Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo
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euniram-se em Viena, estabelecendo laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong> que continuam até o dia <strong>de</strong> hoje.<br />
Um livro recente, The Wages of Guilt [O salário da culpa] 2 explora as diferenças <strong>de</strong> atitu<strong>de</strong> na culpa <strong>de</strong> guerra<br />
da Alemanha e do Japão. Os sobreviventes alemães, como aqueles que pediram perdão aos poloneses, ten<strong>de</strong>m a<br />
aceitar a responsabilida<strong>de</strong> pelos crimes cometidos durante a guerra. Por exemplo, quando o prefeito <strong>de</strong> Berlim,<br />
Willy Brandt, visitou Varsóvia em 1970, caiu <strong>de</strong> joelhos diante do memorial das vítimas do gueto <strong>de</strong> Varsóvia.<br />
"Este gesto... não foi planejado", ele escreveu. "Oprimido pelas lembranças da história recente da Alemanha, eu<br />
simplesmente fiz o que as pessoas fazem quando as palavras não são suficientes."<br />
De maneira diferente, o Japão tem relutado em reconhecer qualquer culpa pelo seu papel na guerra. O<br />
imperador Hirohito anunciou a <strong>de</strong>rrota do Japão com a clássica atenuante: "A situação da guerra enveredou por<br />
um caminho não necessariamente vantajoso para o Japão", e as <strong>de</strong>clarações do pós-guerra foram calculadas<br />
exatamente da mesma maneira. O governo japonês negou-se a comparecer às comemorações do qüinquagésimo<br />
aniversário <strong>de</strong> Pearl Harbor porque os Estados Unidos fizeram o convite condicionado a um pedido <strong>de</strong> perdão. "O<br />
mundo inteiro é responsável pela guerra", insistiu o secretário do governo. Até 1995, na realida<strong>de</strong>, o Japão não<br />
usou a palavra "<strong>de</strong>sculpas" a respeito <strong>de</strong> seus atos.<br />
Hoje, as crianças alemãs apren<strong>de</strong>m na escola os <strong>de</strong>talhes a respeito do Holocausto e outros crimes nazistas. Os<br />
estudantes no Japão apren<strong>de</strong>m a respeito das bombas atômicas lançadas sobre eles, mas não sobre o Massacre <strong>de</strong><br />
Nanquim, o tratamento brutal dos prisioneiros <strong>de</strong> guerra e a vivissecção dos prisioneiros americanos, ou ainda<br />
sobre as "escravas sexuais" estrangeiras recrutadas para servir aos soldados japoneses. Como resultado, o<br />
ressentimento ar<strong>de</strong> em países como a China, Coréia e Filipinas.<br />
O contraste não precisa ser levado tão longe porque ambos, Japão e Alemanha, receberam a aceitação das<br />
nações do mundo, um sinal do "perdão" internacional por sua agressão. Mas a Alemanha tem sido bem recebida<br />
como parceira integral na nova Europa, lado a lado com suas antigas vítimas, enquanto o Japão ainda está<br />
negociando arranjos com seus antigos inimigos cautelosos. Sua <strong>de</strong>mora em pedir perdão atrasou o processo da<br />
aceitação plena.<br />
Em 1990, o mundo assistiu a um drama <strong>de</strong> perdão encenado no palco da política mundial. Depois que a<br />
Alemanha Oriental escolheu um parlamento em suas primeiras eleições, os representantes resolveram assumir as<br />
ré<strong>de</strong>as do governo. O bloco comunista estava mudando diariamente, a Alemanha Oci<strong>de</strong>ntal estava propondo um<br />
passo radical <strong>de</strong> reunificação e o novo parlamento tinha muitas questões <strong>de</strong> estado importantes a consi<strong>de</strong>rar.<br />
Como seu primeiro ato oficial, entretanto, eles <strong>de</strong>cidiram votar esta <strong>de</strong>claração extraordinária, esboçada em<br />
linguagem teológica, e não política:<br />
Nós, os primeiros 3 parlamentares livremente eleitos da GDR... para o bem dos cidadãos <strong>de</strong>sta nação,<br />
admitimos a responsabilida<strong>de</strong> pela humilhação, expulsão e assassinato <strong>de</strong> homens, mulheres e crianças judias.<br />
Sentimos tristeza e vergonha, e reconhecemos o fardo da história germânica... Sofrimento imensurável foi<br />
infligido aos povos do mundo durante a era do socialismo nacional... Pedimos a todos os ju<strong>de</strong>us do mundo que<br />
nos perdoem. Pedimos ao povo <strong>de</strong> Israel que nos perdoe pela hipocrisia e hostilida<strong>de</strong> da política oficial da ;<br />
Alemanha Oriental para com Israel e pela perseguição e humilhação dos cidadãos ju<strong>de</strong>us em nosso país<br />
também <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> 1945.<br />
O parlamento da Alemanha Oriental aprovou a <strong>de</strong>claração por unanimida<strong>de</strong>. Os membros ficaram <strong>de</strong> pé<br />
durante uma longa ovação e, então, fizeram uma pausa <strong>de</strong> silêncio em memória dos ju<strong>de</strong>us que haviam morrido<br />
no Holocausto.<br />
O que tal ato do parlamento conseguiu? Certamente não trouxe os ju<strong>de</strong>us assassinados <strong>de</strong> volta à vida nem<br />
<strong>de</strong>sfez os monstruosos atos do nazismo. Não, mas ajudou a afrouxar a força opressora da culpa que esteve<br />
estrangulando os alemães orientais por quase meio século — cinco décadas nas quais seu governo negou<br />
firmemente qualquer necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> perdão.<br />
Do seu lado, a Alemanha Oci<strong>de</strong>ntal já se arrepen<strong>de</strong>u oficialmente pelas abominações. Além disso, a Alemanha<br />
Oci<strong>de</strong>ntal pagou sessenta bilhões <strong>de</strong> dólares <strong>de</strong> reparação aos ju<strong>de</strong>us. O simples fato <strong>de</strong> que existe um<br />
relacionamento entre a Alemanha e Israel é uma <strong>de</strong>monstração espantosa <strong>de</strong> perdão entre nações. A graça tem o<br />
seu próprio po<strong>de</strong>r, até mesmo na política internacional.<br />
Recentemente, vimos outros dramas públicos <strong>de</strong> perdão apresentados em nações antes controladas pelo<br />
comunismo.<br />
Em 1983, antes da Cortina <strong>de</strong> Ferro se levantar e durante o período da lei marcial, o papa João Paulo II visitou<br />
a Polônia, on<strong>de</strong> realizou uma imensa missa ao ar livre. Multidões organizadas em grupos pelos seus párocos<br />
marcharam pela Ponte Poniatowski e dirigiram-se ao estádio. Exatamente antes da ponte, o roteiro passava bem<br />
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