REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
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perguntei a ela se já havia estudado inglês em algum curso independente da escola<br />
regular e ela disse que sim, acrescentando à informação inicial que estudava inglês<br />
há muito tempo se somasse todos os períodos empreendidos.<br />
A empresa em que Ana Paula trabalhava oferecia a alguns funcionários a<br />
possibilidade de ter aulas de inglês na empresa com uma escola renomada de São<br />
Paulo. A turma, que era considerada ‘avançada’, pelos critérios e nomenclatura da<br />
escola, foi se desfazendo e passou a contar com apenas uma aluna. O diretor da<br />
empresa então convidou Ana Paula para participar das aulas com a aluna que já<br />
fazia o curso. Convidou também mais uma colega de trabalho de Ana Paula. O<br />
grupo passou assim a contar com três alunas. Ana Paula vendo tal idéia como uma<br />
oportunidade, decidiu ter aulas particulares extra-oficiais a fim de ‘acompanhar’ o<br />
grupo. Quando nos encontramos, ela afirmou que, na verdade, precisava<br />
acompanhar a aluna mais antiga, pois o ritmo da aula seria estabelecido e adequado<br />
conforme o aprendizado daquela aluna, visto que ela já fazia o curso e estava no<br />
nível avançado. Às outras duas caberia a participação como ouvintes até chegarem<br />
no mesmo nível da aluna primeira, quando então poderiam todas participar da aula<br />
da mesma maneira.<br />
Ela complementou sua história dizendo que queria muito aprender inglês, mas<br />
que estava cansada de tentar. Ao ouvir as palavras “cansada de tentar”, de imediato<br />
entendi ser um caso de uma aluna com alguma dificuldade de aprendizagem. Devo<br />
dizer que tal avaliação não foi baseada em critérios científicos, mas no senso<br />
comum.<br />
A fim de me certificar sobre o desejo de Ana Paula em ter um ‘reforço’ para<br />
suas aulas ou ter um curso independente, em nosso primeiro encontro conversei<br />
com ela sobre seu histórico de aprendizagem e seus objetivos, seus gostos e<br />
preferências. Afirmou que seu objetivo principal era o de conseguir comunicar-se em<br />
inglês, entender o que as pessoas falavam em uma conversa, sem ter que ficar<br />
recorrendo à linguagem corporal. Ter acesso a outras culturas e também saber de<br />
que maneira agir, o que fazer, quando recebia um telefonema internacional na<br />
empresa em que trabalhava. Nessa conversa Ana Paula também me informou que<br />
sempre “enroscava no passado”.<br />
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