REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
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instituição. É sobre o movimento de ensino-aprendizagem que acontece neste novo<br />
ambiente que passo a relatar. É a vez do tempo curto, do aqui e agora.<br />
4.2.3 Tempo curto: Aqui e agora<br />
Retomando o trabalho de Spink e Medrado (2004:52) apresentado no<br />
Capítulo 2 da presente pesquisa, os autores apresentam o tempo curto como o<br />
“tempo do acontecimento e tempo da interanimação dialógica” – aquele que nos dá<br />
a possibilidade de compreensão acerca da dinâmica da produção de sentidos. É<br />
nesse tempo que se encontram as possibilidades de compreensão, da comunicação<br />
e a construção discursiva das pessoas. Possui caráter interativo e apresenta a<br />
combinação das vozes, acionadas pela “memória cultural do tempo longo ou pela<br />
memória afetiva de tempo vivido”.<br />
Portanto, nesta parte do trabalho, a interface do tempo parece se apresentar<br />
mais contumaz devido ao conflito aparente da aluna diante de acontecimentos<br />
diferentes daqueles que tinha vivido até então, no processo de ensino-aprendizagem<br />
de inglês. O conflito se dá entre a permanência e a ruptura históricas: romper com<br />
práticas que não lhe servem mais, e optar por uma nova identidade.<br />
Retomando a biografia de aprendizagem de inglês da aluna em questão,<br />
vimos que, em decorrência da história acontecida nos tempos longo e vivido, a aluna<br />
parece ter sua auto-estima abalada. No entanto, um dado diferente nos é<br />
apresentado: a aluna ao ler a pergunta de número 5 do questionário aplicado nesta<br />
pesquisa (Em sua opinião você apresenta alguma dificuldade de aprendizagem de<br />
inglês?; anexo 1), afirma:<br />
Eu acho que eu tô apta / é só uma questão de // de ta fazendo uma coisa<br />
legal, um trabalho legal né?!// não acho que eu tenha alguma dificuldade<br />
assim // não! Eu tenho sim! Falar. Sempre tive medo de falar inglês<br />
(questionário)<br />
No primeiro momento, a aluna afirma não ter dificuldade, mas ao ver os<br />
subitens da alternativa “sim”, afirma: “Não! Eu tenho sim. Para falar!” A análise de tal<br />
dado nos dá pistas de que a aplicação do questionário, cujas respostas ela fez<br />
questão de comentar detalhadamente, serviram como um instrumento de reflexão<br />
para a aluna. Em seu íntimo, a aluna não via a si mesma como alguém com<br />
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