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A ORGANIZAO INCONFORMISTA: Como identificar e transformar ...

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Currículo Permanente - Administração da Justiça: Gestão e Planejamento - 2007 Celso José de Campos<br />

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Observando em um artigo no "London Times", datado de maio de 1995, onde iniciava<br />

com as seguintes palavras: "Dante, ao compor suas visões do inferno, bem que poderia<br />

ter incluído o trabalho repetitivo, sem criatividade e sem atrativo da linha de montagem de<br />

uma fábrica… ele destrói a iniciativa e enferruja o cérebro...". Mediante isso, encontramos<br />

em Friedmann (1983) a explicação de que as tarefas, além de repetidas, sofreram<br />

excessivo parcelamento, ocorrendo, freqüentemente esse fenômeno, tanto nas oficinas,<br />

quanto nos escritórios, nos serviços de venda e de distribuição.<br />

Thiry-Chesques (1995), por sua vez, complementa a discussão sobre o grau de<br />

alienação imposto ao trabalhador moderno, alertando-nos sobre as novas máscaras de<br />

exploração da mão-de-obra, objetivando qualidade total e produtividade total. Enfatiza o<br />

autor que a apologia da padronização, que beira a anulação completa da individualidade,<br />

em favor da eficácia dos sistemas está no cerne dos pacotes de técnicas gerenciais.<br />

Essas técnicas de excelência, de qualidade, e as novas perspectivas na administração de<br />

recursos humanos, segundo o autor, aparecem como perigoso passo adiante do simples<br />

controle do comportamento. “Na busca de um sobreesforço dos empregados, essas<br />

técnicas necessitam conquistar os sentimentos e o pensamento (os corações e as<br />

mentes) e dirigir a consciência das pessoas envolvidas na produção.”, conclui ele.<br />

Reforçando esse ponto de vista, recentemente uma romancista francesa indignada<br />

com a deteriorização do trabalho, no mundo neoliberal, escreveu uma obra, bastante<br />

polêmica, até mesmo no mundo dos estudiosos em Economia, denominada "Horror<br />

Econômico" 10 . Sem ser uma "expert" em Economia, Viviane Forester escreveu sobre o<br />

desalento e a angústia das sociedades, qualificadas como desenvolvidas, acostumadas<br />

com taxas de crescimento altas, pleno emprego e equilíbrio social. Segunda a autora, as<br />

sociedades enfrentam, pela primeira vez, em 50 anos, uma série de problemas, para os<br />

quais não estavam preparadas ou que supunham resolvidos: desemprego, exclusão<br />

social, miséria crescente e um futuro sem grandes perspectivas. Ressalta ela que os<br />

sistemas econômicos modernos só têm uma mora, a de dar mais importância ao lucro e<br />

excluir os seres humanos, que nele são apenas valores supérfluos. Viviane Forester se<br />

mostra revoltada também com o sistema perverso de mentiras dos economistas para os<br />

quais um balanço impecável é mais importante que as pessoas que produzem riquezas.<br />

10 Matéria jornalística( sem autor), publicada no Jornal do Brasil de 30 de março de 1997, sobre baseada no artigo "O<br />

horror econômico", escrito pela romancista Viviane Forester, de 71 anos de idade, lançado na França, no início de<br />

1977, com uma tiragem inicial de aproximadamente 300.000 exemplares.<br />

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