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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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Uma frase utilizada por Pedro e Paulo tornou-se uma <strong>de</strong> minhas imagens preferidas no Novo Testamento.<br />

Temos <strong>de</strong> administrar, ou "ser <strong>de</strong>spenseiros" da graça <strong>de</strong> Deus, dizem os dois apóstolos. A imagem traz à mente<br />

um dos antiquados "vaporizadores" que as mulheres usavam antes <strong>de</strong> se aperfeiçoar a tecnologia dos sprays.<br />

Apertava-se uma bomba <strong>de</strong> borracha e gotículas <strong>de</strong> perfume saíam dos buraquinhos na outra ponta. Algumas<br />

gotas bastavam para o corpo inteiro; alguns poucos apertões bastavam para mudar a atmosfera <strong>de</strong> um quarto.<br />

Creio que é assim que a graça <strong>de</strong>ve operar. Ela não converte o mundo inteiro ou toda uma socieda<strong>de</strong>, mas<br />

enriquece a atmosfera.<br />

Agora receio que a imagem prevalecente dos cristãos tenha mudado <strong>de</strong> um vaporizador <strong>de</strong> perfume para<br />

diferentes aparelhos <strong>de</strong> sprays: o tipo utilizado para exterminar insetos. Ali está uma barata!Bombeia, spray,<br />

bombeia, spray. Olha ali um foco do mal! Bombeia, spray, bombeia, spray. Alguns cristãos que conheço<br />

assumiram a tarefa <strong>de</strong> "<strong>de</strong><strong>de</strong>tizadores morais" para a socieda<strong>de</strong> infestada pelo mal que os ro<strong>de</strong>ia.<br />

Sinto profunda preocupação com a nossa socieda<strong>de</strong>. Estou tocado, entretanto, pelo po<strong>de</strong>r alternativo da<br />

misericórdia <strong>de</strong>monstrada por Jesus, que veio para os doentes e não para os sãos, para os pecadores e não para os<br />

justos. Jesus nunca aprovou o mal, mas estava pronto a perdoá-lo. De alguma forma, Ele ganhou a reputação <strong>de</strong><br />

ser amigo dos pecadores, uma reputação que seus discípulos correm o risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r. Como diz Dorothy Day:<br />

"Eu realmente só amo a Deus na proporção em que amo a pessoa que menos amo".<br />

São questões difíceis, eu confesso, e por causa disso elas merecem um capítulo próprio.<br />

"A Bíblia não diz que <strong>de</strong>vemos amar a todos?" "Ah! a Bíblia! Para dizer a verda<strong>de</strong>, ela diz uma porção<br />

<strong>de</strong> coisas; mas ninguém nunca pensa em colocá-las em prática. "<br />

Harriet Beecner Stowe, em A Cabana do Pai Tomás<br />

Capítulo 13<br />

Olhos curados PELA GRAÇA<br />

Sempre que me sentia entediado, telefonava ao meu amigo Mel White. Não conhecia ninguém que vivesse com<br />

mais vivacida<strong>de</strong> e paixão. Ele havia viajado pelo mundo inteiro e me divertia com suas histórias: mergulhar entre<br />

barracudas no Caribe, atravessar excrementos <strong>de</strong> pombos acumulados há milênios para filmar o nascer do sol <strong>de</strong><br />

cima <strong>de</strong> um minarete marroquino, atravessar o Atlântico no Queen Elizabeth II como convidado <strong>de</strong> um famoso<br />

produtor <strong>de</strong> televisão, entrevistar os sobreviventes do culto <strong>de</strong> Jim Jones <strong>de</strong>pois do massacre na Guiana.<br />

Excessivamente generoso, Mel era alvo perfeito para qualquer ven<strong>de</strong>dor. Se estivéssemos sentados em uma<br />

lanchonete ao ar livre e uma ven<strong>de</strong>dora <strong>de</strong> flores passasse por ali, ele compraria um ramalhete apenas para ver os<br />

olhos <strong>de</strong> sua esposa se iluminando. Se um fotógrafo se oferecesse para tirar nossa foto por algum preço<br />

inacreditável, Mel imediatamente concordaria. "É uma lembrança", ele diria, rebatendo nossas objeções. "Não se<br />

po<strong>de</strong> colocar uma etiqueta <strong>de</strong> preço em uma lembrança." Suas piadas e chistes mantinham o garçom, o maitre e o<br />

caixa rindo a valer.<br />

Quando morávamos em Chicago, Mel costumava nos visitar quando ia para Michigan, on<strong>de</strong> trabalhava como<br />

consultor <strong>de</strong> filmes cristãos, Iamos comer fora, visitar galerias <strong>de</strong> artes, andar pelas ruas, pegar um cinema e<br />

caminhar pelas margens do lago até meia-noite ou mais. Então, às quatro horas da manhã, Mel acordava, vestia-se<br />

e datilografava diligentemente por quatro horas, produzindo um documento <strong>de</strong> trinta páginas que entregaria<br />

naquela tar<strong>de</strong> para o seu cliente em Michigan.<br />

Quando colocávamos Mel em um táxi para ir ao aeroporto, eu e minha esposa estávamos exaustos, mas felizes.<br />

Mais do que ninguém, Mel nos fazia viver <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

Muitos homossexuais moravam na nossa vizinhança, especialmente ao longo da Avenida Diversey, conhecida<br />

como "Perversey" (trocadilho com a palavra "perversão" feito pelos habitantes locais). Lembro-me <strong>de</strong> caçoar<br />

<strong>de</strong>les falando com Mel.<br />

—Conhece a diferença entre um gay e um nazista? —, eu disse uma vez enquanto <strong>de</strong>scíamos a avenida. —<br />

Sessenta graus —, e <strong>de</strong>ixei cair a minha mão <strong>de</strong> uma tesa saudação nazista para uma imitação <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>smunhecamento.<br />

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