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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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Homem a quem você se submete não quer que você seja livre para ser escravo; Ele quebra o ciclo <strong>de</strong> seus<br />

grilhões e, contra os seus quase extintos e ainda latentes <strong>de</strong>sejos, Ele acen<strong>de</strong> e reacen<strong>de</strong> o fogo da graça.<br />

Ainda em uma terceira ilustração (7:1-6), Paulo compara a vida espiritual ao casamento. A analogia básica não é<br />

nova, pois a Bíblia com freqüência apresenta Deus como um noivo amoroso indo atrás <strong>de</strong> uma noiva volúvel. A<br />

intensida<strong>de</strong> dos sentimentos que temos pela pessoa que escolhemos para passar a vida com ela reflete a paixão<br />

que Deus sente por nós, e Ele <strong>de</strong>seja sua paixão retribuída na mesma moeda.<br />

Muito mais do que a morte, muito mais do que a escravidão, a analogia do casamento propicia uma resposta à<br />

pergunta com a qual Paulo começou: Por que ser bom? Realmente, essa pergunta está errada. Deveria ser: Por<br />

que amar?<br />

Em um verão eu precisei apren<strong>de</strong>r alemão básico para concluir um doutorado. Que verão miserável! Nas<br />

maravilhosas tar<strong>de</strong>s em que meus amigos velejavam pelo Lago Michigan, andavam <strong>de</strong> bicicleta e bebericavam<br />

cappuccinos nos cafés ao ar livre, eu hibernava com um tutor <strong>de</strong> primeiríssima qualida<strong>de</strong>, analisando verbos<br />

alemães. Cinco noites por semana, três horas por noite, eu passava memorizando vocabulário e terminações que<br />

nunca mais usaria. Suportei essa tortura com um único propósito: passar na prova e obter o meu doutorado.<br />

E se o secretário da escola tivesse me prometido: "Philip, queremos que você estu<strong>de</strong> muito, aprenda alemão e<br />

preste o exame, mas nós lhe prometemos <strong>de</strong> antemão que você vai passar no teste. Seu diploma já foi<br />

preenchido"? Você acha que eu teria passado todas as <strong>de</strong>leitáveis tar<strong>de</strong>s <strong>de</strong> verão em um apartamento quente e<br />

abafado? Nunca. Resumindo, esse é o dilema teológico que Paulo confronta em Romanos.<br />

Por que apren<strong>de</strong>r alemão? Há motivos nobres, é claro — as línguas alargam a mente e expan<strong>de</strong>m o âmbito da<br />

comunicação — mas isso nunca me motivou a estudar alemão antes. Eu estudava por motivos egoístas, para<br />

concluir um doutorado. E apenas a ameaça das conseqüências que pesava sobre mim me levou a reor<strong>de</strong>nar minhas<br />

priorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> verão. Hoje, lembro-me muito pouco do alemão que armazenei na mente. "A velhice da letra" (a<br />

<strong>de</strong>scrição da lei do Antigo Testamento feita por Paulo) produz resultados a curto prazo na melhor das hipóteses.<br />

O que me inspiraria apren<strong>de</strong>r alemão? Posso imaginar um incentivo po<strong>de</strong>roso. Se minha esposa, a mulher pela<br />

qual me apaixonei, falasse apenas alemão, eu teria aprendido essa língua em tempo recor<strong>de</strong>. Por quê? Porque teria<br />

um <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong>sesperado <strong>de</strong> comunicar-me mit einer schõnen Frau [com uma mulher bonita]. Eu teria passado<br />

noites acordado analisando verbos e colocando-os a<strong>de</strong>quadamente nos finais <strong>de</strong> minhas sentenças nas cartas <strong>de</strong><br />

amor, acariciando cada acréscimo ao meu vocabulário como uma nova maneira <strong>de</strong> me expressar àquela a quem<br />

amava. Teria aprendido alemão <strong>de</strong> boa vonta<strong>de</strong>, com o próprio relacionamento como recompensa.<br />

Essa realida<strong>de</strong> me ajuda a compreen<strong>de</strong>r a ríspida exclamação <strong>de</strong> Paulo, "Deus me livre!", à pergunta:<br />

"Permaneceremos no pecado, para que a graça aumente?". Será que um noivo na noite do seu casamento manteria<br />

a seguinte conversa com a noiva: "Querida, eu a amo muito. Estou ansioso em passar a minha vida com você.<br />

Mas preciso esclarecer alguns <strong>de</strong>talhes. Depois <strong>de</strong> casado, até on<strong>de</strong> posso ir com outras mulheres? Posso dormir<br />

com elas? Beijá-las? Você não se importaria com alguns casos <strong>de</strong> vez em quando, se importaria? Sei que isso a<br />

machucaria, mas imagine só todas as oportunida<strong>de</strong>s que você terá <strong>de</strong> me perdoar <strong>de</strong>pois que eu a trair!"? Para<br />

esse Donjuan, a única resposta razoável é uma bofetada no rosto e um "Deus me livre!". Obviamente, ele não<br />

compreen<strong>de</strong> nada a respeito do amor.<br />

Semelhantemente, se nos aproximarmos <strong>de</strong> Deus com uma atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> "O que eu posso fazer?" prova que não<br />

temos idéia do que Deus tem em mente para nós. Ele quer alguma coisa muito além do relacionamento que eu<br />

po<strong>de</strong>ria ter com um senhor <strong>de</strong> escravos, que forçaria a minha obediência com um chicote. Deus não é um patrão<br />

ou um gerente, nem um gênio mágico para servir às nossas or<strong>de</strong>ns.<br />

Realmente, Deus quer alguma coisa mais íntima do que o relacionamento mais íntimo na terra, o laço para<br />

toda a vida entre um homem e uma mulher. O que Deus <strong>de</strong>seja não é um bom <strong>de</strong>sempenho, mas o meu coração.<br />

Eu faço "boas obras" para minha esposa não para receber crédito diante <strong>de</strong>la, mas, sim, para expressar o meu<br />

amor. De maneira igual, Deus <strong>de</strong>seja que eu sirva "<strong>de</strong> maneira nova no Espírito"; não por compulsão, mas por<br />

<strong>de</strong>sejo. "Discipulado", diz Clifford Williams, 24 "significa simplesmente a vida que brota da graça".<br />

Se eu tivesse <strong>de</strong> resumir as principais motivações do Novo Testamento para "ser bom" em uma única palavra,<br />

escolheria gratidão. Paulo começa a maior parte <strong>de</strong> suas cartas com um resumo das riquezas que possuímos em<br />

<strong>Cristo</strong>. Se compreen<strong>de</strong>mos o que <strong>Cristo</strong> fez por nós, então certamente por gratidão lutaremos para viver <strong>de</strong><br />

maneira digna <strong>de</strong> tão gran<strong>de</strong> amor. Lutaremos por santida<strong>de</strong> não para fazer Deus nos amar, mas porque Ele já nos<br />

ama. Como Paulo disse a Tito, é a graça <strong>de</strong> Deus que "nos ensina 25 a abandonar a impieda<strong>de</strong> e as paixões<br />

mundanas, para que vivamos neste presente século sóbria, justa e piedosamente".<br />

Em suas memórias Ordinary Time [Tempo Regulamentar], a escritora católica Nancy Mairs 26 fala <strong>de</strong> seus anos<br />

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