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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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nacional, os cristãos pareciam mais interessados em po<strong>de</strong>r do que em graça.<br />

Logo <strong>de</strong>pois da eleição <strong>de</strong> 1992, participei <strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate com Lucinda Robb, neta do presi<strong>de</strong>nte Lyndon<br />

Johnson e filha do senador Chuck e Lynda Robb. Sua família tinha passado por uma campanha humilhante contra<br />

Oliver North, na qual os cristãos da ala direita fizeram manifestações em cada apresentação <strong>de</strong>les. "Eu pensei que<br />

fôssemos cristãos", Lucinda me disse. "Crescemos com Billy Granam nos visitando freqüentemente e sempre<br />

fomos ativos na igreja. Nós realmente cremos. Mas esses manifestantes nos trataram como se fôssemos <strong>de</strong>mônios<br />

do inferno."<br />

O <strong>de</strong>bate do qual participamos discutia o tema "Guerras Culturais" diante <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> ajuntamento que<br />

lutava pela convicção liberal <strong>de</strong>mocrática e incluía uma forte minoria judia. Fui escolhido como símbolo do<br />

cristão evangélico. Além <strong>de</strong> Lucinda Robb, o júri incluía os presi<strong>de</strong>ntes do Canal Disney e da Warner Brothers,<br />

como também o presi<strong>de</strong>nte da Universida<strong>de</strong> Wellesley e o advogado pessoal <strong>de</strong> Anita Hill.<br />

A fim <strong>de</strong> preparar meu discurso, li os evangelhos em busca <strong>de</strong> orientação, apenas para ser lembrado <strong>de</strong> como<br />

Jesus foi apolítico. Nas palavras <strong>de</strong> P. T. Forsyth: 3 "A referência maior e mais profunda do evangelho não é ao<br />

mundo ou aos seus problemas sociais, mas à eternida<strong>de</strong> e às suas obrigações sociais". Hoje, sempre que uma<br />

eleição está por vir, os cristãos <strong>de</strong>batem se este ou aquele candidato é o "homem <strong>de</strong> Deus" para assumir o cargo.<br />

Projetando-me para os tempos <strong>de</strong> Jesus, tenho dificulda<strong>de</strong> em imaginá-lo pon<strong>de</strong>rando se Tibério, Otávio ou Júlio<br />

César era o "homem <strong>de</strong> Deus" para o império.<br />

Quando chegou minha vez <strong>de</strong> falar, disse que o homem que eu Seguia, um ju<strong>de</strong>u-palestino do primeiro século,<br />

também esteve envolvido em uma guerra cultural. Ele se levantou contra uma instituição religiosa rígida e um<br />

império pagâo. Os dois po<strong>de</strong>res, geralmente em <strong>de</strong>sacordo, conspiravam juntos para elimina-lo. Sua reação? Nào<br />

lutar, mas dar a sua vida pelos seus inimigos, e apontar para esse dom como a prova do seu amor. Entre as últimas<br />

palavras que Ele enunciou antes da sua morte estavam estas: "Pai, perdoa-lhes, 4 pois nao sabem o que fazem".<br />

Depois do <strong>de</strong>bate, uma celebrida<strong>de</strong> da televisão aproximou-se <strong>de</strong> mim. "Preciso lhe dizer, o que você disse me<br />

atingiu em cheio no coração", revelou ele. "Eu estava preparado para não gostar <strong>de</strong> você porque não gosto dos<br />

cristãos da ala direita e entendi que você era um <strong>de</strong>les. Você não po<strong>de</strong> imaginar as cartas que recebo dos<br />

partidários da ala direita. Não sou discípulo <strong>de</strong> Jesus, sou ju<strong>de</strong>u. Mas, quando você falou <strong>de</strong> Jesus perdoando seus<br />

inimigos, percebi como estou afastado <strong>de</strong>sse espírito. Tenho muito a apren<strong>de</strong>r do espírito <strong>de</strong> Jesus."<br />

Na vida <strong>de</strong>ssa celebrida<strong>de</strong>, a lenta e firme contracorrente submarina da graça estava operando.<br />

As figuras apresentadas por Jesus <strong>de</strong>screvem o reino como um tipo <strong>de</strong> força secreta. Ovelhas entre lobos, tesouro<br />

escondido em um campo, a menor das sementes no jardim, trigo crescendo entre joio, um punhado <strong>de</strong> fermento<br />

operando na massa do pão, uma pitada <strong>de</strong> sal na carne. Tudo isso aponta para um movimento que opera <strong>de</strong>ntro da<br />

socieda<strong>de</strong>, mudando-a <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro para fora. Você não precisa <strong>de</strong> uma pá cheia <strong>de</strong> sal para preservar uma fatia <strong>de</strong><br />

presunto; um pouquinho seria suficiente.<br />

Jesus não <strong>de</strong>ixou uma hoste organizada <strong>de</strong> discípulos, pois Ele sabia que um punhado <strong>de</strong> saí gradualmente<br />

operaria através do mais po<strong>de</strong>roso império do mundo. Contra todas as possibilida<strong>de</strong>s, as gran<strong>de</strong>s instituições <strong>de</strong><br />

Roma — o código <strong>de</strong> leis, as bibliotecas, o Senado, as legiões romanas, as estradas, os aquedutos, os monumentos<br />

públicos — <strong>de</strong>smoronaram gradualmente, mas o pequeno bando a quem Jesus entregou essas figuras prevaleceu e<br />

continua até o dia <strong>de</strong> hoje.<br />

Sõren Kierkegaard <strong>de</strong>screve a si mesmo como um espião, e realmente os cristãos agem como espiões, vivendo<br />

em um mundo enquanto nossa mais profunda fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> pertence a outro. Somos alienígenas resi<strong>de</strong>ntes, ou<br />

forasteiros, utilizando uma expressão bíblica. Minhas visitas aos estados totalitários <strong>de</strong>ram a esse termo um novo<br />

significado.<br />

Durante muitos anos os dissi<strong>de</strong>ntes na Europa Oriental reuniam-se secretamente, usavam palavras em código,<br />

evitavam telefones públicos e publicavam artigos com pseudônimos em jornais da resistência. Em meados da<br />

década <strong>de</strong> 70, entretanto, começaram a perceber que suas vidas duplas tinham-lhes custado caro. Trabalhando em<br />

segredo, sempre com um olhar nervoso por sobre o ombro, haviam sucumbido ao medo, eram alvo <strong>de</strong> seus<br />

oponentes comunistas o tempo todo. Tomaram uma <strong>de</strong>cisão consciente <strong>de</strong> mudar <strong>de</strong> tática. "Vamos agir como se<br />

fôssemos livres, aconteça o que acontecer", <strong>de</strong>cidiram os dissi<strong>de</strong>ntes poloneses e tchecos. Começaram a realizar<br />

reuniões públicas, geralmente em edifícios das igrejas, apesar da presença <strong>de</strong> informantes conhecidos. Assinaram<br />

artigos, às vezes acrescentando um en<strong>de</strong>reço e número <strong>de</strong> telefone, e distribuíram jornais abertamente nas<br />

esquinas das ruas.<br />

Na verda<strong>de</strong>, os dissi<strong>de</strong>ntes começaram a agir do modo como achavam que a socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria agir. Se você<br />

quer liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> palavra, fale abertamente. Se você ama a verda<strong>de</strong>, fale a verda<strong>de</strong>. As autorida<strong>de</strong>s não souberam<br />

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