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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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estava morto, mas reviveu; estava perdido, e foi achado".<br />

O Réquiem, <strong>de</strong> Mozart, contém uma frase maravilhosa que se transformou em minha oração, uma prece que<br />

faço com confiança cada vez maior: "Lembre-se, Jesus misericordioso, <strong>de</strong> que eu sou o motivo da sua viagem".<br />

Creio que ele se lembra.<br />

CAPÍTULO 5<br />

A NOVA MATEMÁTICA DA GRAÇA<br />

Exceto pelo ponto, o ponto parado,<br />

não haveria dança, e há apenas a dança.<br />

T. S. Eliot<br />

Quando uma coluna minha, intitulada "A matemática atroz do evangelho", apareceu na revista Christianity Today<br />

(Cristianismo Hoje), logo fiquei sabendo que nem todos gostam <strong>de</strong> sátira. As cartas que recebi chamuscaram o<br />

lado <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da minha caixa <strong>de</strong> correio. "Philip Yancey, você não anda com Deus nem com Jesus!", escreveu<br />

um leitor irado. "Esta coluna é uma blasfêmia". Outro con<strong>de</strong>nava minha "filosofia anticristã, intelectualizada".<br />

Outro, ainda, me chamava <strong>de</strong> "satânico". "Não existem revisores suficientes em sua equipe para arrancar daí tal<br />

porcaria estudantil?", outro perguntava ao editor.<br />

Sentindo-me castigado, e não estando acostumado a ser consi<strong>de</strong>rado blasfemo, anticristão e satânico, olhei<br />

perplexo para a coluna. O que tinha acontecido <strong>de</strong> errado? Havia reunido quatro histórias, uma <strong>de</strong> cada evangelho,<br />

e obviamente em tom <strong>de</strong> brinca<strong>de</strong>ira — pelo menos achava —, apontei para o absurdo da matemática envolvida.<br />

Lucas 1 fala <strong>de</strong> um pastor que <strong>de</strong>ixou suas noventa e nove ovelhas e mergulhou nas trevas para procurar uma<br />

ovelha perdida. Um ato nobre, realmente, mas pense um pouco na aritmética subjacente. Jesus diz que o pastor<br />

<strong>de</strong>ixou as noventa e nove ovelhas "no <strong>de</strong>serto", o que presumivelmente significa que ficaram vulneráveis aos<br />

ladrões, aos lobos ou ao <strong>de</strong>sejo inato <strong>de</strong> buscar a liberda<strong>de</strong>. Como se sentiria o pastor se retornasse com a ovelha<br />

perdida pendurada sobre o ombro apenas para <strong>de</strong>scobrir que agora estavam faltando outras vinte e três?<br />

Em uma cena também contada por João, 2 uma mulher chamada Maria pegou 453 gramas — um ano <strong>de</strong><br />

trabalho! — <strong>de</strong> um exótico perfume e o <strong>de</strong>rramou sobre os pés <strong>de</strong> Jesus. Pense no <strong>de</strong>sperdício.<br />

Uma gota apenas <strong>de</strong> perfume não faria o mesmo efeito? Até Judas podia perceber o absurdo: o tesouro agora<br />

escorrendo em fragrantes regatos pelo chão cheio <strong>de</strong> sujeira po<strong>de</strong>ria ter sido vendido para ajudar os pobres.<br />

Marcos 3 registra uma terceira cena. Depois <strong>de</strong> ver uma viúva jogar duas moedinhas no cofre das coletas no<br />

templo, Jesus <strong>de</strong>sprezou contribuições muito mais elevadas. "Eu lhes direi a verda<strong>de</strong>", ele observou, "esta pobre<br />

viúva colocou mais no tesouro do que todos os outros". Espero que Ele tenha dito essas palavras baixinho, pois os<br />

doadores importantes não gostariam da comparação.<br />

A quarta história, <strong>de</strong> Mateus, 4 envolve uma parábola que tenho ouvido em poucos sermões, por bons motivos.<br />

Jesus falou <strong>de</strong> um lavrador que contratou pessoas para trabalhar em suas vinhas. Algumas começaram ao nascer<br />

do sol, outras no meio da manhã, algumas na hora do almoço, outras no meio da tar<strong>de</strong>, e algumas outras uma hora<br />

antes <strong>de</strong> encerrar o expediente. Todos pareciam satisfeitos até a hora do pagamento, quando aqueles que<br />

trabalharam doze horas sob o sol causticante ficaram sabendo que os folgados, que mal haviam trabalhado uma<br />

hora, receberiam exatamente o mesmo pagamento. A atitu<strong>de</strong> do patrão contradizia tudo o que eles sabiam a<br />

respeito <strong>de</strong> motivação para o trabalho e justa compensação. Era uma economia atroz, pura e simplesmente.<br />

Além <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r uma lição a respeito <strong>de</strong> sátiras nessa coluna, também aprendi uma importante lição a<br />

respeito da graça. Talvez a palavra "atroz" fosse mal escolhida, mas certamente a graça tem uma estri<strong>de</strong>nte nota<br />

<strong>de</strong> injustiça. Por que as moedinhas da viúva valeriam mais do que os milhões <strong>de</strong> um homem rico? E que<br />

empregador pagaria aos retardatários o mesmo que aos seus trabalhadores regulares?<br />

Não muito tempo <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> escrever a coluna, assisti a Ama<strong>de</strong>us (palavra latina para "amado <strong>de</strong> Deus"), uma peça<br />

que apresenta um compositor do século XVII procurando enten<strong>de</strong>r a mente <strong>de</strong> Deus. O <strong>de</strong>voto Antônio Salieri<br />

tem o profundo <strong>de</strong>sejo, mas não a aptidão, <strong>de</strong> criar uma imortal música <strong>de</strong> louvor. Ele fica enfurecido porque<br />

Deus conce<strong>de</strong>u o maior dom <strong>de</strong> gênio musical já conhecido a um pré-adolescente ímpio chamado Wolfgang<br />

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