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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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Como na festa <strong>de</strong> Babette, a graça não custa nada para os beneficiários, mas tudo para o doador. A graça <strong>de</strong><br />

Deus não é uma exibição que o vovô faz <strong>de</strong> sua "bonda<strong>de</strong>", pois custou o exorbitante preço do Calvário. "Há<br />

apenas uma única lei real — a lei do universo", disse Dorothy Sayers. 18 "Ela po<strong>de</strong> ser cumprida por meio do juízo<br />

ou por meio da graça, mas tem <strong>de</strong> ser cumprida <strong>de</strong> um jeito ou <strong>de</strong> outro." Aceitando o juízo em seu próprio corpo,<br />

Jesus cumpriu a lei, e Deus encontrou um meio <strong>de</strong> perdoar.<br />

No filme The Last Emperor [O Último Imperador], a criança ungida como o último imperador da China vive<br />

uma vida mágica <strong>de</strong> luxo com mil eunucos à sua disposição para servi-la. "O que acontece quando você faz uma<br />

coisa errada?", pergunta o irmão. "Quando eu faço uma coisa errada, outra pessoa é castigada", o imperadormenino<br />

respon<strong>de</strong>. Para <strong>de</strong>monstrar o que estava falando, ele quebra um jarro e um dos servos é espancado. Na<br />

teologia cristã, Jesus inverteu esse padrão antigo: quando os servos erraram, o Rei foi punido. A graça é gratuita<br />

apenas porque o próprio doador assumiu o preço.<br />

Quando o conhecido teólogo Karl Barth visitou a Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Chicago, estudantes e professores<br />

amontoaram-se ao seu redor. Em uma entrevista com a imprensa, alguém perguntou: "Dr. Barth, qual é a verda<strong>de</strong><br />

mais profunda que o senhor já apren<strong>de</strong>u em seus estudos?". Sem hesitação, ele respon<strong>de</strong>u: "Jesus me ama, a<br />

Bíblia assim o diz" [trecho <strong>de</strong> um cântico infantil]. Eu concordo com Karl Barth. Por que, então, com tanta<br />

freqüência eu ajo como se estivesse tentando merecer esse amor? Por que tenho tanto problema em aceitá-lo?<br />

Quando o dr. Bob Smith 19 e Bill Wilson, fundadores dos Alcoólicos Anônimos, tiveram a idéia para o seu<br />

programa <strong>de</strong> doze passos, foram procurar Bill D., um conhecido advogado que falhara em oito diferentes<br />

programas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sintoxicação em seis meses. Amarrado a uma cama <strong>de</strong> hospital como castigo por ter atacado duas<br />

enfermeiras, Bill D. não teve outra escolha a não ser ouvir os seus visitantes, que contaram suas próprias histórias<br />

<strong>de</strong> alcoolismo e a recente esperança que tinham <strong>de</strong>scoberto por meio da fé em uma força maior, o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus.<br />

Logo que eles mencionaram o po<strong>de</strong>r maior, Bill D. sacudiu tristemente a cabeça. "Não, não", ele disse. "É<br />

tar<strong>de</strong> <strong>de</strong>mais para mim. Eu ainda creio em Deus, tudo bem, mas sei muito bem que Ele não crê mais em mim."<br />

Bill D. expressou o que muitos <strong>de</strong> nós sentimos, às vezes. Desanimados por repetidos fracassos, sem<br />

esperança, atordoados por um tremendo senso <strong>de</strong> indignida<strong>de</strong>, envolvemo-nos em uma concha que nos torna<br />

quase impermeáveis à graça. Como crianças adotivas que preferem muitas vezes retornar a famílias <strong>de</strong>sintegradas,<br />

afastamo-nos teimosamente da graça.<br />

Sei como reajo às cartas <strong>de</strong> rejeição dos editores das revistas e às cartas <strong>de</strong> crítica dos leitores. Sei até on<strong>de</strong><br />

meu espírito sobe quando chega um cheque <strong>de</strong> direitos autorais mais alto do que eu esperava, e como ele <strong>de</strong>sce<br />

quando o valor é pequeno. Sei que minha auto-imagem no final do dia <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> gran<strong>de</strong>mente do tipo <strong>de</strong><br />

mensagens que recebo das outras pessoas. Será que gostam <strong>de</strong> mim? Será que me amam? Espero as<br />

manifestações <strong>de</strong> meus amigos, <strong>de</strong> meus vizinhos, <strong>de</strong> minha família — como um homem faminto, aguardo as<br />

respostas.<br />

Ocasionalmente, muito ocasionalmente, sinto a verda<strong>de</strong> da graça. Há momentos em que estudo as parábolas e<br />

percebo que elas estão falando a meu respeito. Eu sou a ovelha que o pastor foi procurar <strong>de</strong>ixando o aprisco, o<br />

filho pródigo por quem o pai perscruta o horizonte, o servo cuja dívida foi perdoada. Eu sou o amado <strong>de</strong> Deus.<br />

Não faz muito tempo recebi pelo correio um cartão postal <strong>de</strong> um amigo que continha apenas seis palavras: "Eu<br />

sou aquele a quem Jesus ama". Eu sorri quando olhei para o en<strong>de</strong>reço do remetente, pois meu estranho amigo se<br />

especializa nesses dizeres piedosos. Quando lhe telefonei, entretanto, ele me disse que as palavras vinham do<br />

escritor e orador Brennan Manning. Em um seminário, Manning referiu-se ao amigo mais íntimo <strong>de</strong> Jesus na<br />

terra, o discípulo chamado João, i<strong>de</strong>ntificado nos evangelhos como "aquele a quem Jesus amava". Manning disse:<br />

"Se perguntassem a João: 'Qual é a sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> principal na vida?', ele não respon<strong>de</strong>ria: 'Eu sou um discípulo,<br />

um apóstolo, um evangelista, o autor do quarto evangelho', mas sim: 'Eu sou aquele a quem Jesus ama'".<br />

O que significaria, perguntei a mim mesmo, se eu também pu<strong>de</strong>sse consi<strong>de</strong>rar como minha i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

principal na vida ser "aquele a quem Jesus ama"? Como eu me veria diferente no final <strong>de</strong> um dia!<br />

Os sociólogos têm uma teoria do ego <strong>de</strong> lente <strong>de</strong> aumento: você se torna o que a pessoa mais importante <strong>de</strong><br />

sua vida (esposa, pai, chefe, etc.) acha que você é. Como minha vida se modificaria se eu verda<strong>de</strong>iramente cresse<br />

nas espantosas palavras da Bíblia a respeito do amor <strong>de</strong> Deus por mim, se eu olhasse no espelho e visse o que<br />

Deus vê?<br />

Brennan Manning conta a história <strong>de</strong> um padre irlandês que, em uma viagem por uma paróquia rural, vê um<br />

velho camponês ajoelhado ao lado da estrada, orando. Impressionado, o padre diz ao homem: "Você <strong>de</strong>ve ter<br />

muita intimida<strong>de</strong> com Deus". O camponês levanta os olhos, pensa um momento, e então sorri: "Sim, ele gosta<br />

muito <strong>de</strong> mim".<br />

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