A ORGANIZAO INCONFORMISTA: Como identificar e transformar ...
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Currículo Permanente - Administração da Justiça: Gestão e Planejamento - 2007 Celso José de Campos<br />
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ser profundamente articulada com a riqueza do contexto da vida social dos membros da<br />
organização.<br />
A partir dessas definições e de muitas outras pesquisadas, porém não citadas aqui,<br />
podemos ensaiar, nesse estudo, uma definição de cultura organizacional como:<br />
um conjunto de valores e crenças, socialmente apreendidos, pelos membros que a<br />
compõe, formando assim uma identidade organizacional explícita e diferenciada,<br />
expressada em ações compartilhadas de todos os seus integrantes, como respostas aos<br />
desafios propostos pelo mundo exterior.<br />
Identificamos na nossa pesquisa uma cisão nas opiniões de alguns autores, quando<br />
buscamos entender se a cultura organizacional pode ou deve ser gerenciável. Uns<br />
aceitam ser viável gerenciar e mudar a cultura de uma organização e outros que não<br />
pensam dessa forma. Descobrimos que, no primeiro grupo, os estudiosos citam a variável<br />
cultural como um ponto-chave para a execução de uma mudança estratégica e dentre<br />
eles, podemos citar Lorsch, Sathe, Schein e Schrivastava. Dentre os estudiosos que<br />
aceitam o gerenciamento da cultura, temos Mintzberg, Tichy, Bertero e Van Maanem.<br />
Tomei & Braustein (1993) explicam essa constatação, afirmando que é unânime que os<br />
momentos mais indicados para a execução de mudanças culturais são as crises externas,<br />
as lutas internas de poder durante a sucessão interna e a socialização de novos<br />
membros, sendo que nestes momentos, a resistência dos membros da organização<br />
manifesta-se de maneira mais branda, permitindo assim a “introjeção” de novos aspectos<br />
na cultura organizacional. Salientam, porém, que é possível gerenciar a cultura<br />
organizacional, que um fator ambiental pode ser o catalisador do processo de<br />
gerenciamento e mudança e que um exemplo deste fator ambiental poderia ser o<br />
processo de fusão ou privatização de empresas.<br />
Colocamo-nos, então, do lado dos teóricos que afirmam ser a cultura organizacional<br />
gerenciável. Fonseca (1991) é um deles, quando afirma que, para mudar a cultura<br />
organizacional, devemos observar três paradigmas, que representam diferentes formas<br />
de encarar mudança cultural, tendo em vista o conceito de cultura adotado: no paradigma<br />
1, a cultura é comum a toda a organização e tem uma ligação profunda com os valores<br />
transmitidos pela liderança; no paradigma 2, enfatizam-se as diversas subculturas que<br />
representam diferentes valores dentro da organização; e, finalmente, no paradigma 3,<br />
propõe-se que é mais difícil estabelecer fronteiras entre culturas e subculturas (já que os<br />
indivíduos, em constante interdição, compartilham alguns pontos de vista, discordam<br />
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