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REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP

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exigência desnecessária da aluna em relação a ela mesma, pois ela (a aluna)<br />

admite a diversidade de conhecimento e de participação dos alunos, mas não se<br />

permite participar com eles, nem mesmo para apresentar resultados que ela<br />

denomina “mais ou menos”.<br />

O próprio ato de tentar – e não apenas os conteúdos dos cursos - parece ter<br />

se tornado repetitivo, fato que ela expressa também repetindo a mesma informação,<br />

que, segundo ela, abalou sua auto-estima: “isso te dá uma baixa / derruba tua autoestima”.<br />

No momento em que escrevo me vem à mente a imagem de uma<br />

engrenagem: o rodar em círculos, voltar ao local de partida, reiniciar, rodar em<br />

círculos, voltar ao local de partida, algo mecânico em que, uma vez envolvido no<br />

processo, não se consegue perceber o próprio movimento. O único fato perceptível<br />

é o movimento de girar e assim fazer mover uma engrenagem maior.<br />

Jodelet (2001), no Encontro Internacional de Representações Sociais e<br />

Identidade, promovido pela <strong>PUC</strong>-<strong>SP</strong>, afirma que a representação social está<br />

intimamente ligada à memória, na forma das tradições, da biografia social, entre<br />

outros aspectos. E esta memória é ligada à identidade. Assim, a biografia da<br />

aprendizagem de inglês de Ana Paula é apresentada por ela e representada por<br />

meio de uma história de insucessos que abalaram sua auto-estima. Uma história<br />

marcada por repetições tanto de tentativas como de conteúdos. Um processo<br />

experienciado com passividade por parte da aluna que em determinado momento<br />

passou a associar o ato de aprender inglês - que como vimos, é associado a “falar”<br />

inglês - ao sentimento de constrangimento, tal como apresentarei logo a seguir. No<br />

entanto, antes disso, considero importante tecer a seguinte observação: Embora<br />

nesta análise eu procure desvincular para efeitos de estudo, o processo de ensinoaprendizagem<br />

vivido por Ana Paula, da maneira como ela se via nesses processos,<br />

há casos em que não considero possível fazer essa distinção, porque os dois<br />

processos estão entrelaçados. Feita a observação, apresento o próximo excerto:<br />

A professora foi muito simpática, não me forçou a falar, procurou evitar<br />

qualquer constrangimento para mim... (diário 09/08/05)<br />

“Fiquei o tempo todo com as mãos suadas, com medo até de olhar para a<br />

professora e ela fazer uma pergunta.” (diário 09/08/05).<br />

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