A ORGANIZAO INCONFORMISTA: Como identificar e transformar ...

Currículo Permanente - Administração da Justiça: Gestão e Planejamento - 2007 Celso José de Campos
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Em sua opinião, o capitalismo e o neoliberalismo são destruidores do emprego e
provocam uma marginalização crescente da população. Afirma que essas novas
tecnologias, essas máquinas que substituíram o trabalho humano produzem cada dia
mais bens de melhor qualidade, prescindindo da mão-de-obra. “O "horror econômico",
para ela, é a ameaça de nos tornarmos todos inúteis e sermos descartados pelo sistema.
Aristóteles, pai da cultura ocidental, que, através de uma de suas reflexões tentava
entender o trabalho, quando dizia: “… se cada ferramenta pudesse, a partir de uma ordem
dada, trabalhar por conta própria, se os teares tecessem sozinhos, se o arco tocasse
sozinho nas cordas da cítara, então, os empreendedores poderiam privar-se dos
operários e os proprietários, dos escravos”. Nesse ponto, retornamos a Masi (1993) que
declara: “... nunca, como hoje, estivemos tão perto da realização desse sonho: fábricas
inteiramente automatizadas já estão em operação em três dos cinco continentes".
Acreditando também que o processo tecnológico eliminará cada vez mais trabalho
humano, o autor nos ilustra com a seguinte observação: “ ... hoje a população mundial é
doze vezes maior que na época de Isaac Newton, porém, a nossa vida média (700.000
horas) é seis vezes mais longa que a do homem de Neanderthal e mais que o dobro da
dos nossos avós (300.000 horas).” Segundo ele, os nossos avós trabalhavam 120.000
horas no curso de suas vidas, enquanto nós trabalhamos aproximadamente 80.000. Os
nossos filhos, por sua vez, viverão em média 900.000 horas e trabalharão não mais que
50.000 horas. Com isso, salienta que a humanidade espera com volúpia novas
descobertas para eliminar as quatro escravidões que nos impunham: escassez, tradição,
autoritarismo e cansaço físico. E, assim, conclui, “… o mito de Sísifo pode, finalmente, ser
reescrito que, como se sabe, o herói grego foi punido pelos deuses por excesso de
engenhosidade”.
Nesta seção buscou-se conhecer as causas do conformismo das pessoas. Analisou-se
também os fatores que levaram a perda do significado do trabalho humano na sociedade.
Pela história conhecemos a lógica da anulação completa da satisfação do homem no
trabalho, seu conformismo com tudo que provem da organização, sob as máscaras
gerenciais da produtividade e qualidade total. Sentimos, então, a necessidade de estudar,
como veremos na seção seguinte, como o inconformismo pode nos conduzir a um
trabalho criativo, trazendo mais significado para o ser humano e com isso maior
satisfação para o seu desempenho.
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