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Maravilhosa Graça - Noiva de Cristo

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agora fora <strong>de</strong> moda e eram impraticáveis. Terry ficava imaginando como eles conseguiam conciliar sua<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver em um mundo mo<strong>de</strong>rno com o apego a um código legalista antiquado. Por exemplo, Buda<br />

havia especificado que nenhum monge podia carregar dinheiro, mas Terry observou regularmente que os monges<br />

pagavam passagens nos ônibus da cida<strong>de</strong>. "Vocês seguem as 212 regras?", ele lhes perguntou. "Sim." "Vocês<br />

lidam com dinheiro?" "Sim." "Vocês conhecem a regra contra a utilização do dinheiro?" "Sim." "Vocês seguem<br />

todas as regras?" "Sim."<br />

As regras também proibiam comer <strong>de</strong>pois do meio-dia, pois os monges viviam <strong>de</strong> esmolas e Buda não queria<br />

que seus discípulos sobrecarregassem as donas <strong>de</strong> casa. Os monges mo<strong>de</strong>rnos contornam essa regra fazendo o<br />

relógio parar ao meio-dia todos os dias; <strong>de</strong>pois da refeição da tar<strong>de</strong>, eles acertam o relógio <strong>de</strong> novo.<br />

Tenho utilizado exemplos do budismo, mas, em minha própria experiência, a hipocrisia é um dos motivos mais<br />

comuns por que as pessoas rejeitam o cristianismo. Os cristãos professam os "valores da família", mas alguns<br />

estudos mostram que alugam ví<strong>de</strong>os consi<strong>de</strong>rados perniciosos, divorciam-se <strong>de</strong> seus cônjuges, abusam <strong>de</strong> seus<br />

filhos etc... E fazem tudo isso quase na mesma proporção das outras pessoas.<br />

Entretanto, a própria natureza do legalismo incentiva a hipocrisia porque ela <strong>de</strong>fine um conjunto <strong>de</strong> regras que<br />

po<strong>de</strong>m encobrir o que se passa por <strong>de</strong>ntro. Em uma universida<strong>de</strong> cristã, e até mesmo em uma igreja, todos<br />

apren<strong>de</strong>m sobre como parecer "espiritual". A ênfase no exterior torna fácil para uma pessoa fingir, conformar-se,<br />

mesmo ignorando ou ocultando os problemas internos. Anos <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> sair da faculda<strong>de</strong> cristã, fiquei sabendo<br />

que alguns <strong>de</strong> meus colegas sofreram com profundos problemas interiores — <strong>de</strong>pressão, homossexualismo, vícios<br />

— que não foram resolvidos durante o período em que estiveram ali. Eles se concentravam apenas em se<br />

conformar ao comportamento que os cercava.<br />

Uma das passagens mais solenes do Novo Testamento, e uma das poucas que indicam castigo direto, aparece<br />

em Atos 5. Trata-se da história <strong>de</strong> Ananias e Safira. Este casal praticou uma boa obra, ven<strong>de</strong>ndo uma proprieda<strong>de</strong><br />

e doando gran<strong>de</strong> parte do dinheiro apurado à igreja. Fez apenas uma coisa errada: no esforço <strong>de</strong> parecer mais<br />

espiritual, agiu como se estivesse doando todo o dinheiro. Em outras palavras, representaram espiritualmente. A<br />

dura resposta a Ananias e Safira indica com que serieda<strong>de</strong> Deus olha para a hipocrisia.<br />

Conheço apenas duas alternativas para a hipocrisia: perfeição ou honestida<strong>de</strong>. Uma vez que nunca conheci<br />

nenhuma pessoa que ame ao Senhor nosso Deus <strong>de</strong> todo o seu coração, mente e alma, e ao próximo como a si<br />

mesma, não vejo a perfeição como uma alternativa realista. Nossa única opção, então, é a honestida<strong>de</strong> que leva ao<br />

arrependimento. Como a Bíblia indica, a graça <strong>de</strong> Deus po<strong>de</strong> cobrir qualquer pecado, inclusive homicídio,<br />

infi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> ou traição. Mas, por <strong>de</strong>finição, a graça <strong>de</strong>ve ser recebida, e a hipocrisia disfarça nossa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

receber a graça. Quando a máscara cai, a hipocrisia fica exposta como um ardil elaborado para evitar a graça.<br />

"T udo o que fazem 14 é a fim <strong>de</strong> serem vistos pelos homens... amam os primeiros lugares nas ceias, as<br />

primeiras ca<strong>de</strong>iras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados Rabi pelos homens."<br />

A crítica <strong>de</strong> Jesus centraliza-se no que o legalismo faz ao que guarda a lei: <strong>de</strong>sperta sentimentos <strong>de</strong> orgulho e<br />

competição. Em vez <strong>de</strong> avançar na tarefa <strong>de</strong> criar uma socieda<strong>de</strong> justa que brilharia como uma luz aos gentios, os<br />

fariseus estreitavam sua visão e começavam a competir uns com os outros. Ocupados na tentativa <strong>de</strong> impressionar<br />

uns aos outros com calistenia espiritual, perdiam contato com o verda<strong>de</strong>iro inimigo, como também com o restante<br />

do mundo. "Das <strong>de</strong>voções tolas e dos santos <strong>de</strong> cara fechada, poupa-nos, ó Senhor", orava Teresa <strong>de</strong> Ávila.<br />

Como um legalista convalescente, tenho <strong>de</strong> me lembrar que, apesar <strong>de</strong> toda a sua severida<strong>de</strong>, os fariseus não<br />

pareciam sentir o peso das obrigações da lei. Eles continuavam inventando novas regras, apesar <strong>de</strong> tudo. Viam a<br />

severida<strong>de</strong> como meio <strong>de</strong> ganhar status. Jesus con<strong>de</strong>nou esse orgulho. E con<strong>de</strong>nou também a espiritualida<strong>de</strong> que<br />

classificava alguns pecados como aceitáveis (ódio, materialismo, luxúria, divórcio) e outros como inaceitáveis<br />

(homicídio, adultério, transgressão do sábado).<br />

Nós, cristãos, temos o nosso próprio agrupamento <strong>de</strong> pecados "aceitáveis" e "inaceitáveis". Enquanto evitamos<br />

os pecados mais notórios, sentimo-nos muito bem a respeito <strong>de</strong> nosso status espiritual. O problema é que nossa<br />

compreensão dos pecados notórios continua mudando. Na Ida<strong>de</strong> Média, emprestar dinheiro a juros era<br />

consi<strong>de</strong>rado imoral, <strong>de</strong> tal modo que os ju<strong>de</strong>us é que se punham a fazer o trabalho sujo. Hoje, os cristãos<br />

<strong>de</strong>sfrutam <strong>de</strong> cartões <strong>de</strong> crédito e <strong>de</strong> empréstimos para compra <strong>de</strong> casa sem nenhum sentimento <strong>de</strong> culpa. A lista<br />

dos sete pecados mortais incluía glutonaria, inveja e preguiça espiritual ou "melancolia" - comportamento que<br />

raramente provoca um sermão nos dias <strong>de</strong> hoje.<br />

Durante a era vitoriana, os pecados sexuais ficavam no alto da lista — ou embaixo, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong> como você<br />

olhasse — <strong>de</strong> modo que a palavra "imoralida<strong>de</strong>" veio a indicar pecados sexuais. Quando eu era criança, o divórcio<br />

e o alcoolismo encabeçavam a lista. Agora, nas igrejas evangélicas mo<strong>de</strong>rnas, o aborto e o homossexualismo<br />

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