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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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e com frio, havia acabado em uma missão do Exército da Salvação. Para ganhar um vale-refeição,<br />

precisou primeiro assistir a um culto. Quando o orador perguntou se alguém <strong>de</strong>sejava aceitar Jesus, ele<br />

achou simplesmente que seria educado da parte <strong>de</strong>le ir à frente junto com alguns dos outros bêbados.<br />

Ficou ainda mais surpreso quando a "oração do pecador" realmente funcionou. Os <strong>de</strong>mônios <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>le<br />

se aquietaram. Ele se tornou sóbrio. Começou a estudar a Bíblia e a orar. Pela primeira vez na vida<br />

sentiu-se amado e aceito. Sentiu-se limpo.<br />

E, agora, disse aos filhos, estava à procura <strong>de</strong>les um a um para lhes pedir perdão. Não podia justificar<br />

nada do que havia acontecido. Não podia mais consertar nada. Mas sentia muito, mais do que eles<br />

possivelmente imaginavam.<br />

Os filhos, agora <strong>de</strong> meia-ida<strong>de</strong> e com suas próprias famílias, primeiro se mostraram céticos. Alguns<br />

duvidaram <strong>de</strong> sua sincerida<strong>de</strong>, esperando que voltasse à bebida a qualquer momento. Outros<br />

<strong>de</strong>sconfiaram <strong>de</strong> que logo ele lhes pediria dinheiro. Nada disso aconteceu, e com o tempo o pai<br />

reconquistou a todos, exceto Daisy.<br />

Há muito tempo, Daisy havia jurado que não falaria com o pai — "aquele homem", era assim que ela<br />

o chamava — nunca mais. O reaparecimento do pai abalou-a profundamente, e velhas lembranças das<br />

cenas <strong>de</strong> embriaguez voltavam quando ela se <strong>de</strong>itava para dormir. "Ele não po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sfazer tudo aquilo<br />

apenas dizendo: 'Sinto muito'", Daisy insistia. Ela' queria ficar longe <strong>de</strong>le.<br />

O pai podia ter <strong>de</strong>ixado <strong>de</strong> beber, mas o álcool havia prejudicado o seu fígado além da restauração.<br />

Ele ficou muito doente e, nos últimos cinco anos <strong>de</strong> sua vida, viveu com uma das filhas, irmã <strong>de</strong> Daisy.<br />

Eles moravam, na verda<strong>de</strong>, oito casas abaixo na rua on<strong>de</strong> Daisy morava, no mesmo quarteirão.<br />

Cumprindo o seu juramento, Daisy nunca entrou para visitar o pai moribundo, embora passasse na<br />

frente da casa sempre que ia fazer compras ou pegar o ônibus.<br />

Daisy permitiu que seus filhos visitassem o avô. Perto do fim, o pai viu uma menininha<br />

aproximando-se <strong>de</strong> sua porta e entrando no quarto. "Oh, Daisy, Daisy, você veio finalmente para me<br />

ver", ele chorou, abraçando a menina. Os adultos no quarto não tiveram coragem <strong>de</strong> dizer-lhe que a<br />

menina não era Daisy, mas, sim, a filha <strong>de</strong>la, Margaret. Para ele foi graça alucinante.<br />

Durante toda sua vida Daisy tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> não ser como o pai, e na verda<strong>de</strong> nunca tocou em<br />

uma gota <strong>de</strong> álcool. Mas governava sua família com uma forma mais amena da tirania na qual havia sido<br />

criada. Ela ficava <strong>de</strong>itada em um sofá com uma compressa <strong>de</strong> gelo na cabeça gritando para as crianças:<br />

"Calem a boca!".<br />

"Por que tive vocês, crianças estúpidas?", ela gritava. "Vocês arruinaram minha vida!" O país<br />

mergulhou na Gran<strong>de</strong> Depressão e cada filho era mais uma boca para alimentar. Ela tinha seis ao todo,<br />

criando-os na casa <strong>de</strong> dois quartos on<strong>de</strong> mora até hoje. Em um local tão apertado, eles estavam sempre<br />

no meio do caminho. Algumas noites ela batia neles apenas para tornar claro: sabia que tinham feito<br />

alguma coisa errada mesmo que não tivesse visto.<br />

Dura como aço, Daisy nunca pedia <strong>de</strong>sculpas e nunca perdoava. Sua filha Margaret lembra que,<br />

quando criança, vinha chorando pedir-lhe <strong>de</strong>sculpas por alguma coisa que tinha feito. Daisy respondia<br />

com um ditado materno: "Você não po<strong>de</strong> estar arrependida! Se realmente estivesse arrependida, antes <strong>de</strong><br />

mais nada, não teria feito o que fez".<br />

Ouvi muitas <strong>de</strong>ssas histórias <strong>de</strong> não-graça contadas por Margaret, que eu conheço bem. Durante toda<br />

a vida ela tomou a <strong>de</strong>cisão <strong>de</strong> ser diferente <strong>de</strong> sua mãe Daisy. Mas a vida <strong>de</strong> Margaret tem as suas<br />

próprias tragédias, algumas gran<strong>de</strong> outras pequenas e, quando seus quatro filhos entraram na<br />

adolescência, sentiu que perdia o controle sobre eles. Ela também tinha vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> ficar no sofá com<br />

uma compressa <strong>de</strong> gelo e gritar: "Calem a boca!". Ela também queria bater neles apenas para manter a<br />

disciplina ou talvez para aliviar um pouco a tensão que se avolumava <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>la.<br />

Seu filho Michael, que completou <strong>de</strong>zesseis anos em 1960, era aquele que a irritava <strong>de</strong> maneira<br />

especial. Ele gostava <strong>de</strong> rock, usava óculos fora <strong>de</strong> moda e cabelos compridos. Margaret o expulsou <strong>de</strong><br />

casa quando o pegou fumando maconha, e ele foi morar em uma comunida<strong>de</strong> hippie. Ela continuou<br />

ameaçando-o e repreen<strong>de</strong>ndo-o. Ela o levou a um juiz. Ela o excluiu <strong>de</strong> seu testamento. Tentou tudo o<br />

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