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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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Atualmente, o legalismo mudou <strong>de</strong> foco. Em uma cultura totalmente secular, a igreja está mais inclinada a<br />

<strong>de</strong>monstrar falta <strong>de</strong> graça por meio <strong>de</strong> um espírito <strong>de</strong> superiorida<strong>de</strong> moral ou uma atitu<strong>de</strong> violenta para com os<br />

oponentes na "guerra cultural".<br />

A igreja também transmite <strong>de</strong>sgraça mediante <strong>de</strong> sua falta <strong>de</strong> união. Mark Twain costumava dizer que havia<br />

colocado um cachorro e um gato juntos em uma gaiola como uma experiência para ver como eles conviveriam.<br />

Eles conviveram, então ele colocou um pássaro, um porco, uma cabra. Eles também se <strong>de</strong>ram bem <strong>de</strong>pois <strong>de</strong><br />

alguns poucos ajustes. Então ele colocou um batista, um presbiteriano e um católico; logo não sobrou nenhum<br />

com vida.<br />

O mo<strong>de</strong>rno intelectual ju<strong>de</strong>u Anthony Hecht 8 escreve, mais seriamente:<br />

Através dos anos, não somente a conheci melhor (a minha fé) como também tornei-me cada vez mais<br />

familiarizado com as convicções dos meus vizinhos cristãos. Muitos <strong>de</strong>les eram gente boa que eu admirava, e<br />

com os quais eu mesmo aprendi coisas boas. E havia muita coisa na doutrina cristã que também me parecia<br />

agradável. Mas poucas coisas me atingiram com mais força do que a profunda e incompreensível hostilida<strong>de</strong><br />

entre católicos e protestantes.<br />

Eu "pego no pé" dos cristãos porque sou um <strong>de</strong>les, e não vejo motivos para fingir que somos melhores do que<br />

somos. Eu luto contra as garras da falta <strong>de</strong> graça em minha própria vida. Embora eu não perpetue a severida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

minha criação, luto diariamente contra o orgulho, a inclinação para julgar e um sentimento <strong>de</strong> que, <strong>de</strong> alguma<br />

forma, <strong>de</strong>vo obter a aprovação <strong>de</strong> Deus. Nas palavras <strong>de</strong> Helmut Thielicke, 9 "...como o cuco, que coloca os ovos<br />

em ninhos <strong>de</strong> outras aves, o diabo tem êxito em colocar seus ovos em um ninho piedoso... O odor sulfuroso do<br />

inferno não é nada comparado com o cheiro ruim emitido pela graça divina putrefata".<br />

Contudo, na verda<strong>de</strong>, uma pressão virulenta <strong>de</strong> falta <strong>de</strong> graça aparece em todas as religiões. Tenho ouvido<br />

testemunhas oculares falando do recentemente reavivado ritual da Dança do Sol, no qual jovens guerreiros<br />

lakota cravam garras <strong>de</strong> águias em seus mamilos e, puxando uma corda amarrada a um poste sagrado, atiram-se<br />

na direção contrária até que as garras rasguem sua carne. Em seguida, eles entram em uma sauna e amontoam<br />

pedras can<strong>de</strong>ntes até que a temperatura se torne insuportável, tudo na tentativa <strong>de</strong> expiar os pecados.<br />

Tenho observado camponeses <strong>de</strong>votos rastejando sobre joelhos sangrentos pelas ruas calçadas <strong>de</strong> pedras na<br />

Costa Rica, e camponeses hindus oferecendo sacrifícios aos <strong>de</strong>uses da varíola e a serpentes venenosas na Índia.<br />

Tenho visitado países islâmicos on<strong>de</strong> membros da "polícia moral" patrulham as calçadas armados, à procura <strong>de</strong><br />

mulheres cujas roupas os ofendam e que se atrevam a dirigir um carro.<br />

Em triste ironia, os humanistas que se rebelam contra a religião conseguem, com freqüência, inventar formas<br />

piores <strong>de</strong> não-graça. Nas universida<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas, ativistas das causas "liberais" — feminismo, ambientalismo,<br />

multiculturalismo — po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>monstrar um cruel espírito <strong>de</strong> contrário à graça. Não conheço nenhum legalismo<br />

mais abrangente do que o do comunismo soviético, que criou uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> espiões para <strong>de</strong>nunciar qualquer<br />

pensamento falso, mau uso <strong>de</strong> palavras ou <strong>de</strong>srespeito aos i<strong>de</strong>ais do comunismo. Solzhenitsyn, por exemplo,<br />

gastou a sua vida no Gulag como castigo porque fez uma observação <strong>de</strong>scuidada a respeito <strong>de</strong> Stalin em uma carta<br />

pessoal. Não conheço nenhuma Inquisição mais severa do que a da Guarda Vermelha na China, que se apresenta<br />

com carapuças e exibições teatrais <strong>de</strong> contrição pública.<br />

Até mesmo os melhores humanistas inventaram sistemas <strong>de</strong> ausência <strong>de</strong> graça para substituir os que foram<br />

rejeitados na religião. Benjamim Franklin 10 estabeleceu treze virtu<strong>de</strong>s, incluindo o Silêncio ("Fale apenas o que<br />

possa beneficiar os outros ou você mesmo; fuja da conversa fútil"), a Frugalida<strong>de</strong> ("Não gaste a não ser para o<br />

bem dos outros e o seu; isto é, não <strong>de</strong>sperdice nada"), a Diligência ("Não perca tempo; esteja sempre ocupado em<br />

alguma coisa útil; <strong>de</strong>scarte todas as ações <strong>de</strong>snecessárias") e a Tranqüilida<strong>de</strong> ("Não se perturbe com ninharias ou<br />

aci<strong>de</strong>ntes comuns ou inevitáveis"). Ele criou um livro com uma página para cada virtu<strong>de</strong>, com uma coluna na qual<br />

registrava os "<strong>de</strong>feitos". Escolhendo uma diferente virtu<strong>de</strong> para exercitar a cada semana, anotava diariamente cada<br />

erro, recomeçando tudo a cada treze semanas a fim <strong>de</strong> repassar pela lista quatro vezes por ano. Durante décadas<br />

Franklin carregou o seu livrinho com ele, lutando por um ciclo limpo <strong>de</strong> treze semanas. Ao fazer progresso,<br />

<strong>de</strong>scobriu-se lutando contra um outro <strong>de</strong>feito:<br />

Talvez não exista nenhuma paixão natural tão dura <strong>de</strong> subjugar quanto o orgulho. Disfarce-o. Lute contra<br />

ele. Sufoque-o. Mortifique-o quanto quiser. Ele continua vivo, e vai <strong>de</strong> vez em quando espiar e aparecer...<br />

Mesmo se eu pu<strong>de</strong>sse imaginar que já o venci, provavelmente ficaria orgulhoso <strong>de</strong> minha humilda<strong>de</strong>.<br />

Estes vigorosos esforços, em todas as suas formas, não estariam traindo um profundo anseio pela graça? Nós<br />

vivemos em uma atmosfera sufocada pela fumaça da não-graça. A graça vem <strong>de</strong> fora, como um dom, e não como<br />

uma realização. Com que facilida<strong>de</strong> ela se <strong>de</strong>svanece em nosso mundo ferozmente competitivo, que mira só a<br />

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