Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo
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seu estudo bíblico bipartidario. A primeira-dama admitiu que se sentia cética a respeito <strong>de</strong> um encontro com um<br />
grupo <strong>de</strong> mulheres que se <strong>de</strong>screviam como "conservadoras e liberais, republicanas e <strong>de</strong>mocratas, mas todas fiéis<br />
a Jesus". Ela foi prevenida, pronta para <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r suas posições e absorver alguns golpes verbais.<br />
Mas a reunião começou com uma das mulheres dizendo: "Sra. Clinton, todas nós nesta sala concordamos em<br />
orar pela senhora fielmente. Queremos pedir <strong>de</strong>sculpas pela maneira com que tem sido tratada por algumas<br />
pessoas, inclusive alguns cristãos. Nós a tratamos <strong>de</strong> maneira errada, a difamamos, a tratamos com falta <strong>de</strong><br />
cristianismo. A senhora nos perdoa?".<br />
Hillary Clinton disse que tinha se preparado para qualquer coisa naquela manhã, menos para um pedido <strong>de</strong><br />
perdão. Todas as suas suspeitas se <strong>de</strong>rreteram. Mais tar<strong>de</strong>, ela <strong>de</strong>dicou todo um discurso no "café da manhã para<br />
oração nacional" para enumerar os "dons" espirituais que havia recebido do grupo. Perguntou se não po<strong>de</strong>riam<br />
iniciar um grupo semelhante para jovens da ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua filha Chelsea, pois Chelsea não conhecia muitos cristãos<br />
"cheios <strong>de</strong> graça".<br />
Entristeço-me porque a correspondência dos grupos religiosos conservadores é, no tom, muito parecida com a<br />
ACLU e "Peoplefor the american Way". Os dois lados apelam para a histeria, advertem contra conspirações<br />
fanáticas e se ocupam em assassinar o caráter dos seus inimigos. Resumindo, ambos exalam o espírito da nâograça.<br />
Para seu próprio crédito, Ralph Reed renunciou publicamente a tais métodos. Agora ele se arrepen<strong>de</strong> <strong>de</strong> usar<br />
linguagem com ausência da "graça re<strong>de</strong>ntora que <strong>de</strong>veria sempre caracterizar nossas palavras e atos". "Se<br />
tivermos sucesso", Reed escreveu em Active Faith [Fé Ativa], "será porque seguimos o exemplo <strong>de</strong> Martin Luther<br />
King <strong>de</strong> sempre amar aqueles que nos o<strong>de</strong>iam, lutando 'com armas cristãs e com amor cristão'. Se falharmos, não<br />
será um fracasso por causa <strong>de</strong> dinheiro ou métodos, mas um fracasso do Coração e da alma... Cada palavra que<br />
dizemos e cada ato nosso <strong>de</strong>vem refletir a graça <strong>de</strong> Deus".<br />
Ralph Reed 7 olha <strong>de</strong> maneira certa para Martin Luther King Jr., que tem muito a nos ensinar a respeito <strong>de</strong><br />
política <strong>de</strong> confrontação. "Ataque a idéia falsa, não a pessoa que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> essa idéia", King insistia. Ele lutou para<br />
pôr em prática a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> Jesus <strong>de</strong> "amar os inimigos", mesmo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma ca<strong>de</strong>ia e sendo ridicularizado por<br />
esses inimigos. Apenas po<strong>de</strong>mos persuadir nossos adversários com base na verda<strong>de</strong>, ele disse, não recorrendo à<br />
meia-verda<strong>de</strong>, ao exagero ou à mentira. Cada voluntário na organização <strong>de</strong> King comprometia-se a seguir oito<br />
princípios, inclusive estes: meditar diariamente nos ensinamentos e na vida <strong>de</strong> Jesus, andar e falar com amor e<br />
observar as regras da cortesia com todos, amigos e inimigos.<br />
Eu estava presente em uma cena pública <strong>de</strong> confrontação que seguiu o padrão cheio <strong>de</strong> graça que o dr. King<br />
estabeleceu. Na manhã em que entrevistei o presi<strong>de</strong>nte Clinton, como jã mencionei, nós dois assistimos ao "café<br />
da manhã para oração nacional" em que ouvimos madre Teresa falar. Foi um evento memorável. Os Clinton e os<br />
Gore sentaram-se nas mesas <strong>de</strong> cabeceira sobre um estrado, uma a cada lado da madre Teresa. Introduzida em<br />
uma ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> rodas, a frágil mulher <strong>de</strong> oitenta e três anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> laureada com o Prêmio Nobel da Paz<br />
precisou <strong>de</strong> ajuda para se levantar. Uma plataforma especial foi colocada para permitir que ela olhasse por cima<br />
do púlpito. Mesmo assim, curvada, com sua pequena estatura, mal podia alcançar o microfone. Ela falou<br />
claramente e <strong>de</strong>vagar com um pesado sotaque em uma voz que, apesar da ida<strong>de</strong>, conseguia encher o auditório.<br />
Madre Teresa disse que a América tinha-se tornado uma nação egoísta, em perigo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o <strong>de</strong>vido<br />
significado do amor: "dar até doer". A maior prova, ela dizia, é o aborto, cujos efeitos po<strong>de</strong>m ser vistos na na<br />
escalada da violência. "Se aceitarmos que uma mãe po<strong>de</strong> matar até mesmo o seu próprio filho, como po<strong>de</strong>mos<br />
dizer às outras pessoas para não se matarem umas às outras?... Qualquer país que aceita o aborto não está<br />
ensinando o seu povo a amar, mas a usar a violência para obter o que <strong>de</strong>seja."<br />
Ela disse que somos incoerentes quando nos preocupamos com a violência, com as crianças famintas em<br />
lugares como a índia e a África, e não nos importamos com os milhões que são mortos por escolha <strong>de</strong>liberada <strong>de</strong><br />
suas próprias mães. Ela propôs uma solução para as mulheres grávidas que não querem os filhos: "Dêem esses<br />
filhos para mim. Eu os quero. Eu cuidarei <strong>de</strong>les. Estou disposta a aceitar qualquer criança que seria abortada e<br />
darei essa criança a um casal unido pelo matrimônio que vai amá-la e ser amado por essa criança". Naquela época<br />
ela ja havia colocado três mil crianças em lares adotivos em Calcultá.<br />
A religiosa encheu seu discurso com histórias comoventes <strong>de</strong> pessoas às quais ela havia servido, e ninguém<br />
que as ouvisse podia ir embora impassível. Depois do café, madre Teresa reuniu-se com o presi<strong>de</strong>nte Clinton e,<br />
mais tar<strong>de</strong>, naquele dia, eu vi que a conversa o havia comovido também. O próprio Clinton trouxe à tona diversas<br />
das histórias <strong>de</strong>la durante a nossa entrevista.<br />
Corajosa e firmemente, mas com cortesia e amor, madre Teresa havia conseguido reduzir a controvérsia do<br />
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