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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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tipo <strong>de</strong> virtu<strong>de</strong> isso encorajaria? 1<br />

O evangelho não é, <strong>de</strong> maneira nenhuma, o que nós sugerimos. Eu, por minha vez, esperaria que se honrasse a<br />

virtu<strong>de</strong> contra a libertinagem. Eu esperaria ter <strong>de</strong> me purificar para marcar uma audiência com um Deus Santo.<br />

Mas Jesus falou <strong>de</strong> Deus ignorando o mestre religioso que se achava fantástico e <strong>de</strong>u atenção a um pecador<br />

comum que rogava: "Ó Deus, tem misericórdia". 6 Em toda a Bíblia, na verda<strong>de</strong>, Deus <strong>de</strong>monstra uma notável<br />

preferência por pessoas "autênticas" em vez <strong>de</strong> pessoas "boas". Nas palavras do próprio Jesus: "Haverá alegria no<br />

céu 7 por um pecador que se arrepen<strong>de</strong>, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam <strong>de</strong><br />

arrependimento".<br />

Em um <strong>de</strong> seus últimos atos antes <strong>de</strong> morrer, Jesus perdoou o ladrão que pendia <strong>de</strong> uma cruz, sabendo muito<br />

bem que o ladrão havia-se convertido por causa <strong>de</strong> puro medo. Esse ladrão nunca estudaria a Bíblia, nunca<br />

freqüentaria uma sinagoga ou igreja e nunca acertaria a sua vida com todos aqueles que havia prejudicado. Ele<br />

simplesmente disse: "Senhor, lembra-te 8 <strong>de</strong> mim", e Jesus lhe prometeu: "Hoje estarás comigo no paraíso". Foi<br />

outro lembrete chocante <strong>de</strong> que a graça não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do que fizemos por Deus, mas, antes, do que Deus fez por<br />

nós.<br />

Pergunte às pessoas o que elas <strong>de</strong>vem fazer para ir para o céu e a maioria vai respon<strong>de</strong>r: "Ser bom". As<br />

histórias <strong>de</strong> Jesus contradizem essa resposta. Tudo que <strong>de</strong>vemos fazer é clamar: "Socorro!". Deus recebe em sua<br />

casa qualquer um que o fizer e, <strong>de</strong> fato, já <strong>de</strong>u o primeiro passo. A maioria dos especialistas — médicos,<br />

advogados, conselheiros matrimoniais — dão-se alto valor e esperam que os clientes venham a eles. Deus, não.<br />

Como Sören Kierkegaard 9 disse:<br />

Quando se trata <strong>de</strong> um pecador Ele não fica simplesmente parado, com os braços abertos e dizendo: "Venha<br />

cã". Não. Ele fica ali e espera, como o pai do filho perdido esperou; ou melhor, ele não fica parado esperando:<br />

sai procurando, como o pastor procurou a ovelha perdida, como a mulher procurou a moeda perdida. Ele vai<br />

— não, Ele foi — infinitamente mais longe do que qualquer pastor ou qualquer mulher. Ele seguiu<br />

calmamente o longo e infinito caminho <strong>de</strong> ser Deus para se tornar homem e, <strong>de</strong>sse modo, foi procurar os<br />

pecadores.<br />

Kierkegaard coloca o <strong>de</strong>do sobre aquele que talvez seja o mais importante aspecto das parábolas <strong>de</strong> Jesus. Elas<br />

não são simplesmente histórias agradáveis para pren<strong>de</strong>r a atenção dos ouvintes ou vasos literários para guardar<br />

verda<strong>de</strong>s teológicas. Elas foram, realmente, o mo<strong>de</strong>lo da vida <strong>de</strong> Jesus na terra. Ele foi o pastor que <strong>de</strong>ixou a<br />

segurança do aprisco para sair na noite escura e perigosa lá fora. Nos seus banquetes ele recebeu cobradores <strong>de</strong><br />

impostos, réprobos e prostitutas. Ele veio por causa dos doentes e não por causa dos sãos, pelos injustos e não<br />

pelos justos. E àqueles que o traíram — especialmente os discípulos, que o abandonaram na hora <strong>de</strong> sua maior<br />

necessida<strong>de</strong> — Ele respon<strong>de</strong>u como um pai cego <strong>de</strong> amor.<br />

O teólogo Karl Barth, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> escrever milhares <strong>de</strong> páginas em sua obra Church Dogmatics (Dogmas da Igreja),<br />

encontrou esta simples <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> Deus: "Aquele que ama".<br />

Não faz muito tempo um pastor amigo meu me contou que lutava com sua filha <strong>de</strong> quinze anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Ele<br />

sabia que ela tomava anticoncepcionais, e várias noites nem havia voltado para casa. Os pais tentaram várias<br />

formas <strong>de</strong> castigo, sem resultado. A filha mentia, enganava, e ainda encontrou um jeito <strong>de</strong> acusá-los: "A culpa é<br />

<strong>de</strong> vocês, por serem tão rigorosos!".<br />

Meu amigo me disse: "Eu me lembro <strong>de</strong> ter ficado diante da janela da sala <strong>de</strong> estar, olhando para a escuridão, à<br />

espera <strong>de</strong> ela voltar para casa. Eu sentia tanta raiva. Eu queria ser como o pai do Filho Pródigo, mas estava<br />

furioso com minha filha pelo jeito com que ela nos manipulava para nos machucar. E, naturalmente, ela se<br />

machucava mais do que ninguém. Eu compreendi a passagem nos profetas expressando a ira <strong>de</strong> Deus. O povo<br />

sabia como machucá-lo, e Deus gritava sentindo dor.<br />

"Mas, vou-lhe dizer, quando minha filha voltou para casa naquela noite, ou quase no dia seguinte, o que eu<br />

mais <strong>de</strong>sejava no mundo era tomá-la em meus braços, confessar o meu amor por ela e dizer-lhe que queria o<br />

melhor para ela. Eu era um pai <strong>de</strong>samparado, cego <strong>de</strong> amor."<br />

Agora, quando penso em Deus, levanto a imagem do pai cego <strong>de</strong> amor que está a milhas <strong>de</strong> distância do<br />

monarca severo que eu costumava imaginar. Penso em meu amigo <strong>de</strong> pé diante da janela da sala <strong>de</strong> estar<br />

perscrutando dolorosamente as trevas. Penso na <strong>de</strong>scrição que Jesus fez do Pai que espera, sofredor, insultado,<br />

mas <strong>de</strong>sejando mais do que tudo perdoar e começar tudo <strong>de</strong> novo, para anunciar alegremente: "Este meu filho<br />

1 O pregador contemporâneo Fred Craddock uma vez brincou com os <strong>de</strong>talhes da parábola para <strong>de</strong>stacar exatamente esse ponto. Em um sermão, ele fez o pai<br />

dar o anel e o manto para o irmão mais velho, <strong>de</strong>pois matar o bezerro cevado em homenagem aos seus anos <strong>de</strong> fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e obediência. Uma mulher lá atrás<br />

gritou: "É assim que <strong>de</strong>veria estar escrito!".<br />

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