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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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Dois <strong>de</strong>talhes da história <strong>de</strong>stacaram-se aos habitantes da vila. Primeiro, reclamando sua herança<br />

antes da hora, o filho estava dizendo a seu pai: "Eu gostaria <strong>de</strong> que você estivesse morto!". Os al<strong>de</strong>ões<br />

não podiam imaginar um patriarca aceitando tal insulto ou concordando com a exigência do filho.<br />

Segundo, eles notaram que o pai correu para receber o seu filho há tanto tempo perdido. No Oriente<br />

Médio, um homem <strong>de</strong> posição caminha lentamente e com dignida<strong>de</strong>; ele nunca corre. Na história <strong>de</strong><br />

Jesus o pai correu, e o auditório <strong>de</strong> Jesus, sem dúvida, ficou sem fôlego com este <strong>de</strong>talhe.<br />

A graça não é justa, o que é uma das coisas mais difíceis <strong>de</strong> aceitar nela. É irracional esperar que uma<br />

mulher perdoe as coisas terríveis que seu pai lhe fez apenas por que ele lhe pe<strong>de</strong> <strong>de</strong>sculpas muitos anos<br />

<strong>de</strong>pois. E é totalmente injusto pedir que uma mãe ignore as muitas ofensas que seu filho adolescente<br />

cometeu. A graça, entretanto, não trata <strong>de</strong> justiça.<br />

O que é verda<strong>de</strong> nas famílias é verda<strong>de</strong> também a respeito das tribos, raças e nações.<br />

CAPÍTULO 7<br />

UM ATO NADA NATURAL<br />

Aquele que não po<strong>de</strong> perdoar <strong>de</strong>strói a<br />

ponte sobre a qual ele mesmo tem <strong>de</strong> passar.<br />

George Herbert<br />

Contei a história <strong>de</strong> uma família que viveu um século <strong>de</strong> <strong>de</strong>sgraça. Na história do mundo, casos semelhantes<br />

ultrapassam séculos, com conseqüências ainda piores. Se você perguntar a um adolescente atirador <strong>de</strong> bombas na<br />

Irlanda do Norte, a um soldado com um facão em Ruanda ou a um atirador <strong>de</strong> tocaia na antiga Iugoslávia por que<br />

estão matando, talvez nem saibam. A Irlanda ainda está procurando vingar as atrocida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Oliver Cromwell,<br />

cometidas no século XVII; Ruanda e Burundi continuam cultivando inimiza<strong>de</strong>s que se iniciaram em períodos<br />

imemoriais; a Iugoslávia está-se vingando das lembranças da Segunda Guerra Mundial e tentando evitar uma<br />

repetição do que aconteceu há seis séculos.<br />

A <strong>de</strong>sgraça opera como um pano <strong>de</strong> fundo estático ao longo da vida das famílias, das nações e das instituições.<br />

Ela é, infelizmente, nosso estado humano natural.<br />

Uma vez partilhei <strong>de</strong> uma refeição junto com dois cientistas que tinham acabado <strong>de</strong> sair da biosfera <strong>de</strong> uma<br />

redoma <strong>de</strong> vidro perto <strong>de</strong> Tucson, no Arizona. Quatro homens e quatro mulheres se ofereceram para a experiência<br />

<strong>de</strong> dois anos <strong>de</strong> isolamento. Todos eram cientistas perfeitos, todos eram preparados e tinham passado por testes<br />

psicológicos, e todos tinham entrado na biosfera completamente esclarecidos a respeito dos rigores que<br />

enfrentariam enquanto estivessem excluídos do mundo lá fora. Os cientistas me contaram que logo nos primeiros<br />

meses os oito "bionautas" haviam-se separado em dois grupos <strong>de</strong> quatro e, durante os meses finais da experiência,<br />

esses dois grupos se recusavam a conversar um com o outro. Oito pessoas viveram em uma bolha cortada ao meio<br />

por uma pare<strong>de</strong> invisível <strong>de</strong> não-graça.<br />

Frank Reed, um cidadão americano que ficou preso como refém no Líbano, revelou, quando solto, que não<br />

falara com um <strong>de</strong> seus companheiros reféns durante diversos meses por causa <strong>de</strong> uma pequena discussão. O<br />

<strong>de</strong>talhe é que, a maior parte do tempo, os dois reféns estavam acorrentados um ao outro.<br />

A falta <strong>de</strong> graça provoca rachaduras entre mãe e filha, pai e filho, irmão e irmã, entre cientistas, prisioneiros,<br />

tribos e raças. Quando abandonadas, as rachaduras se alargam e, para os abismos resultantes da não-graça há<br />

apenas um remédio: a frágil ponte <strong>de</strong> corda do perdão.<br />

No calor <strong>de</strong> uma discussão, minha esposa surgiu com uma formulação teológica exata. Estávamos discutindo<br />

minhas falhas <strong>de</strong> uma maneira mais ou menos espiritual, quando ela disse: "Acho espantoso que eu tenha<br />

perdoado você por algumas <strong>de</strong> suas atitu<strong>de</strong>s pusilânimes!".<br />

Uma vez que estou escrevendo a respeito do perdão, e não do pecado, vou omitir os <strong>de</strong>talhes <strong>de</strong>ssas atitu<strong>de</strong>s<br />

pusilânimes. O que me abalou no seu comentário, realmente, foi a sua visão exata da natureza do perdão. Não é<br />

um doce i<strong>de</strong>al platônico para ser espalhado pelo mundo como um renovador <strong>de</strong> ar borrifado <strong>de</strong> uma lata. O perdão<br />

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