Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo
Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo
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<strong>de</strong>ixar que Deus <strong>de</strong>terminasse, e não ela, "o que ele merecia".<br />
Uma noite Rebecca telefonou para o ex-marido e disse, com voz trêmula e forçada: "Quero que você saiba que<br />
eu o perdôo pelo que me fez. E perdôo Julianne também". Ele riu da argumentação <strong>de</strong>la, não querendo admitir<br />
que havia feito alguma coisa errada. Apesar da rejeição, a conversa ajudou Rebecca a superar seus sentimentos <strong>de</strong><br />
amargura.<br />
Alguns anos <strong>de</strong>pois, Rebecca recebeu um telefonema histérico <strong>de</strong> Julianne, a mulher que lhe havia "roubado"<br />
o marido. Estivera assistindo a uma conferência <strong>de</strong> pastores com ele em Minneapolis, e ele havia saído do hotel<br />
para dar um passeio. Passaram-se algumas horas e, então, Julianne recebeu um telefonema da polícia: seu marido<br />
fora preso com uma prostituta.<br />
No telefone com Rebecca, Julianne estava soluçando: "Eu nunca acreditei em você", ela disse. "Eu insistia<br />
comigo mesma que, mesmo se o que você dizia fosse verda<strong>de</strong>, ele havia mudado. E agora isto. Estou tão<br />
envergonhada, ferida e culpada. Não tenho ninguém no mundo que possa me compreen<strong>de</strong>r. Então, me lembrei da<br />
noite quando você disse que nos perdoava. Pensei que talvez você pu<strong>de</strong>sse compreen<strong>de</strong>r o que estou passando. É<br />
uma coisa horrível para lhe pedir, mas eu po<strong>de</strong>ria conversar com você?"<br />
De alguma maneira Rebecca encontrou coragem para convidar Julianne para vir naquela mesma noite. Elas<br />
ficaram sentadas na sala <strong>de</strong> estar, choraram juntas, partilharam histórias <strong>de</strong> traição e, no final, oraram juntas.<br />
Julianne agora aponta para aquela noite como o momento em que se tornou cristã.<br />
Nosso grupo silenciou enquanto Rebecca contava sua história. Ela estava <strong>de</strong>screvendo o perdão não <strong>de</strong> forma<br />
abstrata, mas em um cenário quase incompreensível <strong>de</strong> elos humanos: a sedutora do marido e a esposa<br />
abandonada ajoelhadas lado a lado em uma sala <strong>de</strong> estar, orando.<br />
"Durante muito tempo, eu me sentia tola por ter perdoado o meu marido", Rebecca nos dizia. "Mas, naquela<br />
noite, percebi qual era o fruto do perdão. Julianne estava certa. Eu po<strong>de</strong>ria compreen<strong>de</strong>r o que ela estava<br />
passando. E, por eu ter estado lá também, podia ficar do lado <strong>de</strong>la, em vez <strong>de</strong> ser sua inimiga. Nós duas fomos<br />
traídas pelo mesmo homem. Agora eu podia lhe ensinar a vencer o ódio, a vingança e a culpa que ela estava<br />
sentindo."<br />
Em The Art of Forgiving [A arte <strong>de</strong> perdoar], Lewis Sme<strong>de</strong>s faz a notável observação <strong>de</strong> que a Bíblia <strong>de</strong>screve<br />
Deus passando por estágios progressivos quando perdoa, assim como nós, os seres humanos. Primeiro, Deus<br />
re<strong>de</strong>scobre a humanida<strong>de</strong> da pessoa que pecou contra Ele, removendo a barreira criada pelo pecado. Segundo,<br />
Deus <strong>de</strong>scarta o seu direito <strong>de</strong> vingança, preferindo, em lugar disso, assumir o preço em seu próprio corpo.<br />
Finalmente, Deus examina <strong>de</strong> novo os seus sentimentos para conosco, <strong>de</strong>scobrindo um jeito <strong>de</strong> "justificar-nos"<br />
para que, ao olhar para nós, veja seus próprios filhos adotivos com a sua imagem divina restaurada.<br />
Ocorreu-me, enquanto pensava nas consi<strong>de</strong>rações <strong>de</strong> Sme<strong>de</strong>s, que o milagre cheio <strong>de</strong> graça do perdão <strong>de</strong> Deus<br />
tornou-se possível por causa da união que ocorreu quando Deus veio ao mundo em <strong>Cristo</strong>. De certa maneira, Deus<br />
tinha <strong>de</strong> vir fazer as pazes com estas criaturas que <strong>de</strong>sejava amar — mas como? Experimentalmente, Deus não<br />
sabia o que era ser tentado pelo pecado, ter um dia difícil. Na terra, vivendo entre nós, apren<strong>de</strong>u isso. Ele se<br />
colocou do nosso lado.<br />
O livro <strong>de</strong> Hebreus torna explícito este mistério da encarnação: "Pois não temos 10 um sumo sacerdote que não<br />
possa compa<strong>de</strong>cer-se das nossas fraquezas, porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado". A<br />
segunda carta <strong>de</strong> Paulo aos coríntios vai ainda mais longe: "Aquele que não conheceu pecado, 11 ele o fez pecado<br />
por nós". Não po<strong>de</strong>mos ser mais explícitos. Deus fez a ponte sobre o abismo; Ele passou totalmente para o nosso<br />
lado. E, por causa disso, o autor das cartas aos Hebreus afirma, Jesus po<strong>de</strong> <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-nos diante do Pai. Ele esteve<br />
lá. Ele compreen<strong>de</strong>.<br />
Pela narrativa dos evangelhos, parece que o perdão também não foi fácil para Deus. "Se possível, 12 passa <strong>de</strong><br />
mim este cálice", Jesus orou, contemplando o preço que <strong>de</strong>veria pagar em nosso favor, e o suor pingou <strong>de</strong>le em<br />
gotas <strong>de</strong> sangue. Não havia outro meio. Finalmente, em uma <strong>de</strong> suas últimas <strong>de</strong>clarações antes <strong>de</strong> morrer, Ele<br />
disse: "perdoa-lhes" 13 — a todos eles, aos soldados romanos, aos lí<strong>de</strong>res religiosos, aos discípulos que fugiram<br />
nas trevas, a você, a mim — "perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem". Apenas tornando-se um ser humano o<br />
Filho <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong>ria realmente dizer: "Não sabem o que fazem". Tendo morado entre nós, Ele agora<br />
compreendia!<br />
No pesa<strong>de</strong>lo da escuridão, na Europa,<br />
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