11.05.2013 Views

Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

naqueles termos. Também havia estudado teologia do Novo Testamento.<br />

P. D. aproximou-se <strong>de</strong> mim como um tigre. "Venha cá, irmão. Vamos falar a respeito <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>finição". Em<br />

<strong>de</strong>terminado momento, Joe (o irmão <strong>de</strong> WiH) voltou-se para ele: "Calma, P. D. Você não percebe quando uma<br />

pessoa está nervosa?". Mas P. D. o afastou com um aceno, amando-me <strong>de</strong>mais para me <strong>de</strong>ixar sozinho.<br />

"Jonathan era um bastardo?", foi a primeira pergunta que P. D. fez. Campbell, por sua vez, respon<strong>de</strong>u que,<br />

embora fosse um dos indivíduos mais gentis que conheceu, a verda<strong>de</strong> é que todos são pecadores. Naqueles<br />

termos, sim, ele era um "bastardo".<br />

"Muito bem. Thomas Coleman é um bastardo?" Essa pergunta Campbell achou muito mais fácil <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r.<br />

É claro que o assassino era um bastardo.<br />

Então R D. puxou sua ca<strong>de</strong>ira para aproximar-se mais, colocou sua mão ossuda sobre o joelho <strong>de</strong> Campbell e<br />

olhou diretamente em seus olhos vermelhos. "Qual <strong>de</strong>sses dois bastardos você acha que Deus ama mais?" A<br />

pergunta atingiu o alvo, como uma flecha no coração.<br />

Subitamente tudo se tornou claro. Tudo. Foi uma revelação. A intensida<strong>de</strong> da luz maltada ao nosso redor<br />

parecia iluminar e intensificar tudo. Atravessei a sala e abri as venezianas, olhando diretamente para a rua<br />

iluminada. E comecei a soluçar. Mas o choro estava intercalado <strong>de</strong> risos. Foi uma experiência estranha.<br />

Lembro-me <strong>de</strong> tentar separar a tristeza da alegria. Exatamente por que estava chorando e por que estava rindo.<br />

Então, isto também se tornou claro.<br />

Estava rindo <strong>de</strong> mim mesmo, dos vinte anos <strong>de</strong> ministério que haviam-se tornado, sem que eu percebesse,<br />

em um ministério <strong>de</strong> sofisticação liberal...<br />

Concordar com a idéia <strong>de</strong> que um homem pu<strong>de</strong>sse ir a uma loja on<strong>de</strong> um grupo <strong>de</strong> seres humanos<br />

<strong>de</strong>sarmados estava bebendo soda limonada e comendo pastéis, <strong>de</strong>scarregasse uma arma em um <strong>de</strong>les,<br />

<strong>de</strong>spedaçando seus pulmões, coração e entranhas, voltasse para um outro e enviasse uma rajada <strong>de</strong> chumbo<br />

rasgando sua carne e ossos e que Deus o libertaria era quase mais do que eu po<strong>de</strong>ria agüentar. Mas se esse não<br />

fosse exatamente o caso, então, não existe evangelho, não existem boas novas. Caso isto não seja verda<strong>de</strong>,<br />

temos apenas más novas, ficamos apenas com a lei.<br />

O que Will Campbell apren<strong>de</strong>u naquela noite foi uma nova visão da graça. A livre oferta da graça esten<strong>de</strong>-se<br />

não apenas para os <strong>de</strong>samparados, mas também para aqueles que, <strong>de</strong> fato, são dignos do oposto. Isto serve tanto<br />

para os membros da Ku Klux Klan como para os <strong>de</strong>fensores dos direitos civis, tanto para P. D. East como para<br />

Will Campbell, tanto para Thomas Coleman como para Jonathan Daniels.<br />

Esta mensagem alojou-se tão profundamente <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> Will Campbell que ele passou por uma espécie <strong>de</strong><br />

terremoto da graça. Pediu <strong>de</strong>missão do seu posto no Conselho Nacional das Igrejas e se tornou o que ele chama,<br />

<strong>de</strong>turpadamente, <strong>de</strong> "apóstolo dos caipiras". Comprou uma fazenda no Tennessee e, hoje, passa o seu tempo<br />

igualmente entre os homens da Ku Klux Klan e racistas como entre as minorias raciais e brancos liberais.<br />

Percebeu que muitas pessoas estavam se oferecendo como voluntárias para ajudar as minorias; ele não conhecia<br />

ninguém que ministrasse aos Thomas Colemans do mundo.<br />

Gosto da história <strong>de</strong> Will Campbell por causa da minha educação em Atlanta entre gente que usava o racismo<br />

como um emblema <strong>de</strong> honra. Resumindo, gosto da história <strong>de</strong>le porque durante algum tempo eu me parecia mais<br />

com Thomas Coleman do que com Jonathan Daniels. Nunca matei ninguém, mas com certeza odiava. Eu ri<br />

quando a KKK queimou uma cruz na frente da primeira família negra que se aventurou a morar em nosso bairro.<br />

E quando nortistas como Jonathan Daniels eram mortos, eu e meus amigos dávamos <strong>de</strong> ombros e dizíamos: "Bem<br />

feito, vieram aqui para perturbar".<br />

Quando chegou o momento em que eu me vi como realmente era: um racista digno <strong>de</strong> pieda<strong>de</strong>, um<br />

hipócrita que se revestia do evangelho enquanto vivia o antievangelho, quando chegou esse momento,<br />

agarrei-me como um homem que se afogava à promessa da graça para pessoas que mereciam o oposto.<br />

Gente como eu.<br />

A não-graça, às vezes revida, levando-me a crer que o meu agora iluminado ego é moralmente<br />

superior aos caipiras e racistas que ainda não viram a luz. Mas eu conheço a verda<strong>de</strong>, que "<strong>Cristo</strong><br />

morreu por nós, sendo nós ainda pecadores". 2 Sei que enfrentei face a face o amor <strong>de</strong> Deus no meu<br />

estado pior, não melhor, e que a maravilhosa graça salvou um miserável como eu.<br />

E aqui no pó e na sujeira,<br />

58

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!