REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
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A aluna não relata ter existido para sua participação nas aulas, nenhum teste<br />
de conhecimento, ou análise de necessidades e desejos. O dado que a aluna traz é<br />
de que houve o convite do diretor para sua participação com uma aluna que já<br />
estudava com a escola B há seis anos. A prova de conhecimento prévio ou uma<br />
análise de necessidades e desejos, ou mesmo uma entrevista inicial parecem ter<br />
sido substituídas pela vontade e decisão do diretor de que a aluna estudasse inglês<br />
com aquela turma.<br />
Não aparecem nos dados informações acerca do posicionamento da escola B<br />
diante de tal vontade do diretor da empresa, o oposto em relação à reação da colega<br />
C, assunto que tratarei mais adiante.<br />
A aluna classifica a escola como de alto nível, embora não apareçam seus<br />
critérios para assim classificá-la. As informações que ela traz sobre a escola é que<br />
seus cursos são caros, que a escola trabalha com a empresa da aluna há 6 anos e<br />
que seus alunos estão no nível avançado, embora dois deles tenham desistido da<br />
continuidade. Tais informações geraram alguns questionamentos de minha parte:<br />
Na opinião da aluna, a qualidade da escola estaria assegurada devido ao alto preço<br />
cobrado nas mensalidades? A escola seria de alto nível porque os alunos estavam<br />
no nível avançado, assim estabelecido de acordo com os critérios e nomenclatura da<br />
mesma escola?<br />
Assim, por não saber definir por que a escola poderia ser classificada como<br />
de alto nível, perguntei a Ana Paula, porque ela achava que a escola poderia ser<br />
assim classificada, ao que ela me respondeu:<br />
“Todo mundo da empresa que estuda com a B, tem inglês fluente. Eu vi os<br />
livros. É cheio de textos. E textos bem longos. Além disso, o professor não<br />
fala uma palavra em português. É tudo em inglês. Até a hora dele sair do<br />
escritório. Tudo em inglês. E todo mundo sabe que isso é ótimo, né?” (nota<br />
de campo, 10/08/2005)<br />
Evidencia-se assim que Ana Paula acreditava que os cursos eram de boa<br />
qualidade porque ela ouvia os colegas, alunos da escola, se comunicarem em inglês<br />
em situações diversas, os livros tinham textos longos e o professor não utilizava<br />
língua materna durante a aula. Para amparar sua escolha, recorria a um saber do<br />
senso comum: “todo mundo sabe que isso é ótimo”. A questão do inglês fluente que<br />
a aluna cita ao responder a pergunta é lembrada por ela outras vezes:<br />
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