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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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palpite por que Jesus passou tanto tempo com o primeiro grupo: acho que Ele preferia a companhia <strong>de</strong>les. Porque<br />

os pecadores eram honestos a respeito <strong>de</strong> si mesmos e não fingiam, Jesus podia lidar com eles. Em contraste, os<br />

santos assumiam ares, julgavam-no e tentavam apanhá-lo em uma armadilha moral. No final, foram os santos, e<br />

não os pecadores, que pren<strong>de</strong>ram Jesus.<br />

Lembre-se da história do jantar <strong>de</strong> Jesus na casa <strong>de</strong> Simão, o fariseu, no qual uma mulher não muito diferente<br />

da prostituta <strong>de</strong> Chicago <strong>de</strong>rramou perfume sobre Jesus e enxugou seus pés com os cabelos. Simão sentiu repulsa.<br />

Tal mulher não merecia nem mesmo entrar em sua casa! Eis aqui a resposta <strong>de</strong> Jesus naquela atmosfera tensa:<br />

Então voltando-se 6 para a mulher, disse a Simão: Vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me <strong>de</strong>ste<br />

água para os pés; esta, porém, regou com lágrimas os meus pés, e os enxugou com os seus cabelos.<br />

Não me <strong>de</strong>ste ósculo, mas ela, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que entrou, não cessou <strong>de</strong> me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com<br />

óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados,<br />

pois muito amou. Mas aquele a quem pouco é perdoado, pouco ama.<br />

Por que, eu me pergunto, a igreja às vezes transmite o espírito <strong>de</strong> Simão, o fariseu, em vez <strong>de</strong> transmitir o<br />

espírito da mulher perdoada? Por que, com freqüência, é isso que eu faço?<br />

Um romance publicado um século atrás, The DamnationJ of Theron Ware [A con<strong>de</strong>nação <strong>de</strong> Theron Ware],<br />

<strong>de</strong>u-me uma imagem duradoura do que a igreja <strong>de</strong>veria ser. Um médico cético, conversando com um pastor<br />

fundamentalista e um sacerdote católico, disse: "Se vocês me permitirem — é claro que os vejo <strong>de</strong> todo<br />

imparcialmente, do lado <strong>de</strong> fora — direi que me parece lógico que uma igreja <strong>de</strong>veria existir para aqueles que<br />

precisam <strong>de</strong> sua ajuda, e não para aqueles que, por sua própria profissão, já são tão bons que são eles que ajudam<br />

a igreja". O cético então <strong>de</strong>screveu a igreja como um lugar que <strong>de</strong>veria manter a graça sempre fluindo. "Alguns<br />

vêm todos os dias, outros apenas uma vez por ano, alguns talvez só no batismo e no funeral. Mas todos eles têm o<br />

direito <strong>de</strong> estar ali, o ladrão profissional tanto quanto o santo imaculado. A única estipulação é que não <strong>de</strong>vem vir<br />

sob falsos pretextos..."<br />

Essa imagem da igreja dispensando graça "sempre fluindo" me enternece especialmente por causa <strong>de</strong> um<br />

grupo dos AA que se reunia no subsolo <strong>de</strong> minha igreja em Chicago. Os Alcoólicos Anônimos não po<strong>de</strong>m<br />

conseguir muitas igrejas que lhes cedam suas instalações, por um motivo muito prático: seus grupos costumam<br />

<strong>de</strong>ixar muita bagunça. Os membros dos AA lutam contra os <strong>de</strong>mônios do vício das drogas e do álcool apoiandose<br />

em <strong>de</strong>mônios menores como cigarros e café, e poucas igrejas estão dispostas a tolerar as manchas nos<br />

assoalhos e nas mesas e os estragos que os cigarros causam nas pare<strong>de</strong>s e nas cortinas. A igreja que eu<br />

freqüentava <strong>de</strong>cidiu abrir suas portas para os AA assim mesmo.<br />

Às vezes eu assistia à reunião como um ato <strong>de</strong> solidarieda<strong>de</strong> para com um amigo alcoólatra em recuperação. A<br />

primeira vez em que o acompanhei fiquei surpreso com o que encontrei, pois <strong>de</strong> muitas maneiras pareciam-se<br />

com uma igreja do Novo Testamento. Um conhecidíssimo apresentador <strong>de</strong> TV e diversos milionários proeminentes<br />

misturavam-se livremente com <strong>de</strong>sempregados e garotos que usavam band-aids para escon<strong>de</strong>r sinais <strong>de</strong><br />

agulhas nos braços. O "momento <strong>de</strong> partilhar" era como um pequeno grupo discutindo o manual <strong>de</strong> instruções,<br />

marcado por atenção compassiva, respostas calorosas e muitos abraços. As apresentações eram como esta: "Boanoite,<br />

eu sou Tom, sou alcoólatra e viciado em drogas". Imediatamente, todos respondiam em uníssono, como um<br />

coro grego: "Boa-noite, Tom!". Cada pessoa presente dava um relatório pessoal <strong>de</strong> progresso em sua luta contra o<br />

vício.<br />

Com o tempo percebi que os AA funcionavam sobre dois princípios: honestida<strong>de</strong> radical e <strong>de</strong>pendência<br />

radical. São exatamente os mesmo princípios expressos na oração do Pai Nosso, o resumo <strong>de</strong> Jesus <strong>de</strong> viver "um<br />

dia <strong>de</strong> cada vez". De fato, muitos grupos dos AA recitam juntos o Pai Nosso em cada uma <strong>de</strong> suas reuniões.<br />

Os AA não permitem nunca que uma pessoa diga: "Alô, eu sou Tom, eu era um alcoólatra e agora estou<br />

curado". Mesmo que o Tom não tenha bebido nada por trinta anos, ele ainda <strong>de</strong>ve i<strong>de</strong>ntificar-se como um<br />

alcoólatra, pois negando sua fraqueza ele estaria se tornando sua vítima. Além disso, Tom nunca po<strong>de</strong>ria dizer:<br />

"Posso ser um alcoólatra, mas não sou tão mau quanto a Betty ali. Ela é viciada em cocaína". Entre as pessoas dos<br />

grupos dos AA o chão é nivelado.<br />

Como Lewis Meyer 8 disse:<br />

É o único lugar que conheço on<strong>de</strong> o status não significa nada. Ninguém engana ninguém. Cada um está ali<br />

porque transformou sua própria vida em uma bagunça pegajosa e está tentando recolocar as peças no lugar...<br />

Eu ja assisti a milhares <strong>de</strong> reuniões na igreja, reuniões em lojas maçônicas, reuniões <strong>de</strong> confrarias, mas nunca<br />

encontrei o tipo <strong>de</strong> amor que encontrei nos AA. Durante uma curta hora os importantes e po<strong>de</strong>rosos <strong>de</strong>scem e<br />

os humil<strong>de</strong>s sobem. O resultado do nivelamento é o que as pessoas querem dizer quando utilizam a palavra<br />

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