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REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP

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objetivava. Tal interpretação deriva do uso das escolhas lexicais: “eu posso<br />

conseguir aprender / eu posso ter fluência”. Ela também afirma “aprendi”. Por isso,<br />

entendo que, sob a ótica da aluna, houve aprendizagem em relação a certos<br />

aspectos e a outros não, mas há a percepção que não lhe falta capacidade para<br />

aprendizagem.<br />

De fato, o que aparece de maneira implícita no excerto destacado é o trabalho<br />

desenvolvido em termos afetivos e/ou emocionais. Arrisco dizer que foi criada uma<br />

“ZDP emocional” (Newman & Holzman 2002:215), pois a aluna além de ter tido a<br />

oportunidade de falar sobre o que a afligia nos contextos educacionais em que<br />

vivera, o medo de se expor e de errar, teve na aula particular uma experiência<br />

diferente que (pelo menos aparentemente) resultou no reinício do desenvolvimento<br />

em sua maneira de perceber a própria capacidade de aprendizagem de língua<br />

inglesa e por conseqüência uma alteração em sua auto-estima.<br />

Esta nova representação, a de se perceber como um ser capaz de aprender<br />

inglês é a alteração da representação apresentada anteriormente (na seção<br />

referente ao tempo vivido, item 4.2.2): não ter capacidade para aprender inglês. O<br />

próximo excerto traz mais informações sobre tal processo. No contexto, a<br />

professora-pesquisadora pergunta como a aluna descobriu que pode aprender<br />

inglês:<br />

A: “Porque em / 8 meses / 9 meses de aula que a gente teve / eu consigo hoje<br />

pensar em alguma coisa em inglês e colocar pra fora / eu consigo falar<br />

com uma pessoa / (...) eu falava / a gente conversava em inglês / a gente<br />

ficava 1 hora e meia falando em inglês e eu conseguia me expressar / eu<br />

fazia você me entender e eu te entendia / então / pra mim foi uma vitória<br />

porque eu achava que nunca ia conseguir falar uma frase em inglês/”<br />

(entrevista 3)<br />

Após o trabalho desenvolvido na aula particular, Ana Paula continua<br />

atribuindo ênfase à oralidade. Tal ênfase pode ser compreendida, visto que o<br />

objetivo dela visava principalmente a produção oral na língua estrangeira, o que é<br />

expresso pelas escolhas lexicais: eu falava/ eu consigo falar / falando/ conseguir<br />

falar.<br />

Talvez mais do que a ênfase na oralidade, seja a questão da conquista,<br />

expressa pela palavra “vitória”. A aluna se reconhece como um ser capaz, não<br />

apenas de estudar o idioma, mas como alguém que consegue se expressar na<br />

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