REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
REPRESENTAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO ... - PUC-SP
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
arquivam. No fundo, porém, os grandes arquivados são os homens, nesta (na<br />
melhor das hipóteses) equivocada concepção “bancária” da educação.” (p.66)<br />
Com base na concepção de ensino exposta, e nas críticas apresentadas,<br />
acredito ser possível afirmar que, em tal padrão de ensino tem-se um paradigma de<br />
transmissão. Em tal paradigma encontram-se professores behavioristas, ou seja,<br />
professores entregadores de conteúdo que se apóiam em determinadas estratégias,<br />
associando a elas, o aumento nos escores dos testes e alunos treinados, prontos a<br />
fornecer respostas a estímulos. Diante do reforço que lhes é dado mediante acertos,<br />
têm (ou não) a sensação de dominar o conteúdo apresentado, visto que trabalham<br />
mais e mais com a tentativa de banir o erro do processo de aprendizagem,<br />
processos resultantes, a meu ver, de uma prática não-reflexiva.<br />
Devido à sua importância, abrirei espaço para a discussão sobre a questão da<br />
reflexão no item 1.5 do presente capítulo.<br />
Visto que nesta seção apresentei aspectos da concepção behaviorista de<br />
educação, discuto a seguir a concepção sócio-interacionista, que se opõe à<br />
apresentada.<br />
1.3 O Sócio-Interacionismo<br />
Acredito ser imprescindível iniciar esta discussão apresentando Lev<br />
Seminovich Vygotsky, psicólogo russo, mentor da teoria sócio-interacionista. Apesar<br />
de sua morte prematura aos 37 anos, sua produção foi marcada pelo interesse<br />
diversificado, o que lhe confere uma característica interdisciplinar.<br />
Conforme Oliveira (1997) sua produção escrita não chega a constituir um<br />
sistema explicativo completo, do qual se possa extrair uma teoria vygotskyana:<br />
“Parecem ser, justamente, textos ‘jovens’, escritos com entusiasmo e<br />
presteza, repletos de idéias fecundas que precisariam ser canalizadas num<br />
programa de trabalho a longo prazo”. (p.21)<br />
Tal programa de trabalho, relata a autora, não findou com a morte de<br />
Vygotsky, mas desenvolveu-se e multiplicou-se por meio da obra de seus<br />
13