A ORGANIZAO INCONFORMISTA: Como identificar e transformar ...
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Currículo Permanente - Administração da Justiça: Gestão e Planejamento - 2007 Celso José de Campos<br />
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em que o nosso sistema de crenças é colocado em xeque, onde as circunstâncias não<br />
seguem o padrão esperado – “boi realmente não pode voar à toa”. Somente, aí, então, é<br />
que pensamos. Sintetizamos, então, que a conformidade é quase certa de ocorrer quando<br />
há uma forte necessidade e a situação exige um comportamento conformista, a fim de<br />
satisfazer essa necessidade.<br />
Nesta seção, foi visto as razões que motivam o conformismo. Por outro lado,<br />
começamos a entender os motivos que levam as pessoas ao inconformismo. Na seção<br />
seguinte, analisaremos o grau de inconformismo nas organizações e as causas da<br />
resistência ao novo.<br />
3.1.2 O significado da contribuição e satisfação humana no trabalho: as causas do<br />
conformismo nas organizações<br />
Em decorrência da ênfase na especialização, interessa-nos discutir sobre a perda do<br />
significado do trabalho, que chega a um ponto tão absurdo onde ninguém percebe mais o<br />
alcance do que produz porque não vê o conjunto da atividade em que o seu esforço se<br />
insere. Citando um trecho de Albornoz 9 , onde nos mostra que a alienação objetiva do<br />
homem, do produto e do processo de seu trabalho é uma conseqüência da organização<br />
legal do capitalismo moderno e desta divisão social do trabalho, sendo praticamente uma<br />
"auto-alienação”. Para ele, o trabalhador vende seu tempo, sua energia, sua capacidade a<br />
outrem. Vendem-se aí suas personalidades, ou seja: os sorrisos, a pontualidade, o senso<br />
de oportunidade, a aparência de confiabilidade, etc. Isto torna a empresa impessoal,<br />
alienando o pessoal no indivíduo e que a rotina que visa o barateamento da produção<br />
leva todos à idiotia da especialização.<br />
Complementando as análises feitas por Reich, sobre a armadilha humana, Boff<br />
(1982) salienta que a origem do nome trabalho, vem de trepalium, em latim, que significa<br />
instrumento de tortura, pena pesada, ou seja: cansativo e contudo suportável; monótono<br />
e, ao mesmo tempo causador de humilde alegria; desgastador da vida e, no entanto,<br />
também mantenedor da vida; vocação do homem no ato de <strong>transformar</strong> o meio ambiente<br />
e simultaneamente fator de alienação de castigo e de dor. Revela Boff que, desde sua<br />
criação, o homem se destina ao trabalho e por isso é profundamente realizador e<br />
humanizador, mas devido à alienação fundamental do homem (pecado original),<br />
9 Albornoz, Suzana. O que é trabalho. 5ed. São Paulo: Brasiliense, 1992.<br />
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