se dá a ela o treinamento para ser mais criativa. Recorrendo a Peter Drucker, em seu artigo “Landmarks of Tomorrow”, compete aos executivos facilitar a criatividade da empresa, com ênfase em algumas recomendações básicas, a saber: • criar condições para um aprendizado autogerador - isto é, para as pessoas que desejem ser criativas dentro da empresa obter estímulos em si mesmas, vindos de sua própria atitude; • evitar que o meio (gerência de nível médio) não seja autoritário em excesso; • pressionar para seu subordinado superaprender - isto é, não se contentar jamais com os estoques de conhecimentos referentes apenas à solução de um problema específico; • postergar os seus julgamentos (à medida do possível), mesmo quando já puder tê-los formado; • dividir com o seu pessoal as suas experiências, sem ciúmes profissionais nem superioridade; • estimular a flexibilidade intelectual, encarando a solução de qualquer problema sob várias formas; • encorajar a auto-avaliação do processo individual, permitindo que o próprio subordinado analise o seu trabalho e o seu desenvolvimento; • ajudar seu pessoal a tomar-se mais sensível; • prover freqüentemente oportunidades para que todos exercitem sua criatividade; 47
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