REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
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conhecimentos e tradições do senso comum. Em suas palavras: “esses<br />
conhecimentos antecedem a vivência da pessoa, mas se fazem nela presentes por<br />
meio das instituições, modelos, normas, convenções, enfim, da reprodução social”<br />
(Spink e Medrado 2004:51).<br />
A fim de elucidar o referencial temporal correspondente ao tempo longo,<br />
apresento aqui o exemplo citado pelos autores: as construções do tempo longo<br />
perpassam nosso cotidiano e as nossas práticas discursivas são como obras de<br />
museu, que carregam consigo uma infinidade de imagens e sentidos, que são<br />
ressignificados em nosso cotidiano, através do tempo. Uma obra constituída na<br />
Renascença se faz presente em nosso cotidiano, de uma outra forma,<br />
ressignificada: “Não é uma história morta, depositada nos tempos passados; são<br />
construções que alimentam, definem e ampliam os repertórios de que dispomos<br />
para produzir sentido.” (Spink e Medrado: 2004:52).<br />
2.4.2 Tempo Vivido<br />
De acordo com Spink e Medrado (2004), o tempo vivido corresponde ao<br />
processo de ressignificação dos conteúdos históricos a partir dos processos de<br />
socialização, ou seja, são as experiências da pessoa no curso de sua história<br />
pessoal. Nesse campo ocorre a aprendizagem das linguagens sociais. É o campo do<br />
habitus.<br />
Habitus, segundo os autores é um conjunto de sistemas assimilados desde a<br />
infância e constantemente atualizados ao longo da vida da pessoa. São os<br />
responsáveis, em linhas gerais, “pela demarcação das possibilidades de sentidos<br />
em que operam as relações de força e poder” (Spink e Medrado 2004:52).<br />
Falamos, portanto, de nossa aprendizagem, no tempo de cada um de nós,<br />
das linguagens sociais próprias das classes sociais, das faixas etárias, dos grupos<br />
profissionais. São as vozes de outrem que operam em nossas práticas discursivas,<br />
em que há inclusive, espaço para o afeto, pois<br />
“o tempo vivido é também o tempo da memória traduzida em afetos. É nosso<br />
ponto de referência afetivo, no qual enraizamos nossas narrativas pessoais e<br />
identitárias” (Spink e Medrado 2004:52).<br />
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