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REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP

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dificuldades de aprendizagem, embora não conseguisse apresentar os resultados<br />

que ela queria.<br />

A análise do dado em questão também nos dá a entender que na verdade a<br />

aluna tinha conhecimento de sua capacidade e de suas condições de aprendizagem<br />

de uma língua estrangeira, mesmo estando com a auto-estima abalada e que,<br />

portanto, ela era capaz de apresentar bons resultados caso fosse realizado um bom<br />

trabalho, em termos pedagógicos.<br />

Embora a aluna não descreva o que considera “um trabalho legal”, descreve<br />

situações (apresentadas nas seções anteriores deste capítulo) e apresenta<br />

sentimentos que, acredito eu, não deseje experimentar novamente. Podemos<br />

entender que o trabalho considerado “legal” é o trabalho que apresenta situações<br />

diferentes e produz sentimentos – também diferentes - daqueles vividos até então.<br />

A aula particular, parecia ser para a aluna, o elemento capaz de produzir<br />

essas situações diferentes daquelas que vivera; apesar dos sentimentos não muito<br />

positivos em relação ao processo de ensino-aprendizagem de inglês e em relação a<br />

si mesma, sentimentos esses gerados em sua experiência anterior. Entendo,<br />

portanto que a aluna tinha esperanças de obter resultados diferentes.<br />

O excerto seguinte refere-se à entrevista 1:<br />

// o que eu sei falar / por exemplo / as palavras que eu sei falar / eu falo<br />

normal // não tenho problema nenhum / agora falar o que eu não conheço ou<br />

alguma situação difícil // não falo / não adianta/ empaca/ (entrevista 1)<br />

A análise do excerto nos remete à questão da autoconfiança da aluna. Ela<br />

afirma não ter problemas em relação a situações e palavras conhecidas, mas o que<br />

não conhece lhe aparece como algo difícil, e se torna um fator impeditivo à sua<br />

exposição oral, demonstrado pelas palavras: “falar o que eu não conheço ou alguma<br />

situação difícil, não falo”. A aluna parece também acreditar ser essa uma situação,<br />

não apenas difícil, mas que a imobiliza, o que é explicitado pelas palavras: “não<br />

adianta, empaca”. Acredito que a aluna não soubesse como lidar com situações<br />

novas ao se comunicar em língua estrangeira, situações por ela consideradas<br />

difíceis. No entanto, acredito também que agregava todas as condições possíveis<br />

para resolver tais questões; o desconhecimento em relação a como atuar nessas<br />

determinadas situações é que talvez produzissem a inoperância, descrita pela aluna.<br />

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