REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
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para resgatar sua auto-estima em sua história de aprendiz de língua estrangeira. E<br />
aquele aluno está buscando esse professor, essa pessoa, a pessoa do professor, o<br />
trabalho do professor. Essa é a alternativa. O profissional, e não a instituição.<br />
Percebi, portanto, que embora exista a necessidade de muitas vezes o<br />
professor precisar tratar do aspecto emocional do aluno, fazer com que ele acredite<br />
novamente em si mesmo, faz-se necessário construir a percepção de que ele tem<br />
sua parcela de responsabilidade no processo de ensino-aprendizagem e esta<br />
pesquisa mostrou que isso é possível por meio da reflexão, conforme verifiquei<br />
neste trabalho por meio das mudanças nas representações da aluna.<br />
A questão dos objetivos é outro ponto que carece atenção. Quando os<br />
objetivos não estão claros e definidos, é muito difícil verificar se houve ou não<br />
progresso na aprendizagem. Por outro lado, muitas vezes o objetivo a ser atingido,<br />
apesar de claro e definido, é muito difícil de ser alcançado, quando não impossível, o<br />
que acaba gerando uma frustração desnecessária. Da mesma forma, objetivos<br />
desvinculados da realidade social do aluno, apresentam uma forte tendência a<br />
gerarem desinteresse ao longo do tempo. É necessário, portanto, fazer uma reflexão<br />
conjunta entre professor e aluno, a fim de que tais objetivos possam ser (re)<br />
definidos e trabalhados sem tanta angústia por parte de professor e aprendiz,<br />
havendo inclusive a possibilidade de alteração desses objetivos ao longo do<br />
processo de ensino-aprendizagem. Nesse aspecto, esta pesquisa mostrou ser<br />
relevante a discussão sobre os níveis de proficiência que se tem e que se espera.<br />
Esta pesquisa verificou também que as representações da aluna na aula<br />
particular se alteraram com o tempo. Esta transformação possivelmente se deve às<br />
ações desenvolvidas no contexto de ensino-aprendizagem que priorizou a<br />
abordagem sócio-interacionista.<br />
De fato, tal teoria parece ser condizente com a presente pesquisa, mas é<br />
necessário verificar que também não podemos atribuir a ela o peso da<br />
responsabilidade de uma teoria perfeita e atribuir todo o fracasso de um ambiente de<br />
ensino-aprendizagem ao behaviorismo, que, nesta pesquisa contrapõe a teoria<br />
vygotskyana. Como afirmou Celani (2005, 2006) “não se deve refutar teorias.”<br />
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