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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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—Ela não po<strong>de</strong> ter sido uma prostituta a vida inteira. E antes disso?<br />

—Eu não sei. Apenas uma menininha, eu acho.<br />

—Bem, uma menininha é alguma coisa. Não é uma vadia e não é uma prostituta. É alguma coisa. Vamos<br />

recolhê-la.<br />

Os dois vagabundos viram a mulher esquimó por meio das lentes da graça. On<strong>de</strong> a socieda<strong>de</strong> veria apenas uma<br />

vadia e uma prostituta, a graça viu "uma menininha", uma pessoa feita à imagem <strong>de</strong> Deus, não importa quão<br />

<strong>de</strong>sfigurada essa imagem estivesse.<br />

O cristianismo tem um princípio: "O<strong>de</strong>ie o pecado, mas ame o pecador", que é mais facilmente pregado do que<br />

praticado. Se os cristãos pu<strong>de</strong>ssem simplesmente recuperar essa prática, tão preciosamente mo<strong>de</strong>lada por Jesus,<br />

avançaríamos bastante no cumprimento <strong>de</strong> nossa vocação como <strong>de</strong>spenseiros da graça <strong>de</strong> Deus. Conforme conta<br />

C. S. Lewis, 11 durante um longo tempo ele não conseguia enten<strong>de</strong>r a diferença diminuta entre odiar o pecado <strong>de</strong><br />

uma pessoa e odiar o pecador. Como seria possível odiar o que o homem faz e não odiar o homem?<br />

Veja o resumo <strong>de</strong> sua história:<br />

Anos <strong>de</strong>pois, porém, ocorreu-me que havia um homem ao qual eu havia feito isso toda a minha vida. Isto é,<br />

eu mesmo. Por mais que <strong>de</strong>testasse minha própria covardia, orgulho ou ganância, eu continuava me amando.<br />

Não houve nunca a mais insignificante dificulda<strong>de</strong> nisso. Na verda<strong>de</strong>, o próprio motivo por que eu odiava<br />

essas coisas era porque eu amava o homem. Exatamente porque eu amava a mim mesmo, sentia-me triste em<br />

<strong>de</strong>scobrir que eu era o tipo <strong>de</strong> homem que fazia essas coisas.<br />

Os cristãos não <strong>de</strong>vem fazer concessões ao pecado, diz Lewis. Antes, <strong>de</strong>veríamos odiar os pecados nos outros<br />

da mesma forma que os odiamos em nós mesmos: sentindo que a pessoa tenha feito essas coisas e esperando que,<br />

<strong>de</strong> alguma forma, algum dia, em algum lugar, essa pessoa seja curada.<br />

O filme-documentario <strong>de</strong> Bill Moyers a respeito do hino Amazing Grace inclui uma cena filmada no Estádio <strong>de</strong><br />

Wembley, em Londres. Diversos grupos musicais, principalmente bandas <strong>de</strong> rock, estavam reunidos celebrando<br />

as mudanças na África do Sul e, por algum motivo, os responsáveis pelo evento selecionaram uma cantora <strong>de</strong><br />

ópera, Jessye Norman, para o número final.<br />

O filme pula para trás e para frente entre as cenas da multidão indisciplinada no estádio e Jessye Norman<br />

sendo entrevistada. Durante doze horas grupos <strong>de</strong> rock como Guns'n 'Roses estiveram atordoando a multidão com<br />

palavras <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m, irritando os fãs já alterados com álcool e drogas. A multidão grita pedindo mais apresentações<br />

no palco e os grupos <strong>de</strong> rock aten<strong>de</strong>m. Enquanto isso, Jessye Norman está sentada em seu camarim discutindo<br />

Amazing Grace com Moyers.<br />

O hino fora escrito, como se sabe, por John Newton, um mercador <strong>de</strong> escravos vulgar e cruel. Pela primeira<br />

vez ele clamou a Deus no meio <strong>de</strong> uma tempesta<strong>de</strong> que quase o jogou para fora do navio. Newton viu a luz<br />

gradualmente, continuando a exercer o comércio mesmo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sua conversão. Ele escreveu o hino "How<br />

Sweet the Name of Jesus Sounds" [Como é doce o nome <strong>de</strong> Jesus] enquanto esperava em um porto africano um<br />

carregamento <strong>de</strong> escravos. Mais tar<strong>de</strong>, entretanto, renunciou à ativida<strong>de</strong> profissional, tornou-se ministro e juntouse<br />

a William Wilberforce na luta contra a escravidão. John Newton nunca per<strong>de</strong>u <strong>de</strong> vista as profun<strong>de</strong>zas das<br />

quais foi tirado. Ele nunca per<strong>de</strong>u <strong>de</strong> vista a graça. Quando escreveu "... que salvou um miserável como eu",<br />

queria dizer isso mesmo <strong>de</strong> todo o seu coração.<br />

No filme, Jessye Norman conta a Bill Moyers que Newton talvez tomasse emprestada uma antiga melodia<br />

cantada pelos próprios escravos, redimindo a canção, exatamente como ele fora redimido.<br />

Finalmente, chega a hora <strong>de</strong> ela cantar, Um simples círculo <strong>de</strong> luz acompanha Norman, uma majestosa mulher<br />

afro-americana usando um esvoaçante dashiki africano, enquanto atravessa o palco. Sem nenhum<br />

acompanhamento, sem instrumentos musicais, apenas Jessye. A multidão se agita, nervosa. Poucos reconhecem a<br />

diva da ópera. Uma voz grita pedindo Guns'n'Roses. Outros se juntam ao grito. A cena começa a ficar pesada.<br />

Sozinha, a capela, Jessye Norman começa a cantar, muito lentamente, os primeiros versos do hino.<br />

Uma coisa espantosa aconteceu no Estádio <strong>de</strong> Wembley naquela noite. Setenta mil fas roucos ficaram em<br />

silêncio diante da ária da graça.<br />

Quando Norman chegou à segunda estrofe: "Tal graça me levou a temer assim que em Deus eu cri...", a<br />

soprano já tinha a multidão em suas mãos.<br />

Ao chegar à terceira estrofe: "Por provas duras passarei... mas pela graça irei morar na eternal mansão..."<br />

diversas centenas <strong>de</strong> fãs estavam cantando junto, cavando profundamente em lembranças já esquecidas em busca<br />

das palavras que haviam ouvido há muito tempo.<br />

Jessye Norman mais tar<strong>de</strong> confessou que não tinha idéia do po<strong>de</strong>r que <strong>de</strong>sceu sobre o Estádio Wembley<br />

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