REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
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alguns erros por pura falta de atenção, mas no geral fui bem.” (diário<br />
07/12/05)<br />
A produção de textos escritos também existia nas aulas e a correção era feita<br />
em conjunto: aluna e professora. A aluna parece demonstrar condições de se autoavaliar<br />
e até mesmo identificar o porquê de certos erros, quando os atribui à falta de<br />
atenção, o que não a impede de classificar sua produção escrita como boa: “no geral<br />
fui bem”. De acordo com os dados essa avaliação positiva que a aluna faz de sua<br />
produção demonstra independência em relação à visão que a aluna tem de si<br />
mesma, ou seja, a aluna parece não necessitar, neste caso, de uma avaliação da<br />
professora para dizer se ela cumpriu bem com a tarefa proposta ou não.<br />
Parece haver o cuidado de utilizar a língua estrangeira de maneira gradativa.<br />
As explicações, que antes poderiam (e ainda podem) ser dadas em português,<br />
também são dadas em inglês, conforme o próximo excerto:<br />
“A explicação foi dada em inglês mas eu consegui entender bem. Primeiro ela<br />
quis saber o que eu sabia e em cima disso, começou a explicação. Em seguida<br />
ela fez alguns exercícios comigo e encerramos a aula. Gosto quando<br />
fazemos exercícios juntas, é um “plus” na explicação. Tenho muitas coisas pra<br />
fazer e se eu tiver alguma dúvida, pedirei ajuda na próxima aula.” (diário<br />
08/12/05)<br />
A aluna relata que a explicação foi dada em inglês, o que parece ser um dado<br />
novo, visto que anteriormente temos os registros de explicações dadas em<br />
português e que apesar de tal fato - explicitado pela palavra “mas” - ela conseguiu<br />
entender bem. Segundo a aluna, a atividade que é desenvolvida com a professora<br />
após a explicação lhe dá mais (ou melhores) condições de compreender o que foi<br />
explicado. No entanto, a aluna percebe que há a liberdade para pedir explicações<br />
caso sinta alguma dificuldade ao realizar as atividades extra-classe.<br />
Passemos ao próximo excerto:<br />
“Ela disse que já está vendo progressos meus. Foi muito bom ouvir isso,<br />
fiquei ainda mais animada. Eu não sou mais uma criança, mas receber um<br />
elogio é muito bom, incentiva pra caramba.” (diário 25/08/05)<br />
Aliado ao novo posicionamento da aluna, diante de si mesma, diante da<br />
aprendizagem e da maneira como passou a tratar suas ações e seus erros, aparece,<br />
para a aluna, o incentivo da professora na forma de um elogio. No entanto, o que a<br />
aluna chama de elogio, pode ser caracterizado como uma avaliação da professora<br />
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