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REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP

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Acredito ser esta união possível, pois, conforme Medrado (1998),<br />

representações sociais são esquemas mentais que as pessoas utilizam para<br />

interagir com os outros, produzindo sentido no mundo e se comunicando, enquanto<br />

que as práticas discursivas são uma das maneiras de se produzir esse sentido. A<br />

meu ver, portanto, são passíveis de complementação entre si. Além disso, justifico<br />

minha escolha baseando-me no fato de que ambos conceitos reconhecem a<br />

importância da linguagem: Enquanto as práticas discursivas, no dizer de Spink e<br />

Medrado (2004:44) são “linguagem em ação”, as representações sociais para<br />

Marková (2003:12) “concebem o pensamento e a linguagem exatamente como são<br />

usados no senso comum e nos discursos diários...estão enraizadas no passado, na<br />

cultura, nas tradições e na linguagem”.<br />

Indo um pouco mais além, e tomando como base o postulado de Spink e<br />

Medrado (2004) acerca de práticas discursivas e produção de sentidos, o mundo em<br />

que vivemos possui uma história e os sentidos que nos servem de referência foram<br />

construídos em dado contexto histórico e cultural, o que implica a necessidade de<br />

retomar também a linha da história a fim de tentarmos compreender a construção<br />

social dos conceitos que utilizamos no cotidiano e assim tentar dar sentido ao<br />

mundo.<br />

Eis que diante da tentativa de compreensão das práticas discursivas e dos<br />

sentidos produzidos, temos a necessidade de considerar a história e esta clama por<br />

uma contextualização em uma perspectiva temporal. Para Spink e Medrado<br />

(2004:49) “o sentido contextualizado institui o diálogo contínuo entre sentidos novos<br />

e antigos” e usa como fundamento a afirmação de Bakhtin: “No contexto dialógico<br />

não há nem uma primeira nem uma última palavra e não há limites (ele se estende<br />

ao passado sem fronteira e ao futuro infinito)” (Bakhtin, 1994 a:169, apud Spink e<br />

Medrado 2004:49).<br />

2.4 A interface temporal<br />

Os autores, ainda fundamentando-se em Bakhtin apresentam uma divisão<br />

temporal em que o tempo dialoga. Há o pequeno tempo (small time) e o grande<br />

tempo (great time). O tempo pequeno engloba o dia de hoje, o passado recente e o<br />

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