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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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pecado", ela disse. "Mas, na minha vida o pecado parece muito vivo". Paulo, um homem realista, reconheceu este<br />

fato. Caso contrário, ele não nos teria advertido na mesma passagem: "Consi<strong>de</strong>rai-vos 21 como mortos para o<br />

pecado" e "Não reine 22 , portanto, o pecado em vosso corpo mortal".<br />

Edward O. Wilson, biólogo <strong>de</strong> Harvard, realizou uma experiência um tanto estranha com formigas que po<strong>de</strong><br />

esclarecer a ilustração <strong>de</strong> Paulo. Depois <strong>de</strong> observar que levava alguns dias para as formigas reconhecerem como<br />

morta uma <strong>de</strong> suas companheiras <strong>de</strong> viveiro que fora estorricada, ele chegou à conclusão <strong>de</strong> que as formigas<br />

i<strong>de</strong>ntificam a morte pelo cheiro, e não visualmente. Quando o corpo da formiga começa a se <strong>de</strong>compor, as outras<br />

formigas, infalivelmente, a carregam para fora do viveiro para um monte <strong>de</strong> refugos. Depois <strong>de</strong> diversas<br />

tentativas, Wilson conseguiu isolar o elemento como sendo o ácido oléico. Se as formigas sentissem o cheiro do<br />

ácido oléico, levavam o <strong>de</strong>funto para fora; qualquer outro cheiro elas ignoravam. Seu instinto era tão forte que se<br />

Wilson besuntasse pedacinhos <strong>de</strong> papel com ácido oléico, as outras formigas carregavam zelosamente o papel<br />

para o cemitério das formigas.<br />

Em uma experiência final, Wilson passou ácido oléico nos corpos <strong>de</strong> formigas vivas. Imediatamente, suas<br />

colegas <strong>de</strong> viveiro as agarraram e marcharam com elas, suas pernas e antenas se contorcendo em protesto, para o<br />

cemitério das formigas. Assim <strong>de</strong>positadas, as indignadas "mortas vivas" se limpavam antes <strong>de</strong> retornar para o<br />

viveiro. Se não removessem cada traço <strong>de</strong> ácido oléico, as colegas <strong>de</strong> viveiro imediatamente as agarravam <strong>de</strong><br />

novo e as transportavam ao cemitério. Tinham <strong>de</strong> estar comprovadamente vivas, julgadas apenas pelo cheiro,<br />

antes <strong>de</strong> serem aceitas <strong>de</strong> volta no viveiro.<br />

Penso nessa imagem, formigas "mortas" agindo como se fossem vivas, quando leio a primeira ilustração <strong>de</strong><br />

Paulo em Romanos 6. O pecado po<strong>de</strong> estar morto, mas obstinadamente ele se contorce <strong>de</strong> volta à vida<br />

imediatamente, Paulo torna a apresentar o dilema <strong>de</strong> maneira sutilmente diferente: "Havemos <strong>de</strong> pecar por não<br />

estarmos <strong>de</strong>baixo da lei, mas <strong>de</strong>baixo da graça?" (6:15). Será que a graça oferece uma licença, uma espécie <strong>de</strong><br />

passe livre através do labirinto ético da vida? Já <strong>de</strong>screvi um homicida australiano e um adúltero americano<br />

que chegaram a esta mesma conclusão.<br />

"Acho que existe uma razão para obe<strong>de</strong>cermos às regras enquanto somos jovens... para termos energia<br />

suficiente para quebrar todas elas quando ficarmos velhos", disse Mark Twain, que valentemente tentava seguir o<br />

seu próprio conselho. Por que não, se você sabe com antecedência que será perdoado? Novamente Paulo <strong>de</strong>ixa<br />

escapar um "Deus me livre!" <strong>de</strong> incredulida<strong>de</strong>. Como você respon<strong>de</strong> a alguém cujo alvo principal na vida é<br />

"forçar a barra" com a graça? Essa pessoa realmente experimentou a graça algum dia?<br />

A segunda analogia <strong>de</strong> Paulo (6:15-23), a escravidão humana, acrescenta uma nova dimensão à discussão.<br />

"Vocês eram escravos", ele começa, traçando uma comparação muito a<strong>de</strong>quada. O pecado é um senhor <strong>de</strong><br />

escravos que nos controla quer gostemos quer não. Paradoxalmente, uma busca impetuosa <strong>de</strong> liberda<strong>de</strong> com<br />

freqüência acaba em escravidão: insista na liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o controle sempre que sentir raiva e logo você<br />

<strong>de</strong>scobrirá que é escravo da ira. Na vida mo<strong>de</strong>rna, essas coisas que os adolescentes fazem para expressar sua<br />

liberda<strong>de</strong> — fumo, álcool, drogas, pornografia — acabam sendo seus senhores inexoráveis.<br />

Para muitos, o pecado é como um tipo <strong>de</strong> escravidão — ou, em termos atuais, um vício. Qualquer membro do<br />

"grupo dos doze passos" po<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver o processo. Estabeleça uma firme resolução <strong>de</strong> não se entregar ao seu<br />

vício e, durante algum tempo, você se aquecerá na liberda<strong>de</strong>. Quantos, contudo, experimentam o triste retorno à<br />

escravidão!<br />

Aqui está uma exata <strong>de</strong>scrição do paradoxo do romancista François Mauriac: 23<br />

Uma a uma as paixões <strong>de</strong>spertaram, rondando furtivamente e farejando o objeto <strong>de</strong> seu <strong>de</strong>sejo; elas estão<br />

atacando pelas costas a pobre alma in<strong>de</strong>cisa que está liquidada. Quantas vezes foi arremessada na poça,<br />

coberta <strong>de</strong> lama endurecida, agarrando-se às margens para voltar à luz novamente, para sentir suas mãos<br />

fraquejando e retornar <strong>de</strong> novo às trevas, antes <strong>de</strong>, finalmente, submeter-se à lei da vida espiritual — a lei<br />

menos compreendida no mundo e aquela que o repele mais, embora sem ela não consiga obter a graça da<br />

perseverança. O que é necessário é a renúncia do ego, e isto se expressa perfeitamente na frase <strong>de</strong> Pascal:<br />

"Renúncia doce e total. Absoluta submissão a Jesus <strong>Cristo</strong> e ao meu orientador espiritual".<br />

As pessoas po<strong>de</strong>m rir e zombar <strong>de</strong> você por ser indigno do título <strong>de</strong> homem livre e por ter <strong>de</strong> se submeter a<br />

um senhor... Mas esta escravidão é realmente uma libertação milagrosa, pois mesmo quando você estava livre<br />

passava o tempo todo inventando e colocando ca<strong>de</strong>ias em si mesmo, apertando-as cada vez mais a cada<br />

momento. Durante os anos em que pensou que era livre você submeteu-se como um boi ao jugo <strong>de</strong> seus<br />

incontáveis males hereditários. Des<strong>de</strong> o momento <strong>de</strong> seu nascimento nenhum dos seus crimes <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><br />

continuar vivo, não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> aprisioná-lo mais e mais a cada dia, não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> gerar outros crimes. O<br />

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