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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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Quando José, finalmente, chegou ao ponto <strong>de</strong> perdoar seus irmãos, a dor não <strong>de</strong>sapareceu, mas o fardo <strong>de</strong> ser o<br />

juiz se <strong>de</strong>sfez. Embora o mal não <strong>de</strong>sapareça quando perdôo, ele per<strong>de</strong> o seu po<strong>de</strong>r sobre mim e é assumido por<br />

Deus, que sabe muito bem o que fazer. Tal <strong>de</strong>cisão envolve risco, naturalmente: o risco <strong>de</strong> Deus não lidar com a<br />

pessoa como eu gostaria (o profeta Jonas, por exemplo, ressentiu-se porque Deus foi mais misericordioso do que<br />

os ninivitas mereciam).<br />

Eu nunca achei que o perdão é fácil, e raramente o consi<strong>de</strong>ro completamente satisfatório. As injustiças<br />

importunas continuam, e as feridas ainda doem. Tenho <strong>de</strong> me aproximar <strong>de</strong> Deus repetidas vezes, entregando a<br />

Ele os resíduos do que pensava ter-lhe entregue há muito tempo. Ajo <strong>de</strong>ssa forma porque os evangelhos tornam<br />

clara a conexão: Deus perdoa minhas dívidas como eu perdôo meus <strong>de</strong>vedores. O inverso também é verda<strong>de</strong>iro:<br />

apenas vivendo na correnteza da graça <strong>de</strong> Deus encontrarei forças para reagir com graça para com os outros.<br />

Um cessar-fogo entre os seres humanos <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> um cessar-fogo com Deus.<br />

CAPÍTULO 8<br />

POR QUE PERDOAR?<br />

Nos <strong>de</strong>sertos do coração <strong>de</strong>ixe a cura jorrar.<br />

A força <strong>de</strong>ssa prisão ensina o liberto a louvar.<br />

W. H. Au<strong>de</strong>n<br />

Partícipe, <strong>de</strong> uma discussão animada a respeito da questão do perdão na semana em que Jeffrey Dahmer morreu<br />

na ca<strong>de</strong>ia. Dahmer, um assassino em gran<strong>de</strong> escala, havia violentado e <strong>de</strong>pois matado <strong>de</strong>zessete jovens,<br />

canibalizando-os e guardando partes dos corpos em sua gela<strong>de</strong>ira. Sua prisão provocou um abalo no <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> polícia <strong>de</strong> Milwaukee, quando se ficou sabendo que os policiais haviam ignorado os <strong>de</strong>sesperados rogos <strong>de</strong> um<br />

adolescente vietnamita que tentou escapar fugindo, nu e sangrando, do apartamento <strong>de</strong> Dahmer. Esse garoto<br />

também veio a ser vítima <strong>de</strong> Dahmer, um dos onze corpos achados em seu apartamento.<br />

Em novembro <strong>de</strong> 1994, Dahmer foi assassinado, espancado até a morte com um cabo <strong>de</strong> vassoura por um<br />

colega <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia. O noticiário da televisão naquele dia incluiu entrevistas com os entristecidos parentes das<br />

vítimas <strong>de</strong> Dahmer, muitos dos quais disseram que lastimavam o assassinato <strong>de</strong> Dahmer apenas porque <strong>de</strong>ra fim à<br />

sua vida cedo <strong>de</strong>mais. Ele tinha <strong>de</strong> sofrer, sendo forçado a viver mais tempo e pensar nas coisas horríveis que<br />

havia feito.<br />

Uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão apresentou um programa gravado algumas semanas antes da morte <strong>de</strong> Dahmer. O<br />

entrevistador perguntou-lhe como pu<strong>de</strong>ra fazer aquelas coisas pelas quais fora con<strong>de</strong>nado. Dahmer disse que<br />

naquela ocasião não cria em Deus, e por isso não se sentia culpado <strong>de</strong> nada. Ele havia começado com pequenos<br />

crimes, experimentando pequenos atos <strong>de</strong> cruelda<strong>de</strong>, e então continuou cada vez mais. Nada o restringia.<br />

Dahmer, <strong>de</strong>pois, contou <strong>de</strong> sua recente conversão religiosa. Ele fora batizado na ca<strong>de</strong>ia e estava passando todo<br />

o seu tempo lendo material religioso que lhe fora dado por um pastor da cida<strong>de</strong>. A câmera passou para uma<br />

entrevista com o capelão da ca<strong>de</strong>ia, que afirmava que Dahmer havia realmente se arrependido e era um dos seus<br />

mais fiéis discípulos.<br />

A discussão em meu pequeno grupo tendia a se dividir entre aqueles que haviam apenas assistido aos<br />

telejornais a respeito da morte <strong>de</strong> Dahmer e aqueles que haviam também assistido à entrevista com Dahmer. O<br />

primeiro grupo via Dahmer como um monstro e repudiavam sem restrições quaisquer notícias a respeito <strong>de</strong> uma<br />

conversão na ca<strong>de</strong>ia. As fisionomias angustiadas dos parentes impressionaram-nos profundamente. Uma pessoa<br />

comentou: "Crimes como esses não po<strong>de</strong>m ser perdoados nunca. Ele não podia estar sendo sincero".<br />

Aqueles que assistiram à entrevista com Dahmer não tinham tanta certeza. Eles concordavam que seus crimes<br />

foram hediondos além da imaginação. Mas ele parecia contrito, até mesmo humil<strong>de</strong>. A conversa retornou à<br />

questão: "Alguém po<strong>de</strong> ficar <strong>de</strong> fora do perdão?". Ninguém naquela tar<strong>de</strong> saiu sentindo-se inteiramente satisfeito<br />

com as respostas.<br />

O escândalo do perdão confronta qualquer pessoa que concor<strong>de</strong> com um cessar-fogo moral apenas porque alguém<br />

diz "Sinto muito". Quando me sinto ofendido, posso imaginar uma centena <strong>de</strong> motivos contra o perdão. Ele<br />

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