A ORGANIZAO INCONFORMISTA: Como identificar e transformar ...
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Currículo Permanente - Administração da Justiça: Gestão e Planejamento - 2007 Celso José de Campos<br />
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transmutou-se efetivamente em pena e como fator de alienação entre os homens e do<br />
homem com a natureza.<br />
Vergara & Branco( 1993) concordam com essa afirmação, oferecendo-nos uma<br />
expressão que só adquire sentido quando se considera a ação humana como elemento<br />
de contribuição relevante, quando declaram: “... no contexto das organizações, a<br />
fragmentação se manifesta através de relações hierárquicas fundamentadas na ilusão de<br />
supremacia do chamado trabalho intelectual sobre o braçal, através de especialização<br />
compartimentalizada e do desmembramento de tarefas levado a extremos”. Segundo os<br />
autores, tudo isso dá origem a um trabalho sem vida e desvinculado de suas relações<br />
com todo. Concluem, finalmente, ressaltando que esse fenômeno verificado, como não<br />
poderia deixar de ser, é um arranjo social baseado em valores e premissas que espelham<br />
a natureza segmentada de nosso universo interior.<br />
Recorrendo à História para buscar razões que conduzem à alienação do<br />
trabalhador, verificamos que, com a Revolução Industrial, deu-se origem ao surgimento<br />
de novas "castas" na sociedade, classificadas por Berger (1990) da seguinte maneira: a<br />
primeira, a classe das pessoas, cujo trabalho ainda provê ocasião para auto-identificação<br />
primária e comprometimento do indivíduo (condições favoráveis à auto-realização); a<br />
segunda classe coloca as pessoas que realizam trabalhos por elas percebidos como uma<br />
verdadeira ameaça a auto-identificação, uma opressão; a terceira se posiciona entre as<br />
duas, sendo uma classe cinza ou neutra onde as pessoas nem se regozijam nem sofrem.<br />
Nessa última, as pessoas vão "levando" o trabalho pelas outras coisas mais interessantes<br />
que este supre, conectadas à sua vida privada. Ressalta, porém, que essa última classe,<br />
comparada às outras, foi a que mais se expandiu durante a Revolução Industrial, com a<br />
racionalização do trabalho e a burocratização da máquina administrativa decorrentes da<br />
necessidade funcional do sistema industrial.<br />
<strong>Como</strong> para entrever o futuro é preciso não perder de vista o passado, Masi (1993)<br />
esclarece que também recorre à revolução industrial como a passagem necessária e de<br />
aprendizado para podermos definir a importância do trabalho no mundo atual.<br />
"O que determinou tanto progresso?", questiona o autor. Responde quando revela: “ ...<br />
entre Napoleão e nós, realizou-se a revolução industrial, ou seja, aquele conjunto de<br />
inovações tecnológicas que, substituindo a habilidade humana com máquinas e o esforço<br />
de homens e animais com energia inanimada, tornou-se possível a passagem do<br />
artesanato à manufatura, dando vida,, assim, a uma economia moderna".<br />
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